Governador da Califórnia pede a tribunal que impeça Trump de usar tropas da Guarda Nacional
A medida de Newsom foi tomada depois que Trump ordenou o envio de cerca de 4.000 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para Los Angeles

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, entrou com um pedido de emergência no tribunal federal nesta terça-feira para impedir que o governo de Donald Trump use a Guarda Nacional e os fuzileiros navais para ajudar nas batidas de imigração em Los Angeles.
A medida de Newsom foi tomada depois que Trump ordenou o envio de cerca de 4.000 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para Los Angeles, após protestos contra a intensificação da aplicação das leis de imigração pelo presidente.
PERÍODO DE ATUAÇÃO
O secretário de Defesa dos Estado Unidos, Pete Hegseth, afirmou, sobre o envio de oficiais da Guarda Nacional à Los Angeles, determinado pelo governo Trump, que "deixamos muito claro que serão 60 dias porque queremos que aqueles manifestantes violentos, saqueadores e marginais que estão atacando nossos policiais saibam que não vamos a lugar nenhum". A declaração foi feita a membros do subcomitê de defesa da Comissão de Apropriações da Câmara dos Deputados dos EUA nesta terça-feira.
"A estimativa atual de custo para o desdobramento em Los Angeles é de US$ 134 milhões, valor que se refere, em sua maior parte, a transporte, alojamento e alimentação", disse Bryn Woollacott MacDonnell, assistente especial do secretário de Defesa que atualmente responde como principal autoridade financeira do Pentágono.
Aos parlamentares, Hegseth ainda disse acreditar "que estamos entrando em uma nova fase, especialmente sob o presidente Trump, com seu foco na segurança interna, em que a Guarda Nacional e a reserva passam a ser componentes críticos de como protegemos o território nacional". Mais cedo, Hegseth se recusou a responder a perguntas de um congressista sobre quanto custará o envio de fuzileiros navais ativos a Los Angeles.
DEFESA DA AÇÃO
O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a defender o envio de tropas militares federais para a Califórnia e a acusar o governador do estado de "incompetência", em comentários a repórteres no Salão Oval da Casa Branca nesta tarde. O republicano acrescentou que as tropas da Guarda Nacional, já em atuação, e as da Marinha, que ainda serão enviadas, ficarão no estado "pelo tempo que for necessário, até que não tenha perigo nenhum".
Questionado se o envio das tropas poderia escalar a situação, ao invés de controlá-la, Trump negou. "Teríamos uma situação horrível sem a Guarda Nacional. Se não tivesse me envolvido, Los Angeles teria queimado. A polícia não podia lidar com os protestos sozinha", disse. "Condeno a violência, você acha que não condeno? Mas fazendo o que fiz, parei a violência lá."
Trump acusou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, de ser "grosseiramente incompetente" e disse ter criticado como "ruim" sua gestão conversando diretamente com o democrata por ligação. Ontem, o republicano sugeriu que poderia prendê-lo pela forma com que lidou com os protestos.
Mais cedo, o presidente já havia defendido o envio de tropas e criticado Newson por meio das redes sociais, misturando referências aos incêndios florestais que assolaram a Califórnia no início deste ano. Segundo ele, "25 mil casas queimaram totalmente" e permissões de construção estão atrasadas por culpa do governo democrata, afirmando que o mesmo teria acontecido com as manifestações sem a sua interferência.
O presidente também afirmou aos repórteres que protestos em outras cidades "terão que lidar com força igual ou superior a que usamos até agora em Los Angeles". Trump não descartou convocar o Ato de Insurreição na Califórnia, mas disse que avaliará sua necessidade.
Sobre a insatisfação com políticas imigratórias, que motivou o protesto, o republicano defendeu as medidas e reiterou que está "tirando assassinos e criminosos" dos EUA.