Roberto Pereira: JC, 106 anos de credibilidade
Em toda a sua trajetória, o Jornal do Commercio informa, investiga, analisa e acompanha pari passu a vida dos pernambucanos. Leia no artigo

A data – 3 de abril de 1919 – é, por todos os títulos, pernambucana. Importa e interessa a todo o Nordeste brasileiro. Uma data expressiva de que temos sido como vanguardeiro de velhos e sempre novos ideais, que assinalam indelevelmente a caminhada de um órgão de imprensa, através de mais de dez décadas. Refiro-me ao Jornal do Commercio.
Esses 106 anos assinalam o tempo tríbio de Gilberto Freyre, o passado, o presente e o futuro, os três tempos num tempo só. Em toda a sua trajetória, o Jornal do Commercio informa, investiga, analisa e acompanha pari passu a vida dos pernambucanos. Em 2025, mais do que acompanhar a sua existência centenária, uma vida de obstinada persistência, reafirma o que sempre o guiou: o compromisso com a notícia, com a verdade e com a credibilidade.
Que tudo sirva para reavivar os anseios que movem tantos quantos fazem diariamente a pena, nesse jornadeio sem tréguas e sem oscilações.
E que, em tudo isso, só uma coisa seja assinalada: a vocação de servir através da imprensa ao que é de mais grato a esta Região expectante e, por vezes, desiludida, que continua esperando melhores dias – os dias prometidos há tanto tempo, enquanto convivemos com a saga nordestina.
Ninguém ignora que a missão do jornal é dizer a verdade. O leitor deve ser rigorosamente informado de tudo. É para ele que o jornal é escrito.
A notícia é o nervo do jornal. Tudo decorre dela: o editorial, as colunas, os artigos, as reportagens e os comentários. O leitor conhece os fatos, mas quer ver o jornal, contá-los e reproduzi-los com toda a inteireza, com absoluta fidelidade.
E esse compromisso encontra, na tecnologia, uma aglutinadora e equipotente expressão, com o lançamento, ao qual compareci, do novo portal do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC). Inovadoramente, os conteúdos do JC, da TV Jornal e da Rádio Jornal estarão reunidos em um só ambiente digital – moderno, intuitivo e acessível. Venho, maravilhado, provando desse admirável e instigante ecossistema digital.
Com notícias em tempo real, pode-se acessar vídeos, podcasts, reportagens especiais, colunas e coberturas ao vivo, fazendo o JC esplender aos olhos dos leitores a principal porta de entrada, aguçando a quem quer se informar com profundidade, clareza e responsabilidade, avultando a credibilidade tão inerente à essência deste jornal, um compromisso renovado ao clima desta data mais do que centenária.
Se muitos dos meus companheiros de geração foram alfabetizados na leitura de jornais, à época, jornais-papéis, iniciando-se na leitura de textos, hoje os leitores são iniciados na alfabetização digital, sendo este um bê-á-bá dos novos tempos, contando, agora, com a Inteligência Artificial (IA) e outras inquietações da modernidade.
A preocupação de definir o que é o jornal e o que é o jornalismo está, invariavelmente, em todos os periódicos.
Um deles, o Albatroz, ano I, número 3, Natal, 15/06/1887, se explica de forma simplória:
“O jornal é a escola pública onde os sábios apontam os erros gramaticais e os menos instruídos aprendem a ler corretamente.
Tem razão João Carlos Paes Mendonça, presidente do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, quando exalta as preocupações da sociedade, exortando-a à busca de caminhos mediante fontes confiáveis, notadamente em dias de notícias falsas, pouco confiáveis.
Palavra de Paes Mendonça no artigo que publicou na data do aniversário deste Jornal, no artigo “A força da informação seguirá.”
“As últimas duas décadas foram das mais desafiadoras para os veículos de comunicação. Das mudanças nas plataformas até a pluralidade de narrativas, o Jornal do Commercio sempre buscou estar um passo à frente e disponibilizar para o leitor uma cobertura equilibrada, priorizando as preocupações da sociedade e, com a sociedade, apontando caminhos com base em análises de fontes confiáveis.”
Por fim, sabedores da relevância da imprensa para a pesquisa e para a História, salientamos a importância do jornal como uma fonte de consulta. Em cada biblioteca, escolar ou não, popular ou não, o jornal, em papel ou digital, será sempre uma parte ativa do acervo pedagógico, sempre à disposição do leitor aguçado.
Parabéns ao JC por abrir horizontes ao admirável mundo novo das plataformas digitais, trazendo aos seus leitores conhecimentos, saberes e fazeres.
Viva a vida!
Roberto Pereira foi secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e é membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo