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Bienal Internacional do Livro de Pernambuco celebra 30 anos com recorde de público e mais de R$ 30 milhões em vendas

Edição comemorativa reuniu mais de 400 autores e cerca de 300 mil visitantes no Centro de Convenções, consolidando o evento como o maior do Nordeste

Por JC Publicado em 12/10/2025 às 19:40

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Neste domingo (12), a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco encerrou sua 15ª edição, marcada por recordes e pela celebração dos 30 anos do evento. Ao longo dos dez dias de programação da Bienal, mais de 300 mil visitantes compareceram no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O evento também registrou a marca de mais de R$ 30 milhões movimentados em vendas e negócios.

Com o tema “Ler é sentir cada palavra”, a Bienal de 2025 ampliou sua estrutura, programação e alcance. Foram 600 editoras nacionais e internacionais, 420 horas de conteúdo e sete espaços de atividades. A programação reuniu nomes como Mia Couto, Itamar Vieira Junior, Aline Bei, Raphael Montes, Daniel Munduruku e Raimundo Carrero, além de promover uma ampla diversidade temática, com debates sobre literatura negra, regionalismo, realismo mágico e o mercado editorial contemporâneo.

Expansão e diversidade

Para atender à crescente demanda de público, a Bienal ganhou novos espaços, como o auditório Conversas ViaOmar, criado para ampliar a capacidade de encontros com autores. A Bienalzinha, voltada ao público infantil, também cresceu e registrou 135 horas de atividades educativas e lúdicas.

A feira incluiu ainda um recorte dedicado à literatura de fé, com participação de editoras religiosas, e à produção independente, por meio da Mostra de Publicações Independentes (MOPI), que reuniu editoras autorais e coletivos literários de Pernambuco e de outros estados.

De acordo com o produtor Rogério Robalinho, da Companhia de Eventos, a edição superou as expectativas. “Foi uma Bienal marcada pelo engajamento do público e pela consolidação do evento como um espaço de encontro e de valorização do livro”, afirmou.

Resultados positivos para o mercado editorial

O desempenho de vendas foi comemorado por editoras e livrarias participantes. A Editora Fruto Proibido, especializada em romances eróticos femininos, esgotou títulos já nos primeiros dias. No estande do Grupo Aleph, o movimento também superou o previsto, refletindo o crescimento do interesse por obras de ficção científica.

A Livraria Paulus registrou aumento de sete vezes nas vendas em comparação com a edição anterior, e a Livraria Bereia destacou o impacto do cashback literário, que devolveu parte do valor do ingresso em crédito para compra de livros. O Espaço Leia Mais, voltado a autores independentes, registrou resultados expressivos de público e vendas.

Entre os expositores locais, a Cia do Livro, de Igarassu, relatou alta procura por títulos de autores como Colleen Hoover e Raphael Montes. Já a livraria Palavra Encantada, presente desde a primeira edição, destacou as melhorias na estrutura e na acessibilidade. "A sensação é de dever cumprido", avaliou Ednilson Xavier, proprietário.

Sustentabilidade e inclusão

A edição de 2025 foi a primeira Bienal carbono zero do país, com neutralização certificada pela Novo Olhar Sustentabilidade. O processo incluiu o plantio de mudas de mangue-vermelho no estuário do rio Maracaípe, em parceria com o Projeto Remanguezar.

O evento também reforçou medidas de acessibilidade, com adaptações no pavilhão, empréstimo gratuito de cadeiras de rodas, intérpretes de Libras, visitas guiadas com audiodescrição e o Lugar de Acesso, espaço dedicado à inclusão de pessoas com deficiência e neurodivergentes.

Três décadas de história

Realizada com incentivo da Lei Rouanet, patrocínio da Petrobras e apoio de Banco do Nordeste, Itaú Unibanco, Sesc, Sebrae, Sudene, Odilo e das Secretarias de Educação do Estado e do Recife, a Bienal é organizada pela Cia de Eventos, em parceria com a Ideação e a Vox Produções.

Para o produtor Guilherme Robalinho, o saldo positivo reflete o amadurecimento do evento.

"É o resultado do esforço conjunto de expositores, público e equipe para consolidar a Bienal como referência cultural e econômica no país", afirmou.

Com 30 anos de trajetória, a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco reafirma seu papel como vitrine da literatura brasileira, espaço de formação de leitores e motor da economia criativa nordestina.

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