IPCA | Notícia

Inflação desacelera, mas tem impacto da conta de luz

O grupo Habitação avançou de 0,14% em abril para 1,19% em maio, com alta de 3,62% na energia elétrica residencial, principal impacto no índice do mês

Por JC Publicado em 10/06/2025 às 19:33

A inflação do País desacelerou para 0,26% em maio, recuando 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (0,43%). O resultado mensal foi influenciado, principalmente, pelo avanço no grupo Habitação (1,19% e 0,18 p.p. de impacto), após aumento nos preços da energia elétrica residencial, que passou de -0,08% em abril para 3,62% em maio, devido à mudança na bandeira tarifária. No ano, a inflação acumulada é de 2,75% e, nos últimos 12 meses, de 5,32%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, destaca a influência dos principais grupos de produtos e serviços pesquisados. “Se olharmos para os três principais grupos, Alimentação e bebidas, Habitação e Transportes, que juntos possuem peso de 57% no IPCA, observamos que a desaceleração dos alimentos, que saíram de 0,82% em abril para 0,17% em maio e a queda dos Transportes de 0,37%, acabam por compensar a alta de 1,19% do grupo Habitação, refletindo no resultado final do índice geral”.

O grupo Habitação avançou de 0,14% em abril para 1,19% em maio, com alta de 3,62% na energia elétrica residencial, principal impacto no índice do mês, com 0,14 p.p.. “Além do reajuste em algumas áreas pesquisadas e aumento nas alíquotas de PINS/COFINS, esteve vigente no mês de maio a bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumido”, explica Gonçalves.

ALIMENTAÇÃO

Já o grupo Alimentação e bebidas variou 0,17% em maio (0,04 p.p. de impacto) frente a 0,82% em abril, menor variação mensal desde agosto de 2024, quando havia recuado 0,44%. Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%) e das frutas (-1,67%). No lado das altas destacam-se a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%).

“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na safra de inverno, movimento inverso no caso da batata-inglesa, onde a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, pontua o gerente do IPCA.

Por outro lado, a queda de 0,37% dos Transportes contribuiu para a desaceleração do IPCA de maio, exercendo -0,08 p.p. de impacto, com destaque para os recuos na passagem aérea (-11,31%) e combustíveis (-0,72%). Todos os combustíveis pesquisados registraram recuos em maio: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).

“A queda nas passagens aéreas se deve por ser um período entre as férias de final e início de ano e as do meio do ano, quando as companhias aéreas costumam baixar os preços. Já nos combustíveis, destaque para a redução do álcool hidratado, que é aquele abastecido nos veículos, que sofreu redução na tributação, resultando em um recuo de 5 centavos por litro”, salienta Gonçalves.

As demais variações e impactos no IPCA de maio foram: Saúde e cuidados pessoais (0,54% e 0,07 p.p.); Vestuário (0,41% e 0,02 p.p.); Despesas pessoais (0,35% e 0,04 p.p.); Comunicação (0,07% e 0,00 p.p.); Educação (0,05% e 0,00 p.p.); e Artigos de residência (-0,27% e -0,01 p.p.).

Além de uma estabilidade, inflação fica no campo positivo em todas as localidades pesquisadas

Regionalmente, a maior variação (0,82%) ocorreu em Brasília por conta da alta da energia elétrica residencial (9,43%) e da gasolina (2,60%). A menor variação ocorreu em Rio Branco (0,00%) em razão da queda no ovo de galinha (-9,09%) e no arroz (-6,26%).

Inflação no Grande Recife

A inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR) acelerou para 0,56% em maio, avançando 0,34 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (0,22%). O resultado mensal foi influenciado, principalmente, pelo avanço no grupo Habitação (3,36% e 0,45 p.p. de impacto), seguido do aumento nos preços da Alimentação e bebidas, que passou de 0,64% em abril para 0,81% em maio. No ano, a inflação geral acumulada é de 2,68% e, nos últimos 12 meses, de 4,33%.

A energia elétrica residencial teve um aumento considerável de 7,16% em maio depois da retração de -1,7% na RMR.

Já dentro do grupo de Alimentação e bebidas, contribuíram para o resultado de alta especialmente o aumento da cebola (17,93%) batata-inglesa (13,44%) e tomate (8,98%). No lado das baixas, destacam-se o melão (-13,25%) , a cenoura (6,68%) e melancia (6,46%).

 
 

Compartilhe

Tags