Em Pernambuco, ministro Silveira defende fortalecimento da cadeia nuclear e integração entre energia e soberania nacional
Ministro de Minas e Energia também defendeu que parte dos royalties provenientes da exploração do mineral seja destinada às Forças Armadas
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender o fortalecimento da Defesa nacional e o avanço da exploração do urânio durante o lançamento do projeto Noronha Verde, em Fernando de Noronha (PE). O evento marcou o início da descarbonização da matriz elétrica da ilha e contou com a presença de autoridades federais e estaduais, além de representantes da iniciativa privada.
Silveira destacou que o Brasil dispõe da cadeia completa do urânio — desde as reservas minerais até a tecnologia para produção de combustível — e afirmou que esse potencial deve ser mobilizado para reforçar a soberania e a segurança nacional. O ministro também defendeu que parte dos royalties provenientes da exploração do mineral seja destinada às Forças Armadas, argumentando que o investimento pode contribuir para a proteção das fronteiras e o fortalecimento da estrutura de defesa do país.
Nos últimos meses, o ministro tem reiterado a importância de acelerar a consolidação da cadeia nuclear brasileira e reduzir a dependência de importações de insumos estratégicos. Em visita à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo, Silveira destacou que o Brasil tem capacidade técnica e tecnológica para ampliar a geração elétrica a partir da energia nuclear. Segundo ele, parcerias com grupos internacionais, como a CGN Uranium e a United Uranium Corporation (URC), podem ajudar o país a dar escala ao setor e desenvolver pequenos reatores modulares, considerados tendência mundial.
Energia limpa em Noronha
Durante a cerimônia em Noronha, o ministro afirmou que o projeto Noronha Verde representa “uma mudança de paradigma” na política energética do país. Com investimento de R$ 350 milhões, o projeto prevê a instalação de mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos e um sistema de baterias, integrando-se à usina flutuante do Açude do Xaréu. A iniciativa busca substituir gradualmente o uso de diesel — hoje cerca de 8,6 milhões de litros por ano — e evitar a emissão de 22 mil toneladas de CO2, até alcançar a geração 100% renovável em 2027.
Silveira ressaltou que o Brasil tem condições de conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade, colocando a transição energética no centro da estratégia nacional. “Não há antagonismo entre crescimento e proteção ambiental”, afirmou, ao lado da governadora Raquel Lyra, do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e de representantes da Neoenergia e da Iberdrola.