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Romoaldo de Souza: Bolsonaro chama de "denúncia criativa" e nega interferência para mudar resultado das eleições de 2022

Fase de instrução dos processos no STF tende a ser demorada. Em Brasília, já há quem aposte que julgamento não será concluído este ano

Por Romoaldo de Souza Publicado em 26/03/2025 às 20:31 | Atualizado em 27/03/2025 às 8:32

PRIMEIRO AS LÁGRIMAS

Enquanto se formava a maioria na primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete dos seus auxiliares, no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) a senadora e pastora Damares Alves (Republicanos-DF) “puxava” um louvor. Os olhos de Bolsonaro ficaram marejados. Ele se recompôs, sentiu-se animado, pegou a “cola” da defesa, antes de dar uma longa entrevista e deu um abraço caloroso no filho.

DEPOIS A PORRADA

O ex-presidente saiu do gabinete do “Zero 1” e já partiu para o ataque. "Eu espero hoje botar um ponto final nisso aí. Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas. E não é da boca pra fora”.

ALFINETOU MORAES

Bolsonaro descreveu o que seria “supostamente” uma tentativa de golpe de Estado, dizendo que “golpe tem povo, mas tem tropa, tem armas e tem liderança. Um ano, dois anos de investigação, não descobriram quem porventura seria esse líder”.

URNAS ELETRÔNICAS

E não perdeu o jeito de desconfiar do voto eletrônico através do qual, por tantos mandatos, foi escolhido pelos eleitores. "Não sou obrigado a confiar, a acreditar no programador [das urnas]. Confio na máquina, não sou obrigado a confiar no programador”.

DE ‘A’ A ‘Z’

Há uma lenda da infantaria que narra as estrepolias de um sargento “muito animado”. Querendo levantar o moral da tropa, reuniu o pelotão, anunciou a missão, táticas e estratégias e querendo ser “o mais justo possível”, anunciou que o mais democrático seria que a formação [a fila] deveria se dar por ordem alfabética.

- Sim, sargento Zózimo! Respondeu prontamente a tropa.

USANDO O CRITÉRIO MILITAR

O ministro Cristiano Zanin, presidente da primeira turma do STF, poderá, regimentalmente, usar o critério do sargento Zózimo e começar o julgamento na seguinte ordem: deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), almirante Almir Garnier, delegado Anderson Torres, general Augusto Heleno, ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, general Paulo Sérgio de Oliveira e general Walter Braga Netto.

DESVIANDO O FOCO

Nas redes sociais, bolsonaristas saíram em defesa do ex-presidente a tempo do deputado federal Giovani Cherini (PL-PR) sair do seu gabinete, no oitavo andar do anexo 4 da Câmara, ir à porta da primeira turma e filmar jornalistas trabalhando para dizer que a viagem do presidente Lula da Silva (PT) ao Japão e ao Vietnã foi repleta de autoridades do Congresso Nacional para que a imprensa pudesse se dedicar 100% ao julgamento. “Como não há governo, a imprensa tem que bater no Bolsonaro”, disse Cherini.

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O CORNETEIRO FANTASMA

Também chamado de Fabiano Trompetista, ele foi a vedete nas imediações do Senado. Enquanto Bolsonaro conversava com os jornalistas, Fabiano tocava a “Marcha Fúnebre”, de Frédéric Chopin (1810-1849). “Escuta! Escuta! Me deu saudade do quartel, agora”.

CANDIDATURA PRÓPRIA

“Bateu um entusiasmo no partido” e o 4 de abril “será tão marcante para o União Brasil”, quando do lançamento da candidatura do governador Ronaldo Caiado (GO) à presidência, “como o 9 de julho” para os baianos.

CIDADÃO BAIANO

Na sexta-feira (4), Caiado recebe o título de cidadão baiano e quer aproveitar a oportunidade da condecoração na Assembléia Legislativa, para dizer que será candidato com ou sem o cantor Gusttavo Lima “mesmo que ocorra a fusão [ou federação] com o PP. A conferir.

PENSE NISSO!

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, usou o conceito judaico-cristão, “crucial”, para se referir ao núcleo que teria tramado um golpe de Estado.

“Integrantes do alto escalão do governo federal e das Forças Armadas formaram o núcleo crucial da organização criminosa, mesmo tendo havido adesão em momentos distintos”.

Os dicionaristas interpretam a palavra crucial como algo “capital”, “essencial”. A paremiologia, análise linguística e semiótica dos conceitos, diz que crucial vem da cruz de Jesus Cristo: imprescindível para os cristãos.

Logo, o ministro Alexandre de Moraes bem que poderia usar de outro conceito, o da compaixão [mais um tema cristão] para rever seu pesado voto, condenando a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de cadeia, por pichar a estátua da Justiça, na porta do STF.

“Fui a Brasília pois acreditava que aconteceria uma manifestação pacífica e sem transtornos, porém, aos poucos, fui percebendo que o movimento foi ficando acalorado”,

E diz, ainda: “O dr. que desconsidere eventuais erros”.

Pense nisso!

 

 

 

 


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