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Pela primeira vez, ONGs israelenses acusam Israel de cometer genocídio em Gaza

As organizações B'Tselem e Médicos Pelos Direitos Humanos citam políticas de Israel e o desmonte do sistema de saúde; governo nega

Por JC Publicado em 28/07/2025 às 21:45

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Em um movimento inédito e de forte impacto, duas das mais importantes organizações de direitos humanos de Israel – a B'Tselem e a Physicians for Human Rights (PHR) – acusaram, nesta segunda-feira (28), o próprio país de estar cometendo o crime de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Embora organizações internacionais já tenham usado o termo, esta é a primeira vez que grupos israelenses proeminentes endossam a conclusão, desafiando a narrativa interna do país sobre a guerra.

Em relatórios separados, mas divulgados em conjunto, as entidades afirmam que as políticas de Israel em Gaza, as declarações de suas autoridades e o desmantelamento deliberado do sistema de saúde do território palestino sustentam a acusação de genocídio.

O relatório da PHR afirma que Israel cometeu ao menos três atos que se enquadram na definição de genocídio pelo direito internacional, incluindo "infligir a determinado grupo condições deliberadas para provocar sua destruição física total ou parcial."

"Espero que reconheçam a realidade"

Guy Shalev, diretor da PHR, destacou a dificuldade da conclusão, especialmente vindo de dentro de Israel. "Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão", afirmou.

Ele reconheceu que os israelenses costumam descartar acusações de genocídio como "antissemitas", mas expressou um desejo. "Espero que os nossos comunicados façam as pessoas reconhecerem a realidade", disse.

O governo de Israel nega as acusações, afirmando que luta uma "guerra existencial", que cumpre o direito internacional e que as alegações de genocídio são antissemitas.

As ONGs, que não foram autorizadas a entrar em Gaza, basearam seus relatórios em relatos de testemunhas, documentos e análises de especialistas jurídicos.

(Com informações do Estadão Conteúdo e de agências internacionais).

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