Varizes nas pernas: saiba o que é úlcera venosa, complicação que pode deixar sequelas

Inchaço que não passa, dor nas pernas, sensação de peso e escurecimento da pele podem ser sinais de uma condição séria: a úlcera venosa, uma condição decorrente direta das varizes. Trata-se de uma lesão que pode levar meses ou até anos para ser tratada.

Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) indicam que cerca de 80 milhões de pessoas no mundo vivem com esse problema — o equivalente a 1% da população global.

Conhecida também por úlcera varicosa, a evolução da lesão é lenta, mas agressiva, e está diretamente associada ao agravamento das varizes não tratadas.

“Veias doentes sobrecarregam todo o sistema venoso da perna, dificultando o retorno do sangue ao coração e provocando inchaço. Esse quadro costuma evoluir para complicações como dermatite ocre, caracterizada pelo escurecimento da pele, inflamações e, por fim, as úlceras varicosas ou venosas”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Beth Moreno.

Como prevenir

A atuação preventiva é o caminho mais eficaz para evitar o desenvolvimento de úlceras venosas. O tratamento precoce das varizes é fundamental para impedir que o quadro evolua.

Vasos dilatados, mesmo que pareçam apenas estéticos, podem indicar doenças mais profundas no sistema venoso, como a insuficiência da veia safena.

“Isso pode evoluir até a formação da úlcera, que é o último estágio de avanço da doença venosa”, destaca Beth.

Como tratar úlcera varicosa?

A médica Beth Moreno destaca que o tratamento consiste em tratar a doença venosa e seus fatores de risco. Algumas ações necessárias são:

• Reduzir o peso corporal;
• Evitar longos períodos de pé;
• Praticar atividades físicas, e caso haja limitação , realizar exercícios que melhorem a força muscular, especialmente da panturrilha;
• Usar medicações (prescritas por médico especialista) que ajudem a circulação venosa.

Compressão

A especialista enfatiza que uma das coisas mais importantes no tratamento da úlcera varicosa é a compressão.

“Atualmente preferimos a compressão inelástica, como a bota de Unna e os dispositivos de velcro, melhorando o inchaço e controlando os edemas. As meias elásticas são mais indicadas na fase de manutenção da ferida. Além disso, os cuidados com a lesão são fundamentais e envolvem o uso de curativos tecnológicos, que variam conforme a fase de cicatrização da úlcera ”, destaca a angiologista Beth Moreno.

Assista ao episódio do VideoCast Saúde e Bem-Estar, do JC