Grupo JCPM 90 anos: Quinta Maria Izabel, um hobby que virou investimento

O empresário João Carlos Paes Mendonça costuma dizer que foi tocado pela emoção quando decidiu investir na produção de vinhos em Portugal, junto com o irmão Reginaldo. Na época em que comprou um apartamento em Lisboa, em 2009, não estava nos seus planos apostar em um novo negócio. A intenção era ter residência fixa para passear com dona Auxiliadora pela Europa.

A presença assídua de João Carlos em Portugal coincidiu com a incursão de Reginaldo pelo mundo dos vinhos. Àquela altura, ele era o primeiro presidente da Associação dos Amigos do Vinho do Recife e sugeriu sociedade ao irmão para comprar uma quinta em terras portuguesas. As primeiras tentativas não deram certo, até surgir uma oportunidade na região do Douro, em 2012.

O dono da propriedade tinha acabado de estruturar a quinta, mas faleceu antes de iniciar a operação do negócio. A vinícola tem 140 hectares, sendo 80 plantados com vinhas de, ao menos, 17 castas. João Carlos ficou fascinado pela beleza do lugar: um céu azul sobre colinas recortadas pelo curso das águas do rio. Assim nasceu Maria Izabel, em homenagem às mulheres do Brasil e de Portugal e, sempre, a dona Maria Auxiliadora.

Nessa nova empreitada, o empresário contou com a experiência de Dirk Niepoort, um português descendente de holandeses, reconhecido como um dos maiores enólogos da Europa. Além de consultor, Dirk se tornou amigo de João Carlos e foi responsável por produzir um vinho que agradasse a portugueses e brasileiros.

Em 2015, o vinho chegou ao mercado, com a venda das primeiras garrafas de tinto, rosé, branco e porto. A produção é comercializada sob os rótulos Quinta Maria Izabel, Maria Izabel e Porto Vintage. Um ano após sua estreia, em 2016, produziu pouco mais de 50 mil garrafas. Na safra de 2022 (considerada uma das melhores em todo setor vitivinicultor de Portugal) chegou a 300 mil unidades.

Mais que um negócio

Sob a gestão da holding JCPM Participações e Investimentos Ltda., a Quinta Maria Izabel tem uma participação pequena no portfólio de negócios do Grupo, mas um valor afetivo simbólico para João Carlos.

“Ter uma quinta como aquela é a melhor coisa do mundo. Ela já me deu muito prazer, muita alegria. Nós chegávamos a reunir 120 pessoas em festas na nossa casa. Eram amigos do Douro, do Alentejo e de Lisboa, sem falar nos brasileiros que também saíam daqui para lá. São momentos de felicidade que guardo”, diz o empresário, que foi convidado para fazer parte da respeitada Confraria de Vinhos do Douro.

Considerada a região vinícola mais charmosa de Portugal, o Douro tem recebido visitantes interessados no enoturismo. Atentos à oportunidade, João Carlos e Reginaldo programam a construção de um pequeno hotel com 16 quartos e conceito de hotel boutique.