Jorge Zaverucha: Desinformação crescente
Hora de lembrar George Orwell: "não há rota mais rápida para a corrupção do pensamento do que através da corrupção da linguagem".
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A afirmação de que Israel pratica o genocídio em Gaza só faz crescer. Atinge professores universitários, estudantes, artistas, jornalistas e políticos, incluindo presidentes de República. Genocídio foi um termo criado pelo advogado judeu Rafael Lemkin. Ele estava em busca de uma tipificação jurídica que contemplasse o extermínio intencional do de milhões de judeus por parte de Hitler, na operação nazista conhecida como "Solução Final". O termo foi internacionalmente aceito. Trata-se de uma definição legal que contempla a tentativa de destruir deliberadamente, em todo ou em parte, grupos étnicos, raciais ou religiosos.
Genocida é, portanto, o Hamas. Em sua Carta está escrito não haver lugar para a existência de judeus em terras islâmicas consideras sagradas. O Hamas criou unidade paramilitar intitulada "Forças Nukhba" assemelhada às " Einsatzgruppen" nazistas. Ambas organizações como lembra Jeffrey Herf, tinham o objetivo de matar, indiscriminadamente, judeus. Contudo, a deliberada desinformação tenta transformar Israel em país genocida.
Caso Israel pretendesse liquidar, deliberadamente, a população palestina, como um todo, por qual motivo sua aviação lança folhetos e/ou SMSs, pedindo que a população local se afaste dos locais a serem bombardeados? Isto motivado pelo fato do Hamas operar através de uma extensa rede de túneis ao longo de hospitais, escolas e mesquitas. Como explicar que o líder do Hamas Yahia Sinwar durante o tempo que passou em presídio ele foi operado de um tumor na cabeça por médicos israelenses? Solto, comandou o ataque a Israel em outubro de 2023.
O Egito faz fronteira com Gaza, no entanto quem fornece energia à Gaza é Israel. Além de água. E o que dizer de Israel ter aberto seu espaço aéreo para que paraquedas carregando gêneros alimentícios fossem lançados para os habitantes de Gaza. Sem esquecer a entrada Isto de provimentos via terrestre que são, via de regra, capturados pelo Hamas que os vende no câmbio negro. O Hamas é fonte de instabilidade política. Expulsou à bala de Gaza membros da OLP numa fratricida disputa pelo poder, em 2007. O Hamas não reconhece a Autoridade Palestina. O Hamas é contra a proposta da criação de dois povos para dois países. Esta solução contempla a existência de Israel, e isto é, para eles, inadmissível. Hora de lembrar George Orwell: "não há rota mais rápida para a corrupção do pensamento do que através da corrupção da linguagem".
Jorge Zaverucha , Mestre pela Universidade Hebraica de Jerusalém e Doutor pela Universidade de Chicago