COMPLEXO PORTUÁRIO | Notícia

Estudo aponta para competitividade do Porto de Suape para exportar grãos

O porto pernambucano surge como uma alternativa para exportadores e produtores que buscam reduzir seus custos evitando gargalos operacionais

Por JC Publicado em 11/06/2025 às 14:46

Dados de um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa em Logística Agroindustrial - ESALQ-LOG da Universidade de São Paulo (USP) revela a competitividade do Porto de Suape, no litoral pernambucano, para atrair cargas de grãos produzidos no MATOPIBA, região formada pelo estado do Tocantins e partes do Maranhão, Piauí e Bahia.

Isso porque a produção dessa região não para de crescer e os portos do Nordeste, como Itaqui (MA) e Aratu (BA), já registram congestionamentos das operações portuárias fazendo com que o tempo de espera dos navios para carregamento supere os 30 dias.

Além disso, as previsões de expansão da produção sugerem que essas dificuldades tendem a aumentar. Segundo dados do Ministério da Agricultura. a produção de grãos do MATOPIBA, que foi de 35 milhões de toneladas em 2023, deve chegar a 48 milhões em 2033.

“Diante das perspectivas de crescimento constante da produção, Suape surge como uma alternativa para exportadores e produtores que buscam reduzir seus custos evitando os congestionamentos das operações de escoamento do produto registrados atualmente”, afirma Manoel Ferreira, diretor do Grupo Agemar que controla a SUA Granéis, empresa que operada de graneis no porto pernambucano.

Ferreira foi um dos debatedores no painel “Complexo Portuário de Suape como indutor do desenvolvimento regional” realizado durante o IV Fórum de Portos promovido pela Fundação Getúlio Vargas, nesta terça-feira, dia 10, no Rio de Janeiro reunindo especialistas, autoridades e representantes do setor portuário e do comércio exterior.

CUSTO DA EXPORTAÇÃO

O diretor da Agemar destaca que o estudo da ESALQ-LOG, realizado em janeiro deste ano, mostra que o custo total da operação casada de exportação de grãos e importação de fertilizantes para Uruçuí (PI), por exemplo, se realizada por Suape, seria de R$ 1.177,90 contra R$ 1.239,52 se feita pelo Porto de Aratu onde o tempo de espera dos navios para carregamento chega a ser de 21 dias.

No Porto de Itaqui, custo dessa mesma operação, de acordo com o levantamento, era de R$ 1.029,08, mais baixo do que seria em Suape. Contudo, o tempo de espera dos navios chega a 17,8 dias o que implica custos adicionais para importadores e exportadores. “Em Suape, o tempo de espera seria de menos de 24 horas”, afirma o diretor.

Os dados do estudo vieram respaldar a estratégia da SUA Granéis que, em parceria com a direção do porto, vem realizando um intensivo trabalho de divulgação das potencialidades de Suape para atrair as cargas de grãos para Pernambuco.

Como resultado desse trabalho, a empresa tem a expectativa de realizar, de forma experimental, a primeira operação de movimentação de grãos do porto de Suape já no próximo ano. “Estamos em negociação com uma empresa do ramo de alimentos e ingredientes para ração interessada em ganhar agilidade e reduzir os custos operacionais”, afirma Bruno César, diretor da Sulog, empresa do grupo que administra o pátio de triagem responsável pelo disciplinamento do fluxo de caminhões em Suape.

Segundo ele, Suape oferece ainda outras vantagens competitivas para atrair cargas de grãos, como um calado de 17 metros, ampla área disponível para implantação de equipamentos de silagem e localização estratégica em relação aos mercados do Nordeste e da Europa.

O diretor destaca ainda que o terminal da SUA Graneis em Suape possui uma infraestrutura privilegiada para receber as cargas de grãos. “Temos uma área total de 72 mil m² e um armazém de 17 mil m². Além disso, o terminal possui ship loader (carregador de navio) integrado ao armazém com capacidade para movimentar entre 1.000 e 1.500 toneladas de graus por hora ou mais”.

 

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