VIOLÊNCIA |

Após 3 meses, morte de folião na saída do Galo da Madrugada continua impune

Polícia ainda não esclareceu quem foi o autor do homicídio de João Amâncio Neto, 32 anos, após suposta discussão. Parentes afirmam que era um policial

Por Raphael Guerra Publicado em 28/05/2025 às 10:40

Às vésperas de completar três meses, o assassinato do caldeireiro João Amâncio Neto, de 32 anos, continua impune. A Polícia Civil de Pernambuco ainda não esclareceu quem foi o autor do crime, ocorrido após o desfile do Galo da Madrugada, na área central do Recife, em 1º de março. 

Revoltados com a demora das investigações, parentes e amigos da vítima protestaram em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, na última segunda-feira (26). Com faixas e cartazes, cobraram respostas e pediram mais agilidade na conclusão do inquérito. 

Na época do crime, testemunhas contaram que um amigo de João teria esbarrado em uma foliã, que reagiu e deu início a uma discussão na Avenida Sul, na altura do bairro do Cabanga. O caldeireiro teria se aproximado para intervir e acabou atingido por um tiro no tórax supostamente disparado pelo companheiro da mulher. O amigo de João também foi baleado no queixo.

Familiares de João disseram à imprensa que o responsável pelos tiros teria sido um policial e que ele teria sido abordado e liberado por militares que faziam ronda no local após mostrar uma carteira, semelhante a um distintivo policial. 

Os mesmos policiais, segundo as testemunhas, prestaram socorro às vítimas. João Amâncio foi colocado no porta-malas da viatura e encaminhado ao Hospital da Restauração, no bairro do Derby, onde morreu.

No mesmo dia, esses policiais prestaram esclarecimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas negaram ter abordado e liberado o autor do crime. 

A vítima, fantasiada do personagem Fred Flintstone, estava com familiares e amigos no Galo da Madrugada. Moradores do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, eles haviam fretado um ônibus para levá-los para a folia.  

João deixou esposa, com quem vivia havia cerca de 12 anos, e dois filhos - sendo um de 12 e outro de cinco anos. 

A morte está sendo investigada pela 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP. A coluna solicitou à Polícia Civil atualizações sobre o caso e aguarda retorno. 

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