"Crime contra a população": governo usa notificações médicas para rastrear bebidas com metanol e punir criminosos

Ministro Padilha frisa que notificação de casos suspeitos de intoxicação agiliza identificação da origem da bebida e acionamento de autoridades

Por Cinthya Leite Publicado em 07/10/2025 às 20:05 | Atualizado em 07/10/2025 às 20:12

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Em meio ao aumento de casos de intoxicação de intoxicação por metanol após consumo de bebidas adulteradas, o governo federal transformou as notificações médicas em uma ferramenta de investigação. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cada caso registrado ajuda a mapear a rota do metanol e chegar aos criminosos responsáveis pelas bebidas "batizadas". 

Padilha recomenda que os profissionais de saúde realizem o registro a partir da suspeita, sem aguardar a confirmação laboratorial. Ele também destacou a necessidade de se identificar e punir os responsáveis pela bebidas "batizadas" com metanol, que têm levado a diversas internações no Brasil e mortes. 

De acordo com o ministro, a notificação de todos os casos suspeitos de intoxicação é uma medida que ajuda a agilizar a identificação da origem da bebida consumida e a acionar as autoridades competentes. "Ajudará a gente a encontrar e punir os criminosos que estão cometendo esse crime contra a população."

Ação conjunta e investigação

Assim que um caso é notificado, inicia-se um processo de investigação conjunta entre o Ministério da Saúde e as forças de segurança, incluindo a Polícia Civil e a Polícia Federal. O objetivo é rastrear a origem da bebida adulterada, seja em festas, distribuidores clandestinos ou pontos de venda irregulares, para identificar e responsabilizar os envolvidos.

Padilha ressaltou que o governo está determinado a descobrir onde as bebidas foram adquiridas e garantir a punição dos responsáveis.

Tratamento garantido no SUS

Paralelamente às ações de investigação, o Ministério da Saúde anunciou o reforço do estoque estratégico de etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol.

Serão distribuídas 12 mil ampolas do medicamento para os centros de referência em toxicologia e hospitais universitários de todo o País. A medida busca garantir resposta rápida aos casos suspeitos e evitar mortes decorrentes da contaminação.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhou aos gestores estaduais e municipais a lista das 609 farmácias de manipulação no Brasil habilitadas a produzir etanol farmacêutico, a fim de facilitar a aquisição do produto pelos Estados e municípios.

Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento com etanol farmacêutico está assegurado em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com orientação e acompanhamento dos Centros de Referência em Toxicologia. O uso do antídoto deve sempre ocorrer sob prescrição médica e monitoramento especializado.

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