JUSTIÇA | Notícia

Caso Miguel completa cinco anos sem conclusão: 'eu preciso que isso se acabe para viver o luto do meu filho', diz Mirtes Renata

Apesar de ter sido condenada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), em 2022, Sarí Corte Real segue respondendo em liberdade

Por Filipe Farias Publicado em 02/06/2025 às 21:05

No dia em que se completa cinco anos da morte do menino Miguel, familiares e amigos realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira (2), em frente ao prédio onde ocorreu a tragédia, no bairro de São José, na Região Central do Recife. Com sentimento de indignação e injustiça, os presentes na manifestação cobraram agilidade do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para decretar a prisão de Sarí Corte Real, condenada em 2022, mas que segue respondendo em liberdade.

"Dia triste, pois completa cinco anos que vivo sem meu filho e, enquanto isso, aqui nesse prédio onde ocorreu o crime, local onde a criminosa mora, ela segue vivendo a vida dela como se nada tivesse acontecido. Estamos aqui para lembrar dos cinco anos da morte de Miguel, mas também para cobrar o Tribunal de Justiça de Pernambuco mais celeridade ao caso dele. Eu preciso que isso se acabe, que seja feita justiça para que eu possa viver o luto pela morte do meu filho, porque eu não vivi o luto. Eu estou lutando desde o dia que aconteceu essa tragédia com a vida do meu filho", cobrou Mirtes Renata, mãe de Miguel.

JAILTON JR./JC IMAGEM
Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM
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Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM
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Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM
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Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM
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Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM
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Cinco anos sem Miguel: protesto cobra justiça e mantém viva a memória do menino - JAILTON JR./JC IMAGEM

A advogada da família de Miguel, Marília Falcão, ressaltou que vem trabalhando para que Sarí Corte Real comece a cumprir a pena em regime fechado, já que existe uma condenação julgada pelo TJPE. "Juntamos uma petição reiterando o pedido de embargo de declaração e foi aberto o prazo para a defesa de Sarí juntar os embargos. Isso já foi feito e a petição foi distribuída no âmbito do segundo grau para uma procuradora. Ela tem um prazo até 10 de junho para se pronunciar dando ciência ao acórdão ou juntando os embargos com o parecer do Ministério Público. A gente espera que seja feita a justa responsabilização criminal, pois já temos hoje uma sentença em regime inicial fechado... E mesmo estando em grau de recurso, a ré precisa dar cumprimento da sentença contra ela", declarou a advogada.

Crítica ao TJPE

Para Mirtes Renata, o Tribunal de Justiça de Pernambuco tem demonstrado desinteresse para concluir o caso e decretar a prisão de Sarí Corte Real. "Primeiro foi reduzida a pena dela, segundo que mesmo condenada ela segue solta. Sarí vive uma vida confortável, viajando de avião, passeando em shopping, fazendo faculdade... Que criminoso leva uma vida dessas? O judiciário pernambucano está beneficiando Sarí Corte Real. Se fosse eu que tivesse deixado a filha dela sozinha no elevador e terminasse da forma que terminou, como foi com a vida do meu filho, eu já estaria presa", acusou a mãe de Miguel.

Por fim, Mirtes se emocionou ao lembrar do pequeno Miguel. "Se meu filho estivesse comigo, ele estaria com 10 anos e, em novembro, completaria 11 anos. Já seria um pré-adolescente, mas infelizmente isso foi tirado de mim, de ver meu filho crescer", disse bastante emocionada. "Toda vez que há uma movimentação sobre o caso, que acontece alguma coisa, é um dedo na minha feriada e eu preciso que isso se acabe. Eu quero justiça", exigiu Mirtes Renata.

Em maio de 2022, Sarí foi condenada a oito anos e meio de prisão por abandono de incapaz com resultado de morte. Porém, no ano seguinte, o TJPE concedeu a redução da pena para 7 anos.

Também durante o curso do processo, a Justiça do Trabalho em Pernambuco reduziu de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão a indenização que deve ser paga por Sarí e o marido, Sergio Hacker, ex-prefeito de Tamandaré, à família de Miguel.

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