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Marketing abandona o velho manual e entra na era da inteligência artificial; discussão marcou início do RD Summit 2025

Com palcos lotados, evento em São Paulo mostra como a inteligência artificial está transformando o jeito de comunicar, vender e liderar equipes

Por Adriana Guarda Publicado em 05/11/2025 às 19:41

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São Paulo - O mundo nunca mudou em um ritmo tão acelerado. A inteligência artificial é um marco nessa mudança. A transformação digital estimulou novas formas de consumo e os negócios estão sendo desafiados a se recriar. Essa foi uma das provocação do RD Summit 2025, evento que começou nesta quarta-feira (5), no Expo Center Norte, em São Paulo. 

Neste primeiro dia, Gustavo Avelar, vice-presidente da unidade de negócios da TOTVS e da RD Station - realizadoras do evento -, e Rafael Mayrink, CEO da Neil Patel Brasil, dividiram o palco para anunciar o que chamaram de da era dos playbooks tradicionais — aqueles manuais de estratégias de marketing e vendas que, por anos, serviram de guia para empresas de todos os tamanhos.

“Os playbooks que geraram crescimento, métodos de marketing e vendas prontos e testados já não funcionam mais. É fundamental que todos entendam esse novo contexto, revisem suas premissas, rituais e processos, e adaptem suas operações com mais frequência”, destacou Avelar.

Uma nova era orientada por IA

A mensagem central do evento foi que a inteligência artificial está redefinindo o marketing. O novo cenário exige adaptabilidade, decisões rápidas e personalização em escala.

“A IA na RD tem a missão de transformar todo usuário em um superusuário dos nossos produtos e permitir a hiperpersonalização de fato, com campanhas cada vez mais individualizadas”, disse o executivo.

Avelar apresentou o conceito de marketing orientado por IA, em que o foco deixa de ser apenas criar campanhas e passa a ser analisar dados, prever comportamentos e reagir em tempo real. Nesse contexto, as empresas que souberem usar a tecnologia para compreender melhor seus públicos terão vantagem competitiva.

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No RD Summit, Rafael Mayrink e Gustavo Avelar destacaram que o marketing precisa abandonar fórmulas prontas e se adaptar à era da IA - Divulgação

Menos tráfego orgânico, mais inteligência de dados

Dados apresentados pela RD Station e pela NP Digital mostraram que o mercado passa por mudanças profundas. O tráfego orgânico vem caindo e os leads estão mais caros, mas a eficiência está migrando para a análise inteligente de dados e o uso de IA generativa.

Segundo o levantamento, 34% dos usuários que fazem buscas online procuram um produto, e 14,1% fecham a compra por meio de canais não rastreados — mostrando que a jornada de compra é mais difusa e menos previsível.

Para enfrentar esse novo cenário, a RD Station apresentou uma série de ferramentas baseadas em IA, como o Radar GEO — que analisa a estrutura de conteúdo de sites e indica o quanto estão preparados para os mecanismos de busca impulsionados por IA — e o Rê da RD, copiloto inteligente que auxilia profissionais de marketing em tarefas de análise e automação.

Adaptação e aprendizado contínuo

O discurso dos executivos reforçou a ideia de que crescer não é mais linear. Avelar defendeu que o futuro do marketing está na inteligência aplicada, não no modismo tecnológico.

“Não se trata de usar IA por modismo, mas de aplicá-la de forma útil e estratégica, junto aos melhores dados, para transformar cada interação em oportunidade. Usar a IA para empoderar as pessoas”, afirmou.

Já Rafael Mayrink, da Neil Patel Brasil, complementou que as antigas fórmulas de sucesso já não garantem resultados em um ambiente digital fragmentado. Para ele, o segredo está em entender o comportamento do consumidor em tempo real e adaptar rapidamente a mensagem e os canais de comunicação.

O desafio de uma nova mentalidade

Mais do que novos produtos, a RD Station quer liderar uma mudança de mentalidade. A empresa aposta em um marketing mais ágil, experimental e centrado em dados, substituindo o antigo manual de regras por uma cultura de aprendizado constante.

“Estamos investindo em IA para habilitar saltos de produtividade e liberar os times para a estratégia”, reforçou Avelar.

Com o tema “Fim dos Playbooks, Início da Era Inteligente”, o RD Summit abriu espaço para reflexões sobre o papel humano na era das máquinas — e sobre como o marketing, mais do que nunca, precisa de criatividade e sensibilidade para acompanhar o ritmo do mundo.

Primeiro dia de debates e palcos cheios

O primeiro dia do RD Summit confirmou o sucesso de público. Os palcos estavam lotados desde as primeiras horas, com uma programação marcada pela diversidade de temas e pela presença de nomes de peso do mercado nacional e internacional.

Entre os destaques, o painel “Sempre foi sobre pessoas: a verdadeira transformação digital”, com Laércio Cosentino (fundador da TOTVS) e Bruno Camargo, teve mediação de Pedro Bial e abordou como a inovação só faz sentido quando coloca as pessoas no centro das estratégias de negócio.

Outro momento de grande repercussão foi a palestra internacional de Neil Redding, que apresentou “O Futuro da IA: Como a inteligência artificial está redesenhando nossas vidas e negócios”, explorando o impacto das novas tecnologias no comportamento humano e nas organizações.

No mesmo eixo temático, o humorista Fabio Porchat trouxe leveza e reflexão ao painel “Influenciar com propósito é a melhor estratégia de marketing que a sua empresa pode ter”, mediado por Giuliana Morrone. A discussão mostrou como, ao mesmo tempo em que cresce a importância das IAs, há também uma personificação crescente da comunicação, com a necessidade de atuar em comunidade para estar mais perto das pessoas.

O RD Summit 2025 segue até sexta-feira (7), com dezenas de palestras, painéis e lançamentos voltados ao futuro do marketing, das vendas e da inovação.

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