Desemprego segue em queda no Brasil e chega a 6,2%
A população desocupada (6,8 mi) diminuiu 8,6% (menos 644 mil pessoas) em comparação com o trimestre de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 (7,5 mi)

A taxa de desocupação (6,2%) no trimestre encerrado em maio de 2025 teve variação negativa (-0,6%) frente ao trimestre de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 (6,8%) e caiu 1,0 p.p. ante o trimestre móvel de março a maio de 2024 (7,1%).
A população desocupada (6,8 milhões) diminuiu 8,6% (menos 644 mil pessoas) em comparação com o trimestre de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 (7,5 milhões). No confronto com igual trimestre do ano anterior (7,8 milhões), apresentou queda de 12,3% (menos 955 mil pessoas).
A população ocupada (103,9 milhões) aumentou 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,5% (mais 2,5 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 58,5%, mostrando um incremento de 0,6% no trimestre (58,0%) e variando 1,0 p.p. no ano (57,6%).
O mercado de trabalho manteve-se aquecido e resiliente no trimestre encerrado em maio, afirmou William Kratochwill, analista da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O mercado de trabalho está aquecido e continua resiliente", afirmou o pesquisador. "A economia está seguindo um bom caminho."
Segundo ele, o período de demissões de temporários já passou, mas a série histórica indica uma tendência sazonal de estabilidade na taxa de desemprego nessa época do ano.
"Nesse trimestre normalmente temos taxa estável ou de queda", disse ele. "Com a economia fluindo bem como tem fluído nos últimos trimestres, temos a taxa que é praticamente igual ao último trimestre do ano anterior. Temos o mercado aquecido, com resistência aos problemas externos ao mercado de trabalho."
Questionado sobre o fato de a taxa de desemprego ter descido em maio já ao segundo menor patamar da série histórica, mesmo nível registrado ao fim de 2024, quando sazonalmente o desemprego costuma ser mais baixo no ano, Kratochwill vê influência do bom desempenho da atividade econômica.
"O esperado era que a taxa fosse muito parecida com o trimestre anterior, porque historicamente é o que acontece", lembrou. "O mercado de trabalho em si está numa situação melhor do que esteve nos últimos dez anos", resumiu ele.
Por ora, ele não vê impacto da atual política monetária contracionista sobre o mercado de trabalho.
"Observando os dados, está claro que o mercado de trabalho continua avançando, continua resistindo a essa medida", afirmou Kratochwill. "Os efeitos que podem ter da política monetária são diversos, tem várias linhas de pensamento, cada uma pode dar uma indicação. Aqui os dados não nos permitem fazer essa previsão futura. (...) Mas até hoje a indicação é que o mercado de trabalho está indo bem."
SUBUTILIZAÇÃO
A taxa composta de subutilização (14,9%) caiu 0,8 p.p. no trimestre (15,7%) e 1,9 p.p. no ano (16,8%). A população subutilizada (17,4 milhões) teve redução de 4,8% (menos 879 mil pessoas) no trimestre (18,3 milhões) e recuou 10,5% (menos 2,0 milhões de pessoas) no ano (19,4 milhões).
A população subocupada por insuficiência de horas (4,7 milhões) mostrou expansão de 3,8% (mais 175 mil pessoas) no trimestre e queda de 9,1% no ano (menos 474 mil pessoas). A população fora da força de trabalho (66,7 milhões) não teve variações significativas em nenhuma das duas comparações.
A população desalentada (2,9 milhões) diminuiu 10,6% (menos 344 mil pessoas) no trimestre e 13,1% (menos 434 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados (2,5%) recuou 0,3 p.p. no trimestre (2,9%) e 0,4 p.p. no ano (3,0%).
CARTEIRA ASSINADA
O número de empregados no setor privado com carteira assinada (exclusive trabalhadores domésticos) foi recorde: 39,8 milhões. Houve estabilidade (mais 202 mil pessoas) no trimestre e alta de 3,7% (mais 1,4 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,7 milhões) ficou estável no trimestre e no ano.
O número de empregados no setor público (13,0 milhões) mostrou aumento de 4,9% no trimestre e expansão de 3,4% (mais 423 mil pessoas) no ano.
O número de trabalhadores por conta própria (26,2 milhões) cresceu 1,3% no trimestre e, no ano, subiu 2,8% (mais 724 mil pessoas). Já o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões) apresentou estabilidade no trimestre e no ano.
INFORMALIDADE E RENDIMENTO
A taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada (ou 39,3 milhões de trabalhadores informais), contra 38,1% (ou 39,1 milhões) no trimestre encerrado em fevereiro e 38,6% (ou 39,1 milhões) no trimestre de março a maio de 2024.
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.457) mostrou estabilidade no trimestre e crescimento de 3,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 354,6 bilhões) foi novo recorde, aumentando 1,8% (mais R$ 6,2 bilhões) no trimestre e 5,8% (mais R$ 19,4 bilhões) no ano.
*Com Estadão Conteúdo