Pernambucano torna-se o primeiro brasileiro a receber a Medalha de Ouro Mozart, em Viena
Flautista James Strauss recebeu honraria da Mozart Gemeinde Wien após gravações da obra de Mozart para flauta; Músico também concorre ao Grammy Latino

Natural de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, o flautista James Strauss tornou-se o primeiro brasileiro a receber a Medalha de Ouro Mozart, concedida pela Mozart Gemeinde Wien, neste mês de junho.
A honraria foi conferida em reconhecimento à gravação da obra de Mozart para flauta, um trabalho que começou com o álbum "James Strauss – Mozart Concertante" (2022).
Criada em 1973, essa medalha foi concedida apenas 10 vezes até hoje. Fundada em 1913, a Mozart Gemeinde Wien é a mais antiga sociedade especializada na obra do compositor Mozart no mundo.
Medalha Mozart não era entregue há 24 anos


Nos primeiros 27 anos de existência, a Medalha foi concedida a nomes como Karl Böhm, pioneiro nas gravações integrais das óperas de Mozart; a Orquestra Filarmônica de Viena; Leopold Nowak, musicólogo fundamental para a compreensão da obra mozartiana; e Erik Werba, pianista e pedagogo que formou gerações de intérpretes.
A retomada da concessão da medalha em 2024, após 24 anos de interrupção, representa uma mudança na perspectiva da Mozart Gemeinde Wien sobre a universalidade da música de Mozart.
Em entrevista ao JC, o músico afirmou que a medalha foi uma grande surpresa. "Cheguei em Viena no meio da pandemia e decidi gravar um disco com a obra de Mozart porque queria fazer algo quando estavam todos parados. A gente trabalha sem saber muito bem o que vai ganhar e quando vemos um reconhecimento assim, é uma alegria enorme. Significa que estamos no caminho certo."
Pernambucano concorre ao Grammy
Neste ano, Strauss também concorre ao Grammy Latino na categoria música clássica com o álbum "PromeNadia Ecuatoriana". O flautista celebrará seus 50 anos com um concerto no Golden Hall do Musikverein, em Viena, no dia 15 de novembro.
Antes disso, sua agenda inclui uma importante turnê pelo Brasil, com concertos em João Pessoa e no Recife, além de apresentações em Praga. As datas da capital pernambucana ainda não foram fechadas.
Trajetória
James Strauss iniciou sua trajetória musical no Escola de Criatividade Musical, localizado na Rua da Aurora, no Recife, e seguiu para o Conservatório Pernambucano de Música, onde também atuou como professor durante dois anos. Ele renunciou ao cargo ao receber uma bolsa para estudar em Paris, na França.
"A responsável pelas minhas primeiras oportunidades profissionais no Recife foi Elyanna Caldas, a grande dama do piano pernambucano, que faleceu recentemente. Ela foi diretora do conservatório e, quando fiz curso para ser professor, foi quem me contratou e acreditou no meu potencial", diz James.
Artista da gravadora Universal Music Group, James lançou uma coleção de CDs e prepara outros três para 2025: Projeto Carl Nielsen, As Quatro Estações de Vivaldi e Tributo a J.S. Bach. Atualmente radicado em Viena, Strauss desenvolve carreira como solista, recitalista, músico de câmara e professor.