Fundo defendido por Lula ainda está longe de alcançar a meta estabelecida pelo governo

Michelle adoça o café de "Carluxo", Lula vai à Colômbia falar mal de Trump, enquanto, no Brasil, ministro pede para não ser expulso do partido

Por Romoaldo de Souza Publicado em 07/11/2025 às 17:02

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CASA DE FERREIRO

Combate ao crime organizado com a proteção aos direitos humanos é a proposta que o presidente Lula da Silva (PT) leva na papelada de anotação para a reunião de cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) juntamente com a União Europeia, na cidade de Santa Marta, na Colômbia nos dias 9 e 10 de novembro.

ESPETO DE PAU

“Só terá sentido essa reunião se for para discutir a presença de navios de guerra norte-americanos nos mares da América Latina.” Pelo que afirmou à imprensa internacional, o presidente Lula parece disposto a abrir mais uma linha de diálogo com o abismo, e a fechar, ainda mais, as portas para o governo de Donald Trump (Republicano).

JÁ QUE…
… a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manifestou o apoio do PL Mulher à candidatura de Caroline de Toni (PL-SC) ao Senado Federal, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o “Zero Dois” do clã, agora tenta a disputa pelo Mato Grosso do Sul.

CAFÉ COM LEITE CONDENSADO
Se o clima azedou o café da manhã dos Bolsonaros, no Jardim Botânico, em Brasília, no PL sul-mato-grossense a situação também não é nada confortável. A direção local do partido havia anunciado o nome do ex-governador Reinaldo Azambuja, que conta com o apoio do agronegócio. Mas Carlos Bolsonaro tem o aval do pai, e isso, convenhamos, não é pouco.

MODUS SPERNIANDI

A situação do ministro do Turismo, Celso Sabino, é uma dessas lorotas do cenário político que só rindo, mesmo. O episódio reúne a falta de vontade do União Brasil em expulsá-lo e o desejo do deputado licenciado de permanecer no partido e no governo Lula, ao mesmo tempo, o que contraria a decisão da legenda. Pré-candidato ao Senado, pelo Estado do Pará, Sabino fez um apelo para que o partido “faça uma reflexão antes de decidir pela expulsão”.

QUETCHUPE NO CHUCRUTE

O Brasil começou mal os primeiros encontros temáticos da cúpula dos chefes de Estado na COP30. A estimativa de arrecadar US$ 25 bilhões (cerca de R$ 134 bilhões) para o fundo “Florestas Tropicais para Sempre” não chegou nem a um terço do esperado. Na conversa do presidente Lula com o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, o alemão anunciou que o país vai adiar o aporte ao fundo. Antes, o governo alemão pretende realizar uma análise técnica do projeto, para depois decidir se aderirá à iniciativa.

PENSE NISSO!

Parece contraditório que, em um encontro mundial destinado a reduzir os impactos da ação humana sobre a temperatura do planeta, o país-sede da cúpula defenda que “é preciso reduzir os combustíveis fósseis”, mas acrescente que as medidas não devem ser adotadas já, não.

Dias antes do início da COP30, o presidente Lula terceirizou o comando do governo e o entregou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que, convenhamos, com todo o respeito, nunca galgou um degrau sequer além da plataforma do baixo clero, mesmo estando em seu segundo mandato como chefe do Congresso Nacional. Em troca, o governo autorizou a exploração da Margem Equatorial, como queria Alcolumbre.

A política brasileira tem dessas coisas. O senador não é de ter defendido um projeto relevante, a não ser os próprios interesses, e nunca fez um discurso capaz de parar o plenário para ouvi-lo. Ainda assim, é o chefe do Legislativo.

Voltando a Belém (PA): Lula diz querer reduzir os combustíveis fósseis, embora tenha movido mundos e, literalmente, fundos para aprovar a exploração de petróleo na Margem Equatorial.

Ou seja, é como se o anfitrião da COP30 dissesse: “Oh, minha gente, precisamos reduzir o uso de óleo diesel, mas as regras só entrarão em vigor depois que o Brasil tirar todo o petróleo daquela faixa, na foz do Amazonas.”

Em bom alemão, como diria Friedrich Nietzsche (1844–1900): seine worte sind reine heuchelei: “Suas palavras são pura hipocrisia.”

Pense nisso!

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