Famoso por transformar lixo e comida em arte, Vik Muniz traz sua maior exposição ao Recife
"A Olho Nu" fica em cartaz no Instituto Ricardo Brennand, percorrendo arco temporal dos anos 1980 até os dias atuais, com mais de 200 trabalhos

Internacionalmente famoso por obras feitas com materiais inusitados, como lixo, restos de demolição e chocolate, o artista plástico Vik Muniz traz ao Recife sua maior e mais abrangente exposição organizada até o momento.
"A Olho Nu" estreia nesta sexta-feira (13/06) e fica em cartaz até o dia 31 de agosto no Instituto Ricardo Brennand, na Zona Oeste da capital. O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 17h (última entrada às 16h30). Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), à venda no site ou na bilheteria.


A exposição percorre um arco temporal que vai dos anos 1980 até os dias atuais, com mais de 200 trabalhos, incluindo obras famosas como "Duas vezes Mona Lisa" (1999), feita com manteiga de amendoim e geleia, e "Medusa Marinara" (1997), composta por um prato de macarrão com molho. A mostra ocupa a Galeria Lourdes Brennand, que tem quase mil metros quadrados de área.
Usando materiais diversos, Vik recompõe paisagens, retratos e imagens icônicas retiradas da história da arte e do imaginário da cultura visual, propondo novos significados para formas e materiais.
Obra inédita





Vik também criou uma obra inédita para esta exposição: "Concretismo Clássico" (2025), da série Relicário. Feita em mármore, quartzito e granito, a peça faz alusão aos seus trabalhos iniciais, de caráter tridimensional, e às esculturas presentes no próprio Instituto Ricardo Brennand.
No Octógono, espaço dentro da Galeria Lourdes Brennand, haverá uma linha do tempo e a exibição de um vídeo com depoimentos do artista.
Aproximação do universo popular


O curador Daniel Rangel, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia e parceiro de longa data do artista, destaca que a mostra também aproxima a produção de Vik do universo (pop)ular, tão presente na cultura nordestina.
Isso se manifesta tanto pelo uso de elementos do cotidiano quanto pela maneira como são organizados ou pelas imagens que evocam. "Uma amálgama de temas, cores e materiais que pode ser observada em feiras livres, nas ruas e calçadas, nos bairros e festas populares, nas gambiarras, nos filmes da televisão, na liberdade das composições e na imaginativa criatividade do povo nordestino", afirma.
Mais obras


Além das obras iniciais de Vik Muniz, dos anos 1980, algumas das 37 séries de obras que serão exibidas são:
- "Imagens de arame";
- "Imagens de linha";
- "Crianças de açúcar";
- "Imagens de terra";
- "Imagens de chocolate", dos anos 1990;
- "Imagens de caviar";
- "Imagens de diamantes";
- "Pictures of Earthworks";
- "Imagens de sucata";
- "Imagens de lixo", dos anos 2000;
- "Dinheiro Vivo" (2022 e 2024).
O curador define Vik Muniz como "um ilusionista, um mágico na construção de imagens que não existem, mas que se tornam reais".
"Suas obras possuem camadas que tensionam diferentes questões de cunho poético – aspectos formais e processuais – e político, por meio das abordagens e relações que estabelece com o sistema da arte", continua.
"As obras dialogam com essas camadas do cotidiano, atravessando os espectadores por meio de um encantamento visual e um deslumbramento processual que despertam distintas interpretações cognitivas, sentimentos de afetividade e pertencimento."
Trajetória
Natural de São Paulo, Vik Muniz tem ateliês no Rio de Janeiro, em Nova York e em Salvador.
O artista também se destaca pelos projetos sociais que coordena, utilizando a arte e a criatividade como ferramentas de transformação em comunidades brasileiras. Seus trabalhos frequentemente buscam dar visibilidade a grupos marginalizados da sociedade. A relação completa de suas exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, pode ser acessada clicando aqui.
"A obra de Vik Muniz convoca o nosso olhar a revisitar os silêncios sociais que atravessam as diferentes desigualdades do Brasil. Trazer esta exposição para Pernambuco reforça o compromisso do Instituto Ricardo Brennand com a promoção da arte e da cultura brasileiras, fazendo circular no Nordeste a retrospectiva de um dos artistas mais reconhecidos da arte contemporânea mundial”, afirma Nara Galvão, diretora do Instituto RB.
A exposição "Vik Muniz – A Olho Nu" está com agendamento aberto para visitas escolares. Instituições públicas e privadas interessadas devem entrar em contato com o setor educativo do Instituto, pelos telefones (81) 2121-0365 / (81) 2121-0352.
SERVIÇO
Exposição "Vik Muniz – A Olho Nu"
Onde: Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea, Recife)
Quando: 13 de junho a 31 de agosto de 2025
Funcionamento (horário estendido): terça a domingo, das 10h às 17h (última entrada às 16h30)
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia), à venda no www.institutoricardobrennand.org.br.
Informações: (81) 2121-0365/0334