BOMBARDEIOS | Notícia

Ataques israelenses na Faixa de Gaza deixam ao menos 15 pessoas mortas

Um dos ataques israelenses lançados na noite de sexta-feira (9) atingiu um armazém da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos

Por Estadão Conteúdo Publicado em 10/05/2025 às 17:14

A Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou, neste sábado (10,) que ao menos 15 pessoas morreram em bombardeios e tiroteios israelenses em diferentes pontos do território palestino. O ataque mais mortal, com cinco vítimas, atingiu uma tenda de campanha que abrigava pessoas deslocadas na Cidade de Gaza, segundo informou à AFP Mohamed Al Mughayir, membro do organismo encarregado de tarefas de resgate e emergência.

Entre a noite de ontem e este sábado, ataques aéreos israelenses já haviam matado pelo menos 23 palestinos em Gaza, incluindo três crianças e seus pais, cujo abrigo foi bombardeado.

Os bombardeios ocorrem enquanto crescem os alertas internacionais sobre os planos de Israel para controlar a distribuição de ajuda em Gaza. O bloqueio de Israel sobre território, com mais de dois milhões de pessoas, entra em seu terceiro mês. A ONU e grupos de ajuda rejeitaram as medidas de distribuição de ajuda de Israel, incluindo um plano de um grupo de contratantes de segurança americanos, ex-oficiais militares e funcionários de ajuda humanitária que se autodenominam Fundação Humanitária de Gaza.

Um dos ataques israelenses lançados na noite de ontem atingiu um armazém da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos. Quatro pessoas morreram, segundo o Hospital Indonesio, para onde os corpos foram transferidos.

Em um vídeo da AP, é possível ver fogo no edifício destruído. O armazém estava vazio após ser atingido e saqueado várias vezes durante as ofensivas terrestres de Israel no último ano contra combatentes do Hamas, disseram residentes.

O Exército de Israel afirmou que nove soldados ficaram levemente feridos na noite de sexta-feira por um artefato explosivo enquanto realizavam buscas no bairro de Shijaiyah, na Cidade de Gaza. Eles foram levados para um hospital em Israel.

Israel retomou seus bombardeios no enclave em 18 de março, quebrando um cessar-fogo de dois meses com o Hamas. As tropas terrestres tomaram mais da metade do território e realizaram incursões e buscas em partes do norte de Gaza e na cidade de Rafah, mais ao sul. Grandes áreas de ambas as regiões foram devastadas por meses de operações israelenses.

Sob o bloqueio de Israel, as cozinhas de caridade são praticamente a única fonte de alimentos restante na Faixa de Gaza, mas dezenas delas fecharam nos últimos dias à medida que os suprimentos esgotaram. Grupos de ajuda afirmam que mais fechamentos são iminentes.

Israel disse que o bloqueio tem como objetivo pressionar o Hamas a liberar os reféns restantes e a se desarmar. Grupos de direitos humanos qualificaram o bloqueio como uma "tática de fome" e um possível crime de guerra.

Israel acusa o Hamas e outros grupos terroristas de desviar a ajuda em Gaza, embora não tenha apresentado provas de suas alegações. A ONU nega que haja desvio significativo, afirmando que monitora a distribuição.

A guerra de 19 meses em Gaza é a mais devastadora já travada entre Israel e o Hamas. Mais de 52,8 mil pessoas morreram, a maioria mulheres e crianças, e mais de 119 mil ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde, cujos números não diferenciam civis de terroristas. Israel afirma ter matado milhares de combatentes, sem apresentar provas.

Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, no qual os terroristas mataram cerca de 1,2 mil pessoas, na maioria civis, e sequestraram mais de 250 pessoas.

O Hamas ainda mantém cerca de 60 reféns, dos quais se acredita que um terço esteja vivo. O Hamas publicou um vídeo no sábado com os reféns Elkana Bohbot e Yosef-Haim Ohana, que apareceram sob coação. Eles foram sequestrados no ataque de 7 de outubro em um festival de música onde mais de 300 pessoas foram mortas. O Hamas já havia publicado um vídeo deles há um mês e meio e tem publicado vários vídeos de Bohbot desde então.

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