JUSTIÇA | Notícia

Policial penal acusado de matar professor de dança em Olinda vai a júri popular

De acordo com denúncia do MPPE, Claudomerisson José do Nascimento cometeu o crime após uma briga de trânsito. Defesa do réu ainda pode recorrer

Por Raphael Guerra Publicado em 23/05/2025 às 11:46 | Atualizado em 23/05/2025 às 11:49

O policial penal Claudomerisson José do Nascimento, de 55 anos, acusado de matar o professor de dança Marlon de Melo de Freitas da Luz, 31, durante briga de trânsito em Olinda, vai a júri popular. A decisão judicial, obtida com exclusividade pela coluna Segurança, foi publicada nesta sexta-feira (23). A defesa ainda pode recorrer. 

"A prova testemunhal produzida na fase extrajudicial e judicial relata as circunstâncias do crime e os indícios da autoria. Dentre os vários depoimentos prestados em juízo, as testemunhas relataram que, segundo tiveram conhecimento, o caso não se tratou de uma tentativa de assalto, mas sim de uma discussão de trânsito que resultou na morte da vítima", pontuou a juíza Carolina de Almeida Pontes de Miranda, na decisão.

Claudomerisson responde por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de arma de fogo e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). 

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), as investigações da polícia indicaram que o crime, ocorrido na manhã de 4 de maio de 2024, foi motivado por uma briga de trânsito na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos.

Durante a discussão, a vítima teria xingado o acusado. Uma câmera de segurança gravou imagens e áudios da confusão, ajudando a polícia a esclarecer o caso. A gravação ainda mostrou o momento em que o policial penal aparece fugindo do local com a arma de fogo na cintura.

Marlon foi baleado no tórax e no braço. O primeiro tiro perfurou o pulmão e se alojou na coluna dele. Após quatro dias internado, o professor faleceu no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Marlon deixou esposa e uma filha de 7 anos.

Na decisão de levar o réu a júri popular, a magistrada também determinou que ele permaneça preso preventivamente enquanto aguarda julgamento.

"Entendo que bem persistem os fundamentos determinantes à medida constritiva, especialmente à garantia da ordem púbica, notadamente por considerar a periculosidade do agente, evidenciada na gravidade concreta do crime e na forma pela qual, em tese, foi praticado (...)", disse.

POLICIAL PENAL ALEGOU QUE HOUVE TENTATIVA DE ASSALTO

Segundo relatos de amigos e familiares, Marlon havia encerrado uma aula e voltava para casa de moto quando o crime ocorreu. O policial penal deu outra versão à polícia.

No mesmo dia em que atirou na vítima, ele se dirigiu até o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Ele prestou uma queixa contra a vítima, alegando que teria sofrido uma tentativa de assalto e que agiu em legítima defesa.

Mas a análise das câmeras de segurança derrubou a versão. Quatro dias depois, diante da repercussão do caso, Claudomerisson se apresentou na 9ª Delegacia de Homicídios, permaneceu em silêncio no depoimento, teve a arma de fogo apreendida e foi liberado. Posteriormente, ele foi preso. 

Claudomerisson atua na Paraíba. Na época do crime, um procedimento administrativo foi instaurado para apurar a conduta dele, mas não há informações se houve conclusão. 

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