Gleisi Hoffmann recua, diz que frase foi "mal colocada", mas ela tinha defendido anistia
O ministro Flávio Dino é o nome do presidente Lula para eventual substituição na disputa pela Presidência, mas quase que Toffoli antecipa a estratégia

O DIA EM QUE DINO [QUASE] GELOU
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), discorria sobre o “brilhantismo” do colega Flávio Dino, quando fez a temperatura cair a níveis glaciais. “Vossa Excelência já foi de tudo na vida pública”. O plenário parou para ouvir a louvação “toffoliniano”. “Foi brilhante parlamentar”, como deputado e senador, “governador do seu estado, o Maranhão. Juiz federal!”, seria um caminho sem volta. Estava lançada, antecipadamente, a campanha eleitoral.
COMO SE NÃO BASTASSE…
… Toffoli tomou um copo d’água e completou: já foi até presidente da primeira turma deste egrégio tribunal”. Respirou e engatou: “Vossa Excelência só falta agora ser (…). Dino contou a uma amigo: “Gelei”. Caso Dias Toffoli tivesse completado a frase com um “presidente da República”
EUFEMISMO DA DEFESA
Quando a defesa quer dourar a pílula, usa eufemismos que nem sempre atenuam a responsabilidade criminal da ação.
PONTAPÉ VS. PÉ NA BUNDA
O advogado Nilo Batista, que atua na defesa do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), disse que “o pontapé no traseiro do perseguidor foi muito mais alegórico do que brutal”. Para o doutor, pé na bunda é um jeito sutil de dizer que o parlamentar não queria o manifestante do Movimento Brasil Livre (MBL) lhe atazanando as ideias.
NÃO É BEM ASSIM!
Depois da negativa repercussão no governo, no Congresso Nacional, no STF, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deu meia volta e considerou que seria “defensável” dialogar com deputados e senadores a redução de penas dos envolvidos no quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023, na praça dos Três Poderes. Ao G1, a ministra disse que “o que quis dizer é que cabe ao Congresso fazer a mediação (…) Revisar pena é o Judiciário”.
SOFREU AS CONSEQUÊNCIAS
Em meio aos holofotes e dezenas de microfones, Gleisi Hoffmann tinha dito que faltava esclarecimento dos aliados do governo que assinaram o pedido de urgência para “falar sobre anistia ou mediação de pena (…) eu acho que é plenamente defensável”. Choveram críticas de [quase] todos os lados. Ela reconheceu que seu comentário “foi mal colocado”.
POR FALAR EM ANISTIA
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), encaminhou à coluna a relação dos parlamentares que apoiam o projeto de lei que trata da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Dos 25 deputados da bancada pernambucana, nove deles [36%] apoiam a anistia: André Ferreira (PL), Coronel Meira (PL), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Rodolfo (PL), Lula da Fonte (PP), Mendonça Filho (União Brasil), Ossesio Silva (Republicanos), Pastor Eurico (PL) e Clarissa Tércio (PL).
AVIÃO PARA BOLSONARO
O PL já tinha feito todas as tratativas para, se fosse necessário, transportar numa UTI móvel o ex-presidente Jair Bolsonaro para um hospital em São Paulo. Em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte, Bolsonaro sentiu-se mal e foi levado às pressas para Natal, em helicóptero cedido pelo governo de Fátima Bezerra (PT).
RESGATE DO LEGADO DA COPA
Os problemas de infraestrutura em Belém (PA), para sediar a COP30 - evento sobre fatores climáticos - já eram previstos para quem conhece o Brasil. Para a Copa do Mundo [2014] prometeu mundos e fundos e tem equipamentos que se quer tiveram o início das obras. Na Ásia, o presidente Lula da Silva (PT) foi certeiro: “não fiquem olhando a nossa COP como se a gente estivesse em Paris. Não fiquem olhando como se nós estivéssemos em Nova York ou em Londres. Olhem como se a gente estivesse na cidade de Belém, no estado do Pará, com todos os problemas que nós temos”.
PENSE NISSO!
Quando dizem que o Brasil não é para amadores, é um tipo de confissão para dizer “oh, o Brasil é ‘diferentão’, mesmo”. E “não é qualquer um que vai entendê-lo”.
O país brigou para ser a sede de um dos mais importantes eventos sobre meio ambiente do mundo. Tanto quanto foi a Rio-92.
Pois agora, com sete meses de antecedência, a fatura chegou: as obras viárias não estão prontas, e dificilmente serão concluídas a tempo. A hospedagem é um fator caótico e como se não bastasse, boa parte do mundo não está nem aí para aquilo que se pretende aprovar na COP30.
Pense nisso!