VIOLÊNCIA | Notícia

MPPE denuncia mulher acusada de matar criança de 2 anos em Tabira, Sertão de Pernambuco

Giselda da Silva Andrade vai responder por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e tortura. O marido foi linchado no dia da prisão

Por Raphael Guerra Publicado em 09/05/2025 às 10:32 | Atualizado em 09/05/2025 às 11:40

Após quase três meses do crime, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou a mulher acusada de matar o menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, no município de Tabira, no Sertão de Pernambuco. A denúncia foi encaminhada à Justiça na quinta-feira (8). 

De acordo com o MPPE, Giselda da Silva Andrade, de 30 anos, vai responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e uso de meio cruel), estupro de vulnerável e tortura. Ela permanece presa aguardando julgado. 

O companheiro dela, Antônio Lopes Severo, 42, também acusado pelo crime, foi linchado depois de ser retirado de uma viatura policial por moradores da cidade após a prisão, na noite de 18 de fevereiro. 

Arthur foi encontrado bastante ferido dois dias antes. Ele estava sob a guarda do casal, a pedido da mãe, que teria viajado a trabalho. Uma vizinha fez o socorro e acionou a polícia. O menino acabou não resistindo e morreu no mesmo dia.

"Consta nos autos que a vítima foi submetida, de forma reiterada e cruel, a agressões físicas, maus-tratos, privação de cuidados e abuso sexual, culminando em sua morte por asfixia mecânica e traumatismo craniano", afirmou o MPPE, em nota. 

O casal acabou capturado na zona rural de Carnaíba, no Sertão. No caminho até a Delegacia de Tabira, houve o linchamento de Antônio. Giselda também ficou ferida. 

"As provas testemunhais revelam que a acusada mantinha conduta sistemática de violência contra a vítima, utilizando-se de sua posição de guardiã de fato para aplicar castigos físicos cruéis e injustificáveis", disse outro trecho da nota do MPPE. 

INVESTIGAÇÃO DE LINCHAMENTO

Após o linchamento do acusado, a Polícia Civil instaurou outro inquérito para investigar os responsáveis pelo crime. O caso segue sob investigação. 

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social também instaurou procedimento para identificar se houve falhas dos policiais envolvidos na operação que prendeu o casal. Ainda não houve conclusão da apuração. 

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