Água e saneamento | Notícia

Concessão da Compesa deve ter edital lançado em agosto, mas ainda não é consenso e provoca debates

municípios atendidos pela estatal, está sendo debatido em audiências públicas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e na Câmara dos Deput

Por Adriana Guarda Publicado em 17/06/2025 às 20:00 | Atualizado em 17/06/2025 às 20:08

O governo de Pernambuco trabalha com a expectativa que o edital de concessão dos servços de água e esgoto da Compesa à iniciativa privada aconteça em agosto. Foi o que afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento do Estado, Almir Cirilo, em entrevista recente à Rádio Jornal. A primeira data apostava que o edital sairia entre junho e julho deste ano. 

Mesmo com a previsão de lançamento do edital para o segundo semestre, a concessão da companhia ainda não é consenso. O projeto, que prevê a transferência das atividades de distribuição de água e esgotamento sanitário nos municípios atendidos pela estatal, enfrenta discussões políticas; precisa passar por um rito que prevê audiências públicas, aprovação dos conselhos e comitês nas microrregiões; além de acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Debates e discussões políticas 

Enfrentando resistências, a concessão da Compesa vem sendo debatida em âmbito político. Só no mês de maio foram duas audiências públicas no Legislativo estadual e federal. A Assembeia Legislativa de Pernambuco (Alepe) debateu o impacto dos municípios da comncessão, durante reunião no dia 21 de maio. No dia 26 foi a vez da Comissão de Trabalho da Câmara Federal debater o impacto da concessão para os trabalhadores da companhia. 

 

FASE ATUAL 

A Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco explica que o processo está na fase de convocação dos conselhos participativos e dos comitês técnicos das microrregioes para apreciarem os documentos da proposta de concessão após as contribuições recebidas no período de diálogo público e demais contribuições. As versões finais. 

Após essa fase, os comitês e conselhos emitem pareceres para o colegiado microrregional (composto pelos prefeitos), que apreciam e votam, aderindo ou não ao projeto. Passando pelo colegiado, abre-se o edital do leilão. A partir daí, as empresas interessadas terão um prazo de 90 dias para apresentarem suas propostas. Em seguida acontece o leilão na B3. 

Quase R$ 19 bilhões em investimentos

A concessão será dividida em dois blocos: o da Microrregião de Saneamento Básico RMR-Pajeú, com 161 municípios e cerca de 7 milhões de habitantes, e o da Microrregião do Sertão, com 24 municípios e 700 mil habitantes. No total, o contrato terá validade de 35 anos e prevê investimentos da ordem de R$ 18,9 bilhões.

A empresa vencedora será aquela que oferecer o maior desconto na tarifa de água, limitado a até 5%, conforme o modelo híbrido estabelecido no estudo de concessão. A proposta também inclui metas de universalização e redução de perdas, exigidas pelo novo Marco Legal do Saneamento.

Meta até 2033

Pelas regras da legislação federal, os serviços de abastecimento de água devem atingir 99% da população até 2033, e os de esgotamento sanitário, 90%. Atualmente, os índices de Pernambuco estão em 87% para a água e apenas 34% para o esgoto. O desafio também passa pela redução das perdas hídricas, que hoje chegam a 48%, quase o dobro da meta nacional (25%). Universalizar o serviço de água e esgoto em Pernambuco requer investimento de R$ 35 bilhões. A expectativa é que a niciativa privada entre com quase R$ 19 billhões e o poder público com o restante. 

Compesa continua atuando

Embora a concessão seja discutida há mais de uma década em Pernambuco, o governo estadual faz questão de reforçar que a Compesa não será privatizada. A estatal continuará existindo, com foco na produção de água e segurança hídrica, enquanto a operação da distribuição e do esgotamento será assumida pelo setor privado. 

 

Artes JC
Linha do tempo da Concessão da Compesa - Artes JC

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