Rede estadual de saúde em Pernambuco: quando procurar UBS, UPA, UPAE ou hospitais
Sistema de saúde estadual vai da atenção primária ao atendimento de alta complexidade, com serviços especializados e regulação de leitos

Quando procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), uma UPA, uma UPAE ou um hospital de alta complexidade? Essa é uma dúvida recorrente entre muitos usuários da rede pública de saúde em Pernambuco.
O Estado conta com uma estrutura que vai desde a atenção primária, responsável pelo acompanhamento contínuo da população, até serviços de alta complexidade, destinados aos casos mais graves e especializados.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), o primeiro passo deve ser buscar a atenção primária, oferecida nas UBS, onde as equipes de saúde da família fazem o acompanhamento regular, tratamento de doenças crônicas, vacinação, pré-natal e cuidados gerais.
“A atenção primária é reconhecida internacionalmente como o espaço capaz de resolver até 85% dos problemas de saúde da população", explica Rafaela Niels, diretora da Atenção Primária da SES-PE.
"Se um paciente tem, próximo de sua casa, uma unidade de saúde da família, ele deve ser acompanhado pela equipe desta unidade durante toda a vida. Isso reduz filas nas UPAs e nos hospitais, diminui casos de agravamento e melhora a qualidade de vida”, completa.
Quando o problema exige atendimento imediato, como fraturas, infartos ou ferimentos que precisam de sutura, o paciente deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Esses serviços funcionam para urgências e emergências de média complexidade, que não podem esperar uma consulta agendada.
“É aquela situação de emergência, como quando você quebra uma perna, precisa fazer uma sutura, sofre um infarto. Infelizmente, muitas pessoas buscam a UPA sem necessidade, o que sobrecarrega o serviço e prejudica quem realmente precisa de atendimento imediato”, alerta Adriana Bezerra, diretora de Assistência Integral à Saúde.
Quando procurar a UPAE?
As Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs) oferecem consultas com médicos especialistas, além de exames e alguns procedimentos. Esse atendimento não é de demanda espontânea. O paciente deve ser encaminhado pela UBS após avaliação.
Já a UPAE-R, especializada em reabilitação, atende principalmente idosos, oferecendo serviços como fisioterapia, hidroginástica, terapia ocupacional e acompanhamento multiprofissional.
Hospitais para alta complexidade
Quando o quadro clínico exige atendimento de alta complexidade, como traumas graves, neurocirurgias ou obstetrícia de alto risco, o paciente é encaminhado via Central de Regulação de Leitos.
Isso significa que não há “porta aberta” nesses hospitais, exceto em casos específicos, como a UTI Obstétrica.
Entre os principais hospitais da rede estadual estão:
- Hospital da Restauração (HR): referência no Norte e Nordeste em trauma, neurologia, ortopedia e cirurgia geral;
- Hospital Getúlio Vargas (HGV): especializado em cirurgia geral, vascular, urologia e bucomaxilofacial;
- Hospital Otávio de Freitas (HOF): focado em cardiologia, neurologia, clínica médica e pediatria;
- Hospital Regional do Agreste (HRA): atende casos de trauma e cirurgias de média e alta complexidade para o Agreste e parte do Sertão;
- Hospital Barão de Lucena (HBL): referência em obstetrícia de alto risco, pediatria, oncologia e hemodiálise;
- Hospital Agamenon Magalhães (HAM): especializado em cardiologia, otorrinolaringologia e maternidade de alto risco;
- Hospital da Mulher do Agreste: focada em obstetrícia de alto risco, a unidade conta com UTI neonatal e adulta, ambulatórios especializados e exames como ultrassom, tomografia e mamografia.
Como funciona a regulação de leitos?
A Central de Regulação de Leitos organiza o acesso aos hospitais da rede estadual. Quando um paciente é atendido em uma UPA e precisa de internação, a central avalia o quadro e direciona para o hospital adequado, de acordo com o grau de complexidade e a disponibilidade de vagas.
A recomendação da SES-PE é que os pacientes utilizem corretamente cada serviço, priorizando a Atenção Primária como porta de entrada, para garantir mais agilidade e eficiência no sistema de saúde.