Quando orares
De forma que, em Jesus Cristo é visto uma relação bem íntima com o divino, quando ele coloca a expressão "pai", na oração universal do Pai nosso

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VALTEMIR RAMOS
GUIMARÃES
O assunto que ora inicia aqui, tratar-se-á da grande e inadiável necessidade de viver e praticar a oração. O ensino emerge do grande Sermão do Monte em que o Mestre passa a ensinar às multidões que apostas, o ouvia, como nos diz o Evangelho de Mateus: “Jesus, pois, vendo as multidões subiu ao monte; e, tendo ele se assentado, aproximaram-se os seus discípulos” (Mt 5:1).
Quando Jesus disse: “Mas tu quando orares, entra em teu aposento (quarto)...” A palavra grega para quarto é “tameion” e no hebraico é cheder. “No grego mais antigo, o termo significava o depósito ou despensa do administrador da casa. Lugar onde ninguém suspeitaria encontrar alguém orando. Só o administrador tinha acesso ali, pelo que era um lugar privativo dele. A expressão alude, portanto, ao lugar que uma pessoa reserva só para si, onde outras não têm acesso” (Champlin, 1995, p.321). Em seguida, ele diz: “...fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6:6). Aqui, ele frisa mais ainda a lição de estarmos em íntima oração com Deus.
A ideia é que o quarto ou aposento é um lugar único, separado para o exercício da oração; o cômodo mais retirado (Haubeck, 2009, p.73). No decorrer da história, esta palavra veio a indicar qualquer sala privada no interior da residência (Mt 24:26).
A expressão “em secreto”, alude à crença que Deus habitava no lugar mais secreto remoto do Templo (Beit hamakidash), o lugar mais santo, onde o sumo sacerdote podia entrar, uma vez por ano (Hb 9:3). A ideia é que nos encontramos com Deus onde a verdadeira oração lhe é oferecida. Ali é o lugar secreto de Deus.
Porém, sabemos que Jesus vivia uma vida de constante oração. Ele ensinava a orar, mas, antes, orava, e muito. Vejamos alguns exemplos: 1) Mc 1:35 (Orava bem cedo no deserto); 2) Lc 3:21 (No batismo, orou e os céus se abriu); 3) Lc 6:12-16 (antes de escolher os doze); 4) Lc 9:28-29; Mt 17:2 (No monte da transfiguração com 3 apóstolos – Pedro, Tiago e João); 5) Jo 11:41-42 (Diante da sepultura de Lázaro); 6) Mt 26:26,27 (Na ceia); 7) Lc 22:41-44 (No Getsêmani, em aflição); Lc 23:46 (Na cruz).
De forma que, em Jesus Cristo é visto uma relação bem íntima com o divino, quando ele coloca a expressão “pai”, na oração universal do Pai nosso (Mt 6:9-15). É pela mediação de seu Filho que Deus se revela como Pai, e isso constitui a novidade absoluta da fé cristã.
No entanto, é interessante notar que Jesus não censura a oração pública, o contexto mostra que ele combateu a hipocrisia dos líderes religiosos daqueles tempos, que faziam suas orações nas praças e sinagogas para serem reverenciados. Ele enfatiza a necessidade do espírito humilde nas orações.
Outrossim, sobre este assunto, temos o ensino do apóstolo Paulo falando sobre adoração pública, como segue: “admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens sejam salvos, e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2:1-4).
Assim, somos orientados a orar por todos os homens, pelos reis ou as lideranças governamentais, pelas nações, pelas famílias, pelas vidas ou pelas almas do mundo afora, em todo lugar, pela juventude, pelas crianças, enfim, a oração é a comunicação individual e coletiva que se estende ela sua necessidade e eficácia para além de nós mesmos.
Finalmente, a experiência humana das coisas espirituais, ou divinas, tem-se intensificado com o passar dos tempos na vida humana de forma que vemos grandes avanços nesse sentido da busca do homem pelo divino.
Valtemir Ramos Guimarães é Pastor da Igreja Pentecostal Assembleia de Deus – PE, Mestre em Ciências da Religião e Graduado: Física (UFRPE)
(81) 99948-1289