Mundo | Notícia

Trump critica retorno de Jimmy Kimmel à TV e ameaça processar emissora

"Não posso acreditar que a ABC Fake News deu o emprego de volta ao Jimmy", criticou Trump, dizendo que a Casa Branca havia confirmado fim do programa

Por Estadão Conteúdo Publicado em 24/09/2025 às 19:49 | Atualizado em 24/09/2025 às 19:49

Clique aqui e escute a matéria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o retorno do programa do apresentador Jimmy Kimmel à emissora ABC, na terça-feira (23), após ser suspenso na semana passada por declarações sobre o assassinato do ativista de direita Charlie Kirk.

"Não posso acreditar que a ABC Fake News deu o emprego de volta ao Jimmy Kimmel. A Casa Branca foi informada pela ABC de que o programa dele foi cancelado! Algo aconteceu entre então e agora, porque sua audiência sumiu, e seu 'talento' nunca esteve lá", escreveu Trump, na rede Truth Social.

Trump acusou Kimmel de apresentar "99% de lixo positivo dos democratas", o acusou de ser mais um braço do partido Democrata e disse que isso seria "uma grande contribuição ilegal de campanha". "Acho que vamos testar a ABC nisso. Vamos ver como nos saímos. Da última vez que fui atrás deles, me deram 16 milhões de dólares. Este parece ser ainda mais lucrativo", ameaçou o republicano. "Um verdadeiro grupo de perdedores! Deixem o Jimmy Kimmel apodrecer em seus baixos índices de audiência ", completou.

VOLTA DO PROGRAMA

O talk show comandado pelo humorista Jimmy Kimmel voltou ao ar nos Estados Unidos na terça-feira, após uma suspensão de uma semana provocada pelas críticas aos comentários do apresentador sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk e as subsequentes ameaças do governo às emissoras, o que, segundo os críticos, representou um freio à liberdade de expressão.

Durante o monólogo de abertura do programa, no qual se esperava que Kimmel falasse sobre o ocorrido, o apresentador mencionou o assassinato de Charlie Kirk e explicou que não estava fazendo piadas com a tragédia.

"Vocês entendem que nunca foi minha intenção zombar do assassinato de um jovem. Não acho que haja nada de engraçado nisso", o apresentador disse. "Eu entendo que, para alguns, isso pareceu inoportuno ou pouco claro, ou talvez ambos, e para aqueles que acham que eu apontei o dedo, eu entendo por que estão chateados."

Kimmel disse que não concorda com a decisão da Disney de cancelar seu programa, mas agradece à empresa por defender seu direito de zombar dos poderosos e por permitir que ele volte ao ar esta noite. "Infelizmente, e acho que injustamente, isso os coloca em risco", acrescenta.

"O presidente dos Estados Unidos deixou bem claro que quer que eu e as centenas de pessoas que trabalham aqui sejamos demitidos. Nosso líder celebra os americanos que perdem seus meios de subsistência porque ele não aceita brincadeiras", afirmou o apresentador durante o monólogo de abertura do programa.

Walter Bates, um membro da plateia disse em uma entrevista após a gravação do programa à Associated Press que Kimmel também elogiou a esposa de Kirk por demonstrar valores cristãos ao perdoar o assassino do marido. "Foi um momento muito comovente", afirmou. "Então ele voltou a atacar a administração (governo Trump)", Bates acrescentou.

A audiência de Kimmel foi mais limitada do que o normal. O programa noturno não foi transmitido em todo o país. Duas companhias proprietárias de dezenas de emissoras afiliadas à rede ABC, que exibe "Jimmy Kimmel Live!", anunciaram que vão continuar boicotando o espaço.

A Disney, dona da ABC, retirou do ar o programa de Kimmel em 17 de setembro, horas depois que o governo de Donald Trump ameaçou cancelar as licenças de transmissão devido a comentários do comediante sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

 
 

Compartilhe

Tags