Alessandra Negrini traz seu primeiro monólogo ao Recife: conheça 'A Árvore' e veja ingressos
Atriz vive mulher em processo de reflexão após ganhar pequena planta e ver-se sozinha com ela em seu apartamento; sessões ocorrem no Parque

O monólogo "A Árvore", com Alessandra Negrini, chega ao Recife nesta sexta-feira (16) e sábado (17), às 20h, no Teatro do Parque. Esse é o primeiro solo da atriz, que dá voz a uma mulher em processo de reflexão depois de ganhar uma pequena planta e ver-se sozinha com ela em seu apartamento.
O trabalho tem dramaturgia de Silvia Gomez, também estreando em monólogo, direção de Ester Laccava e produção de Gabriel Fontes Paiva e Alessandra Negrini.
A peça surgiu durante a pandemia de forma on-line e, depois, virou um longa-metragem que está sendo distribuído pela O2 Filmes. No teatro, estreou no último dia 15 de agosto, no Centro Cultural São Paulo.
'Testemunho de ver o seu corpo se transformando'


Em cena, Alessandra Negrini dá vida à personagem A., que, sozinha em seu apartamento, dirige-se a um interlocutor não identificado para fazer o relato de uma viagem interior iniciada quando ela ganha uma pequena planta de uma vizinha.
Certo dia, ao tentar limpar sua estante, A. se vê presa à planta por um fio de cabelo e submerge em um estranho processo, no qual observa seu corpo transformar-se lentamente em algo que desconhece.
Despedindo-se de sua forma humana, tomada de novas sensações e percepções, A. ora narra fatos de seu cotidiano, ora se entrega a reflexões diversas, que transitam entre o lírico e o cômico. Uma experiência extraordinária, a um só tempo particular e coletiva.
"A Árvore é um relato. Um relato de amor. A personagem nos conta a sua história, a sua aventura mais íntima e nos oferece o testemunho de ver o seu corpo se transformando em algo outro", diz Alessandra Negrini.
"As angústias e as alegrias dessa viagem viram palavras e imagens potentes que ela mesma cria. É uma escrita performática, uma página, uma peça, uma narrativa dessa metáfora de virar algo que não é mais si mesmo. A ideia de virar uma árvore lhe parece bela e necessária e não há mais como escapar", complementa.
Texto
"A Árvore" também é o primeiro monólogo escrito por Silvia Gomez, que teve sua inspiração para criar a personagem a partir de uma imagem.
"Um dia, regando uma planta na estante, vi um fio do meu cabelo preso a ela. Pedi para meu filho fotografar e transformei o episódio em textos. Nesta peça, ele disparou a cena da metamorfose, elaborando a sensação de certa forma delirante de ter sido agarrada por aquela planta, como se ela tivesse algo a dizer", revela.
Outra inspiração para a criação do texto veio de livros como "Revolução das plantas", do biólogo Stefano Mancuso. Para a autora, a peça faz questionamentos sobre nossa relação de amor e ruínas com a natureza e nosso planeta. "Mancuso fala sobre adotar a metáfora das plantas para pensar nosso futuro coletivo. Olhar para elas como forma de buscar novas perguntas – e respostas – para essa relação em vias de esgotamento", acrescenta.
Mirella Brandi (luz), Camila Schimidt (cenário), Ana Luiza Fay (figurinos) e Morris (trilha sonora) completam a equipe de criativos.
Trajetória
"A Árvore" foi convidado para participar do Festival MujeresenEscena por La Paz, na Colômbia, em 2021, e também fez parte da programação da MOBR em Portugal e da Mostra Internacional de Teatro - MIT-SP.
Também em 2021, o texto da peça foi publicado pela Editora Cobogó. Em 2024, foi apresentado no Encuentro Internacional de Artes Escénicas Expandidas Yvyrasacha, em La Paz, Bolívia, e lido no Encuentro Iberoamericano de Dramaturgia, no evento Punto Cadeneta Punto, organizado por Umbral Teatro em Bogotá, Colômbia.
SERVIÇO
A Árvore, de Silvia Gomez
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quando: 16/05 (sexta) e 17/05 (sábado), às 20h
Quanto: de R$ 25 a R$ 100, à venda no Sympla