CONFLITO POLÍTICO | Notícia

Trump pausa tarifas para 75 países, mas aumenta taxas sobre a China para 125%

Segundo Trump, o aumento na tarifa sobre produtos chineses se dá "devido à falta de respeito que a China demonstrou em relação aos mercados globais"

Por Túlio Feitosa Publicado em 09/04/2025 às 15:06 | Atualizado em 09/04/2025 às 15:19

Presidente dos EUA, Donald Trump anunciou, nesta quarta-feira (9), uma suspensão temporária de 90 dias nas tarifas recíprocas para os países que não retaliaram a decisão, fixiando-as em um limite de 10%. Paralelamente, elevou as tarifas sobre a China para 125%, justificando a medida com uma suposta "falta de respeito" de Pequim com os mercados mundiais.

A decisão reacende as tensões comerciais entre os EUA e a China, com potencial para impactar as cadeias de suprimentos e o mercado financeiro internacional. Enquanto diversos países celebram o alívio temporário, a China responde com firmeza, elevando suas tarifas retaliatórias sobre produtos americanos para 84%.

"Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, do Tesouro e o USTR, para negociar uma solução para os assuntos que estão sendo discutidos em relação a comércio, barreiras comerciais, tarifas, manipulação de moedas e tarifas não monetárias, e que esses países não tenham, por minha forte sugestão, retaliado de qualquer maneira, forma ou jeito contra os Estados Unidos, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com vigência imediata", escreveu Trump no Truth Social.

Escalada da Tensão

O aumento das tarifas para 125% sobre produtos chineses sinaliza uma nova fase na disputa comercial entre as duas maiores economias globais. Trump, em declaração oficial, acusou a China de práticas comerciais desleais e manipulação cambial, reiterando a necessidade de proteger os interesses americanos.

“Não podemos mais tolerar a China se aproveitando dos Estados Unidos”, declarou Trump. “Eles precisam entender que há um novo xerife na cidade.”

A medida é interpretada como uma tentativa de forçar a China a renegociar acordos comerciais e alinhar suas práticas às demandas americanas por maior equilíbrio e justiça no comércio internacional.

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China reage a aumentos

Em comunicado oficial, o governo chinês classificou a ação de Trump como "protecionista e unilateral" acusando os EUA de desrespeitar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"A China se opõe firmemente a essas medidas e tomará todas as ações necessárias para proteger seus legítimos interesses", afirmou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês.

O aumento das tarifas retaliatórias sobre produtos americanos para 84% demonstra a determinação chinesa em não ceder às pressões americanas. A medida deve afetar principalmente produtos agrícolas, como soja e milho, além de bens industriais e de consumo.