AMEAÇA | Notícia

Em português, governo dos EUA cita 'inimigos da liberdade de expressão'

A declaração ocorre em meio às ameaças dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Por Estadão Conteúdo Publicado em 30/05/2025 às 22:27

O governo de Donald Trump fez uma publicação em português na noite da última quinta-feira (29) afirmando que "nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado". A declaração ocorre em meio às ameaças dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última semana, o secretário de Estado do país, Marco Rubio, afirmou haver "uma grande possibilidade" de o ministro ser alvo de punições.

A declaração em português foi publicada no perfil do X (antigo Twitter) do Bureau of Western Hemisphere Affairs (WHA), órgão vinculado ao Departamento de Estado e responsável por lidar com políticas e relações com o Hemisfério Ocidental, incluindo América Latina e Caribe.

A publicação do WHA foi feita em resposta ao anúncio de Rubio, na quarta-feira, de que os EUA vão restringir visto a "autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos". Sem citar Moraes, ele mencionou a América Latina como um dos exemplos de aplicação.

O magistrado brasileiro se tornou alvo do governo Trump após decisões contra plataformas de redes sociais americanas e aliados do presidente norte-americano, como o bilionário Elon Musk.

Apoio

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) aprovou anteontem uma moção de solidariedade a Moraes. A iniciativa ocorre diante das "ameaças do governo dos EUA de aplicar sanções" contra o ministro.

Na moção, a USP faz um pedido para que as duas nações não entrem em conflito. "As verdadeiras democracias não se agridem, mas, sim, respeitam-se mutuamente, cooperam umas com as outras e promovem, juntas, os Direitos Humanos", diz o documento.

De acordo com o texto, a "República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo princípio da não intervenção".

"Por isso, é inaceitável que país estrangeiro (sobretudo um país amigo) cogite, muito menos pretenda, censurar membro do Judiciário brasileiro, qualquer que seja ele, pelas decisões tomadas no exercício da jurisdição", afirma o documento.

O texto ainda faz menção às universidades de ensino superior dos EUA que também enfrentam um impasse com o governo Trump, após o presidente republicano congelar o agendamento de entrevistas para a análise e concessão de vistos a estudantes estrangeiros.

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