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Exportações de Pernambuco caem 14% no trimestre, com forte retração nas vendas para os Estados Unidos após o tarifaço

O reflexo é mais dramático quando se observa o fluxo com os EUA. As exportações destinadas ao mercado americano somaram US$ 19,9 milhões

Por JC Publicado em 17/11/2025 às 13:23

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O comércio exterior de Pernambuco registrou uma queda acentuada no trimestre que compreende agosto a outubro de 2025, sentindo o primeiro impacto consolidado das novas barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos. No período, o estado exportou o total de US$ 493,7 milhões, representando uma retração de 14% em comparação com o mesmo intervalo de 2024. As novas tarifas trouxeram mais desafios para as empresas locais, que precisaram se adaptar a um mercado mais competitivo e a custos operacionais mais altos.

Forte retração nas vendas para os EUA

O reflexo das tarifas é mais dramático quando se observa o fluxo comercial com os Estados Unidos. As exportações destinadas ao mercado americano somaram apenas US$ 19,9 milhões no trimestre, uma queda expressiva de 65% frente ao mesmo período de 2024. Apesar do recuo geral, a pauta exportadora para os EUA se manteve focada em produtos do setor agroalimentar: o açúcar de cana permaneceu como o principal produto enviado (US$ 4,2 milhões), seguido por mangas frescas (US$ 3,7 milhões) e uvas frescas (US$ 2,3 milhões).

As importações também apresentaram recuo no período. Pernambuco comprou do exterior US$ 1,77 bilhão, uma redução de 4,8% em relação ao ano anterior. Os empresários têm priorizado a prudência nas decisões de compra e nos investimentos em bens de capital estrangeiros, refletindo um momento de cautela.

Estratégia é reduzir riscos 

Lideranças do comércio destacam a necessidade de adaptação e resiliência das empresas pernambucanas. Bernardo Peixoto, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), ressaltou que "o comércio exterior exige previsibilidade, e nesse momento a estratégia passa por reduzir riscos e preservar a competitividade. A diversificação de destinos é o caminho para atenuar a dependência de mercados que impõem barreiras."

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, apontou que, apesar da forte retração nas vendas para os Estados Unidos, o estado segue com resultados positivos em outros parceiros comerciais. "As exceções tarifárias foram essenciais para manter o escoamento de parte dos produtos agroalimentares, e a resposta das empresas mostra resiliência,” afirmou. O desafio agora, segundo Lima, é "consolidar novos parceiros comerciais e manter o dinamismo da pauta exportadora até o fim do ano".

 
 

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