"Da perspectiva do Irã, nada de muito estranho aconteceu", diz assessor sênior
Mehdi Mohammadi disse, neste sábado (21), que o Irã já aguardava um ataque a Fordow "por várias noites", por isso o local já havia sido evacuado

*Com agências
Mehdi Mohammadi, um assessor sênior de Mohammad Ghalibaf, presidente do Parlamento do Irã, disse, neste sábado (21), que o Irã já aguardava um ataque a Fordow "por várias noites", por isso o local já havia sido evacuado e "os danos não são irreversíveis".
A publicação foi feita ainda à noite, na rede social X. "Da perspectiva do Irã, nada de muito estranho aconteceu. O Irã aguarda um ataque a Fordow há várias noites. O local foi evacuado há muito tempo e não sofreu danos irreversíveis no ataque", disse.
Mohammadi também afirma que "duas coisas são certas: primeiro, o conhecimento não pode ser bombardeado; e segundo, o apostador perderá desta vez".
Fordow foi uma das três instalações nucleares que foram atacadas pelo governo de Donald Trump, conforme o próprio presidente anunciou na rede Truth Social mais cedo.
ONU SE DIZ ALARMADA
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou neste sábado, na rede social X que está "profundamente alarmado" com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irã. "Trata-se de uma escalada perigosa em uma região já em crise - e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais", escreveu.
SEM PASSAR PELO CONGRESSO
O analista de segurança nacional Hal Kempfer disse que a inclinação do Congresso americano a uma declaração de guerra ao Irã é uma incógnita. "Não há declaração de guerra. Não temos declarações de guerra desde a Segunda Guerra Mundial. Não sei se o Congresso estaria muito inclinado a declarar guerra ao Irã", afirmou, em entrevista à Fox News.
A Constituição dos Estados Unidos estabelece que o poder de declarar guerra pertence exclusivamente ao Congresso americano. "Pela lei, o relógio já começou a contar", avaliou Kempfer.
"É certamente justo dizer que Irã e Israel estão em guerra, e agora os EUA entraram como parte desse conflito ao lado de Israel", acrescentou.
De acordo com Kempfer, o Irã não tem estrategicamente o mesmo peso de antes e pode ter dificuldades de proteger o seu povo. "Eles não podem usar aquele espectro de, bem, podemos desenvolver uma bomba nuclear. Essa capacidade foi removida, foi tirada da mesa, e essa era a grande ameaça estratégica que o Irã representava", avaliou.