Pai x Masculinidade
Sim, Jesus de Nazaré é nosso modelo de homem, segundo o coração de Deus, que devemos imitar, seguir, e servir na sua integralidade

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ROBERVAL GÓIS
A Netflix lançou uma série de muito sucesso aqui no Brasil, e em toda a América Latina, inclusive no meio evangélico, denominada ADOLESCÊNCIA. A referida série gerou muitos comentários, questionamentos, e reflexões sobre a família, a criação de filhos, o modelo patriarcal, a masculinidade, e uma série de outras questões correlatas.
A trama, realmente tem muitas coisas boas para nossa reflexão, entretanto, é preciso ter muito cuidado, pois na ânsia de se corrigir os defeitos, e excessos, nós, servos de Deus, podemos estar a serviço, daqueles que sub-repticiamente querem inverter a ordem dos fatores, e colocar no mesmo balaio, Gregos e troianos, sobretudo, para contrapor o modelo bíblico de masculinidade, da paternidade e de família.
Digo isso, porque a crítica ao trabalho cinematográfico, tem sido muito positiva, mas por trás dela, podem estar aqueles que querem encontrar defeitos na forma bíblica de ser homem, e pai, confundindo-a com uma tal masculinidade tóxica, mais bem chamada de masculinidade pecadora, que nós também condenamos.
Em outras palavras, não apoiamos, e nem concordamos com o novo modelo de homem, de pai, de marido, construído pela imaginação e caricatura das ideologias dos nossos dias, nem mesmo pelo tão festejado arquétipo cultural.
Conquanto não podemos afirmar que a ausência paterna no lar seja determinante para a construção de imagens desfiguradas de homens modernos, temos que convir que a falta de referências tem ajudado bastante a composição do desiquilíbrio e dúvidas.
O que estou querendo dizer, é que embora você não seja obrigado a ser um mau pai, ou um pai ausente e relapso, só porque seu pai foi. - Conheço vários relatos e histórias de vidas de pessoas que não aceitaram se tornar refém do determinismo, e disseram não a este modelo de propalação de um continuísmo cego -, entretanto, a ausência de referenciais sólidos, saudáveis e sadios dentro de casa vão ser instrumentos poderosos para o estabelecimento da crise.
Os pais precisam ensinar seus filhos a serem homens, primaria, e principalmente, sendo eles mesmos exemplos vivos de homens. Como já foi dito: “O ensino inspira, mas o exemplo arrasta”. Não tenha dúvidas de que existem três palavras poderosas na construção de uma masculinidade positiva: regras, imitação e inspiração.
Assim, precisamos reafirmar que Jesus é o nosso paradigma de masculinidade e de paternidade, pois somente ele é perfeito! Sim, Jesus de Nazaré é o nosso protótipo, nosso modelo de homem, segundo o coração de Deus, que devemos imitar, seguir, e servir na sua integralidade, pois é com Ele que devemos parecer.
Existe em nossos dias uma busca incessante pela chamada ressignificação do homem. Para muitos o modelo bíblico de homem não é suficiente, ou está ultrapassado, obsoleto, e não tem mais espaço nos nossos dias, nem se presta para dar as respostas que a sociedade hodierna deseja e quer ouvir, por isso, há uma tentativa de se recriar a imagem masculina, a partir de pressupostos sociais, forjados pelo relativismo, que gera uma verdadeira crise de identidade da masculinidade, e essa crise produz deformações que acabam por desconstruir completamente a imagem e o papel do homem e do pai em casa, na igreja e na sociedade.
Por isso, a existência cada vez maior, por exemplo, de homens omissos, homens frágeis, homens meninos, homens imaturos, homens violentos, que é, cada um ao seu próprio modo, segundo o padrão bíblico, degenerações e caricaturas do verdadeiro sentido de ser do homem e pai.
Na outra extremidade, como tentativa de responder às imposições e implicações culturais, surge o machismo tóxico, que não é menos distorcido, e nem menos nocivo, do que os modelos anteriormente mencionados, e que melhor seria chamado de machismo pecaminoso.
Mas qual nosso mais grave problema? Se engana quem pensa que são os movimentos ideológicos socioculturais, porque não são. Na verdade, eles são a ponta do iceberg, são consequência, efeito e não causa. Quando o movimento ideológico se manifesta, é porque algo muito mais profundo e enraizado, já aconteceu no coração e na mente do homem.
Claro que os movimentos ideológicos, como o feminismo, por exemplo, exercem uma maléfica e terrível influência entre nossos jovens e adolescentes, no impositivo da busca de uma nova reconfiguração e redefinição de imagem do homem, decisivamente contrária ao projeto bíblico de identidade masculina.
Porém, é preciso que se diga, que desde o éden, com o pecado original, que Adão deixou de cumprir o seu papel de homem bíblico ao deixar Eva vulnerável às investidas da serpente, afinal, Deus deixou bem claro, que Adão foi chamado para: Proteger sua esposa, parte mais frágil, e Cultivar e Guardar a terra.
Que nesse Dia dos Pais possamos olhar para a bíblia e extrair dela o modelo ideal de homem e de pai para os nossos filhos. FELIZ DIAS DOS PAIS!
Roberval Góis – Ministro Presbiteriano, Advogado e Presidente da Academia Pernambucana Evangélica de Letras -PEL