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Recife entra no radar global da inovação e estreia em ranking internacional de startups

Além de entrar para a lista, Recife será uma das primeiras cidades brasileiras a receber diagnóstico detalhado, baseado em metodologia internacional

Por Adriana Guarda Publicado em 12/06/2025 às 16:52

Pela primeira vez, a capital pernambucana figura no Global Startup Ecosystem Report (GSER), o mais respeitado relatório sobre ecossistemas de inovação no mundo. Produzido anualmente pela organização internacional Startup Genome, o levantamento foi apresentado nesta quinta-feira (12), durante o Viva Technology, em Paris — um dos maiores eventos de tecnologia do planeta.

Mais do que entrar para a lista, Recife dará um passo importante: será uma das primeiras cidades brasileiras a receber um diagnóstico detalhado, baseado em uma metodologia internacional aplicada em mais de 65 países. Essa nova etapa é fruto de uma parceria entre o Sebrae e a Startup Genome, que pretende aprofundar o entendimento sobre os desafios e potenciais do ecossistema local.

Ranking de ecossistemas de startups na América Latina (Protótipo GSER 2025)

Artes JC
Ranking dos 20 ecossistemas mencionados na pesquisa - Artes JC

Nos rankings regionais do GSER 2025, Recife já aparece entre os 20 principais polos de inovação da América Latina, ao lado de grandes centros brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. A inclusão consolida o papel estratégico da cidade no cenário nacional de startups e mostra que Pernambuco tem se preparado para competir globalmente.

“A presença de Recife neste relatório representa um reconhecimento internacional de que temos vocação, capacidade e maturidade para estar entre os grandes centros de inovação do mundo”, destaca Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae/PE.

Porto Digital: motor da transformação

O protagonismo de Recife não surgiu do acaso. À frente dessa revolução tecnológica está o Porto Digital, parque tecnológico instalado no histórico Bairro do Recife desde o ano 2000. O que começou com duas empresas se transformou em um dos principais hubs de inovação do Brasil, reunindo hoje 475 organizações — entre startups e grandes empresas como Deloitte e Banco do Brasil — e empregando diretamente mais de 20 mil pessoas.

A força do Porto Digital vai além da infraestrutura. O modelo de governança colaborativa entre poder público, setor privado e academia é apontado como um diferencial. Outro trunfo é a formação de talentos: Recife lidera, proporcionalmente, o número de estudantes em cursos de TI no país. A conexão com a cultura local também faz parte desse DNA inovador, com eventos como o REC’n’Play e a requalificação de mais de 150 mil m² de imóveis históricos, que transformaram o bairro em um polo vibrante de criatividade e tecnologia.

O impacto do ecossistema já cruza fronteiras. Em 2024, foi lançado o Porto Digital Europa, em Portugal, com o objetivo de impulsionar a internacionalização das startups brasileiras. No interior do estado, a cidade de Petrolina começa a se destacar como polo de inovação voltado ao agronegócio, especialmente na área de Agtechs.

Diagnóstico internacional 

A entrada de Recife no GSER 2025 também marca o início de uma fase importante para o País. O Sebrae Startups firmou uma parceria com a Startup Genome para aplicar no Brasil uma metodologia de análise já reconhecida internacionalmente. Recife, São Paulo e Florianópolis são as três primeiras cidades a participar dessa fase piloto.

“Vamos utilizar essa metodologia para coletar dados e produzir ainda mais conhecimento sobre nossos territórios. Com isso, teremos bases sólidas para criar estratégias mais eficazes de desenvolvimento”, explica Evelyne Labanca.

A expectativa é que, a partir dessa experiência, a ferramenta possa ser aplicada em outras regiões do País, contribuindo para o fortalecimento de novos ecossistemas de inovação e colocando mais cidades brasileiras no mapa global das startups.



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