Pets exóticos ganham espaço nos lares do Brasil e já superam os cães nas buscas: entenda os motivos
Ambientes pequenos e verticalizações das cidades contribuíram com a preferencia por esses animais

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Porquinhos-da-índia, lagartos, chinchilas e tartarugas: animais antes considerados incomuns nos lares agora ocupam lugar de destaque no coração (e nas casas) dos brasileiros. A tendência dos pets exóticos vem ganhando força e, em alguns casos, até superando os tradicionais “melhores amigos” dos humanos, os cães, em ritmo de crescimento.
Segundo levantamento da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) em parceria com o Instituto Pet Brasil (IPB), o país chegou à marca de 160,9 milhões de animais de estimação em 2023, um aumento de 3,33% em relação a 2022, que registrava 155,7 milhões.
Embora os cães ainda liderem em números absolutos, passaram de 60,5 milhões para 62,2 milhões, alta de 2,8%, os destaques da pesquisa estão nos pets considerados não convencionais.
Os répteis e pequenos mamíferos, como chinchilas, tartarugas-tigre-d’água e hamsters, apresentaram crescimento de 7,6%, totalizando 2,8 milhões de animais. Já os peixes ornamentais somam 22,3 milhões, com aumento de 2,29%; e as aves ornamentais seguem fortes, com 42,8 milhões, crescendo 3%.
Os gatos, que já vinham ganhando popularidade nos últimos anos, também se destacaram: passaram de 29,2 milhões para 30,8 milhões, um avanço de 5,4%.
Por que as pessoas estão escolhendo pets não convencionais?
De acordo com Caio Villela, presidente-executivo do IPB, o crescimento dos pets exóticos e dos felinos está diretamente ligado ao novo estilo de vida urbano. “Apesar do primeiro lugar ainda ser dos cães, é notório que, ao lado dos felinos, que já apresentavam crescimento em outras pesquisas, os répteis e pequenos mamíferos têm despertado mais interesse”, afirmou, em entrevista a Revista Veja.
A verticalização das cidades, com apartamentos menores e menos áreas externas, influencia essa escolha. Animais mais autônomos, que exigem menos espaço e cuidados mais simples, tornaram-se alternativa viável para a rotina agitada da vida urbana.
Conheça Holly, uma chinchila:
A tutora do animal divulga sua rotina por meio do Instagram:
O mercado da medicina veterinária em expansão com a tendência de consumo
Além disso, essa nova configuração abre espaço para oportunidades no mercado veterinário. Segundo o IPB, animais não convencionais são os que mais requerem acompanhamento especializado, em parte devido às leis de proteção à fauna. Com isso, cresce também a demanda por profissionais capacitados para lidar com diferentes espécies, aquecendo um nicho ainda em expansão dentro da medicina veterinária.