Mundo | Notícia

Japão: coalizão no governo perde eleição e vê avanço da extrema direita

O Partido Liberal Democrata, de Ishiba, e seu parceiro de coalizão, Komeito, precisavam ganhar 50 assentos além dos 75 que já possuem

Por JC Publicado em 20/07/2025 às 19:31

Clique aqui e escute a matéria

*Com Estadão Conteúdo

A coalizão no governo do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, não conseguiu garantir a maioria na Câmara Alta de 248 assentos na eleição parlamentar, segundo a rede pública de televisão NHK nesta segunda-feira, 21 (pelo horário local).

O Partido Liberal Democrata, de Ishiba, e seu parceiro de coalizão, Komeito, precisavam ganhar 50 assentos além dos 75 que já possuem para alcançar a meta. Com dois assentos ainda a serem decididos, a coalizão tinha apenas 46 assentos.

A derrota é mais um golpe para a coalizão de Ishiba, tornando-a minoria em ambas as câmaras após perder em outubro a eleição para a Câmara Baixa, o que agrava a instabilidade política. É a primeira vez que o Partido Liberal Democrata perde a maioria em ambas as câmaras do parlamento desde a sua fundação, em 1955.

Ishiba expressou, neste domingo, 20, determinação em continuar como primeiro-ministro para enfrentar desafios como as ameaças tarifárias dos EUA, mas ele pode enfrentar pedidos dentro do próprio partido para renunciar ou para que encontre outro parceiro de coalizão. 

AVANÇO EXTREMISTA

O desempenho do Sanseito, partido fundado em 2020 com o slogan “japonês em primeiro lugar”, também está sendo observado com atenção. Pesquisas sugerem que o partido pode conquistar entre 10 e 15 cadeiras, sinalizando a consolidação de um movimento populista de direita no Japão, semelhante ao que ocorreu nos EUA e na Europa, inclusive destacando a pauta da imigração. 

O líder do partido de oposição disse à emissora de televisão NHK, durante a contagem dos votos, que está satisfeito por garantir mais assentos do que esperava. Questionado sobre a colaboração com outros partidos, Kamiya Sohei afirmou que votará a favor se considerar conveniente, dependendo de cada projeto de lei.

 

Compartilhe

Tags