Israel lança nova operação militar em Gaza para pressionar Hamas; líderes árabes reagem
Líderes árabes reunidos em uma cúpula anual em Bagdá pediram a entrada de ajuda humanitária nos territórios palestinos

Israel lançou uma grande operação na Faixa de Gaza para pressionar o Hamas a liberar os reféns restantes, disse o ministro da Defesa, Israel Katz, neste sábado, 17, após dias de ataques intensivos em todo o território que mataram centenas de pessoas.
Katz disse que a Operação Gideon Chariots estava sendo conduzida com "grande força" pelo exército de Israel.
O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, prometeu no início da semana aumentar a pressão sobre o Hamas com o objetivo de destruir o grupo militante que governa Gaza há quase duas décadas.
A operação ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, concluir sua viagem à região sem uma visita a Israel. Havia uma esperança generalizada de que a viagem do republicano pudesse aumentar as chances de um acordo de cessar-fogo ou a retomada da ajuda humanitária a Gaza, que Israel impediu por mais de dois meses.
Líderes árabes reagem
Líderes árabes reunidos em uma cúpula anual em Bagdá pediram neste sábado, 17, o fim imediato dos ataques de Israel à Faixa de Gaza e a permissão para a entrada de ajuda humanitária nos territórios palestinos. Os líderes prometeram contribuir para a reconstrução do território assim que a guerra terminar. "Exigimos o fim imediato da agressão israelense a Gaza e o fim das hostilidades que estão aumentando o sofrimento de civis inocentes", afirmam os líderes na declaração final emitida após o encontro, e lida pelo ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fouad Hussein. "A ajuda humanitária deve ser permitida em todas as áreas da Palestina", continua o comunicado.
Os líderes afirmaram que rejeitam qualquer tentativa de deslocar palestinos em Gaza, afirmando que tal medida seria "um crime contra a humanidade e (um ato de) limpeza étnica". A declaração afirma que os líderes árabes apoiam o apelo do presidente palestino Mahmoud Abbas para a realização de uma conferência internacional de paz que leve a uma solução de dois Estados.
Em março, uma cúpula de emergência da Liga Árabe no Cairo endossou um plano para a reconstrução de Gaza sem deslocar seus cerca de 2 milhões de habitantes. Entre os líderes que participaram da cúpula deste sábado estavam o emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, e o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Siss i. O líder egípcio afirmou que, mesmo que Israel consiga normalizar as relações com todos os Estados árabes, "uma paz duradoura, justa e abrangente no Oriente Médio permanecerá ilusória, a menos que um Estado palestino seja estabelecido em conformidade com as resoluções de legitimidade internacional".
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, também foram convidados para o encontro e pediram a libertação dos reféns israelenses em Gaza e a retomada fluxo de ajuda humanitária para o território sitiado. Guterres afirmou que a ONU rejeita qualquer "deslocamento forçado" de palestinos.
O encontro dos líderes árabes ocorre dois meses após Israel encerrar o cessar-fogo firmado com o grupo terrorista Hamas. Nos últimos dias, Israel lançou ataques generalizados em Gaza e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, prometeu uma nova escalada para perseguir seu objetivo de destruir o Hamas.