Selic estável e corte do Fed criam cenário favorável para investidores no Brasil
Com o aumento da diferença entre as taxas de juros, o Brasil se torna um destino mais rentável para investidores globais em busca de retorno

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As recentes decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, anunciadas na última "Superquarta", trouxeram mensagens claras para o mercado financeiro. Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro manteve a Selic em 15% ao ano, o Federal Reserve (Fed) dos EUA realizou um corte de 25 pontos-base, levando a taxa americana para o intervalo de 4% a 4,25%.
Essa diferença de rumos na política monetária amplia o já elevado diferencial de juros entre os dois países, tornando o Brasil mais atraente para o capital estrangeiro. A avaliação de especialistas é que esse cenário favorece a diversificação de investimentos para economias emergentes e cria uma oportunidade para ativos locais, como as ações da Bolsa de Valores brasileira (B3).
Por que o Brasil mantém a Selic?
Para o economista-chefe da Pequod Investimentos, Diogo Almeida, a decisão do Copom não foi apenas cautela, mas uma tentativa de reforçar a credibilidade da política monetária diante das expectativas de inflação. Com a Selic no maior patamar desde 2006, a estratégia do Banco Central é manter os juros em um nível "contracionista" por um período prolongado para reancorar as expectativas.
Já o corte do Fed nos EUA foi impulsionado pela leitura de que o mercado de trabalho americano está enfraquecendo mais rapidamente do que o esperado. A medida sinaliza uma tendência de enfraquecimento global do dólar e, consequentemente, a valorização de ativos fora do território norte-americano, beneficiando mercados como o brasileiro.
Oportunidade para ativos locais
Com o aumento da diferença entre as taxas de juros, o Brasil se torna um destino mais rentável para investidores globais em busca de retorno. Esse fluxo de capital externo fortalece a B3, que pode encontrar suporte em meio à expectativa de que o Copom só comece a flexibilizar a política monetária em 2026.
A principal mensagem da Superquarta é que, enquanto os Estados Unidos iniciam um ciclo de afrouxamento monetário, o Brasil continua focado em equilibrar os riscos de inflação, ao mesmo tempo em que se posiciona para atrair investimentos em um cenário global de dólar mais fraco.