Oposição quer investigar denúncia de cabeleireiro contratado como assessor parlamentar
Senado vota projeto que aumenta de 513 para 531 o número de deputados. a desculpa do presidente da Câmara, Hugo Motta: não haverá aumento de despesas

PJ DE LUXO
A deputada Erika Hilton (Psol-SP) admitiu pagamento “por fora” [aspas minhas] ao afirmar que não contrata “maquiador com verba de gabinete”. A parlamentar acrescentou que “identificou outros talentos” entre seus assessores e que, “quando eles podem, fazem minha maquiagem, e eu os credito por isso”.
DESVIO DE FINALIDADE
É o que a oposição está alegando ao pedir a abertura de processo no Conselho de Ética e investigação na Procuradoria-Geral da República. Autor do requerimento, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) disse à coluna que “não há qualquer indício concreto de que [os assessores] exerçam atividades compatíveis com o cargo de secretário parlamentar”.
QUOCIENTE POPULACIONAL
Essa razão aritmética entre a quantidade de cadeiras — 513 — e o número de habitantes por estado, em vez de resultar na perda de parlamentares nas regiões onde houve redução do número de eleitores — como em Pernambuco, por exemplo — culmina em um “puxadinho” que vai aumentar para 531 o número de deputados federais. A palavra final será dada nesta quarta-feira (25), pelos 81 senadores — três de cada uma das 26 unidades da Federação, mais o Distrito Federal.
NOTA PROTOCOLAR
O presidente Lula da Silva (PT) divulgou nota lamentando a morte de Juliana Marins, turista brasileira que caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. “Nossos serviços diplomáticos e consulares na Indonésia seguirão prestando todo o apoio à sua família neste momento de tanta dor”.
AMARGA DERROTA
É um pequeno trocadinho, mas a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve de aceitar a indicação do colega Rui Costa, chefe da Casa Civil. Júlio Pinheiro, ex-prefeito de Amargosa (BA), foi nomeado secretário especial de Assuntos Federativos. Vai cuidar da pressão dos prefeitos. A ministra tinha outra indicação. Cedeu.
EVALDO BRAGA
Na vitrola do general Walter Braga Netto, o grande sucesso de Evaldo Braga (1945-1973), conhecido como “O Ídolo Negro”, que não para de tocar é “Mentira”: “Me digas que é mentira. Tudo isso que eu ouvi. Naquele instante só Deus sabe. Quanto eu sofri. Mentira, mentira, mentira”.
SEM PARENTESCO
O general e o cantor não são parentes nem mesmo distantes ,e Braga Netto chamou o tenente-coronel Mauro Cid de “mentiroso” durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF).
PENSE NISSO!
Não é do meu feitio “tirar o corpo fora” em meio a uma polêmica — muito menos quero justificar minha análise. Mas, assim, na ponta do lápis, essa denúncia de mau uso de assessores pela deputada Erika Hilton não é propriamente uma novidade. Ela tem que ser apurada e a parlamentar responsabilizada. Mas…
As regras são subjetivas demais. Alguns dos assessores dos parlamentares — principalmente aqueles que estão “lotados” nas bases políticas de deputados e senadores, passam por controle de produtividade quase zero. E ainda tem mais: quase sempre são cabos eleitorais indicados para sacramentar acordos. Há pouco controle de qualidade do que fazem.
Pense nisso!