Quem é meu próximo?
O Mestre dos mestres em Sua sabedoria nos ensina, como que o Pai criador, nos legou, entre várias sementes o gérmen, a da benevolência
JOSÉ EDSON F. MENDONÇA
“E Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Aí estão toda a Lei e os profetas”. Mt 22:37-40
A questão-título, formulada a Jesus por um doutor da Lei, evoca o memorável episódio conhecido como “A Parábola do Bom Samaritano, onde o Mestre do Amor Incondicional, põe em realce o impulso providencial e caridoso que partiu do coração de um samaritano a um desconhecido que fora assaltado e espancado fortemente por malfeitores, deixando-o semimorto. Aquele homem da Samaria, embora pertencente a uma raça desprezada pelos judeus, mesmo estando em viagem, tocado de compaixão, não teve qualquer hesitação em prestar o devido socorro ao moribundo, e o faz de forma completa: desce de sua montaria, limpa os seus ferimentos, toma-o nos braços, põe-no sobre o seu cavalo e o conduz a uma hospedaria, aonde encomenda as providencias necessárias ao restabelecimento do ferido e se responsabiliza por todos os cuidados e respectivas despesas decorrentes do atendimento e da hospedagem. Por outro lado, vale ressaltar que um levita e um sacerdote já haviam se omitido de dar qualquer atenção ao homem necessitado de ajuda.
Esta máxima exemplar do Cristo deve repercutir profundamente em todos, mui especialmente pela sua singular simbologia, ao por em evidência a sensibilidade humana já despertada no samaritano que, sem titubear, aproveitou aquela oportunidade, tão frequente nos dias atuais, de priorizar o auxílio imediato a uma criatura necessitada, tão filha de Deus como qualquer um de nós; essa atenção e esse cuidado em socorrer a outrem, de forma desinteressada, sinaliza a vivência do amor-compaixão partindo de um coração que já compreendeu a essência da verdadeira caridade.
O Mestre dos mestres, em Sua sabedoria inigualável, ensina, como ninguém o poderia fazer melhor, que o Pai em Seu determinismo criador, nos legou, entre várias sementes, ainda em gérmen, a da benevolência, a qual, no tempo próprio de cada criatura gerará os frutos quintessenciados do amor incondicional, condição única que todos nós conquistaremos pelo nosso trabalho no bem, que nos habilitará ao cumprimento de todas as virtudes do mandamento maior, em toda a sua pureza. Esta não é apenas uma promessa de Jesus, mas a certeza de que um dia todos nós seremos anjos, ou Espíritos puros: “Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai”. João 14:12.
Outrossim, no nosso dia a dia podemos facilmente identificar “o próximo” nas oportunidades de exercer a caridade, como aquele familiar, o amigo, o conhecido e o desconhecido, o inimigo, o transeunte anônimo, os quais, todos, precisamos tratá-los com respeito e atenção e, quando necessário, auxiliá-los de alguma forma: o motorista mais apressado que cedemos a passagem, o vizinho ‘chato’ que não nos cumprimenta, o zelador do prédio, o serviçal, aquele ferido e doente, ou, até mesmo o que mendiga nas ruas um prato de alimento, uma vestimenta, uma palavra de consolo, “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? ... E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Mateus 25:35-40
Será que é fácil praticar tudo isso? Jesus não disse que era: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. João 16:33.
Portanto, queridos, continuemos a usar livremente a nossa liberdade de escolher e praticar, no entanto, lembremos de que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Escolhamos priorizar o bem para sermos felizes.
José Edson F. Mendonça presta colaboração ao movimento espírita, como escritor, palestrante e trabalhador do Instituto Espírita Gabriel Delanne, rua São Caetano, 220, Campo Grande - Recife/PE