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Dia do Nordestino: mercado imobiliário bilionário e números recordes são exemplos do Nordeste para o Brasil

Os estados do Nordeste apresentaram um crescimento de 88% no número de apartamentos lançados em cinco anos, enquanto no Brasil a alta foi de 50%

Por Lucas Moraes Publicado em 08/10/2025 às 5:00

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O mercado imobiliário vertical das capitais nordestinas consolida a liderança nacional em lançamentos de empreendimentos e Valor Geral de Vendas (VGV) recordes. A diversificação de realidades, com oportunidades para todos os segmentos, faz do Nordeste um oásis para os construtores e investidores, além de promissor nos segmentos mais econômicos, que crescem também diante da demanda por moradia da região. Quando o assunto é desenvolvimento imobiliário e construção civil, o imaginário comum de dificuldades e aridez abrem espaço para o futurismo e sofisticação, sendo exemplo de desenvolvimento para todo o País.

Os estados do Nordeste apresentaram um crescimento de 88,07% no número de apartamentos lançados entre 2020 e 2024, enquanto no Brasil inteiro a alta foi de 50,81% no mesmo período. As vendas de unidades habitacionais, por sua vez, também subiram na região ao longo desses cinco anos: foram 56,31% a mais, ante o aumento nacional de 39,98%, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). E engana-se quem acha que essa evolução está restrita apenas às três principais capitais (Fortaleza, Salvador e Recife). No geral, as nove capitais somaram 47.467 unidades lançadas em 2024, um aumento de 25,1% em relação a 2023 , e um VGL (Valor Geral de Lançamentos) de R$ 24,409 bilhões.

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JOAO PESSOA - DIVULGAÇÃO

Movido pelo litoral e crescimento da sua capital, Aracaju, Sergipe, por exemplo, deu um salto de 119,1% no número de imóveis lançados no período de 12 meses. Se considerada apenas a capital, o avanço chega a 106,9%. Natal, que é considerada uma das cidades de grande porte nordestinas com mercado mais restrito, no mesmo período, teve alta de 94,0% - demonstrando que até os cenários mais difíceis são promissores na região.

João Pessoa é outra capital que já se apresenta como motor indutor do mercado imobiliário nordestino. A cidade já representa 16% de todos os lançamentos nordestinos em cinco anos, superando inclusive o Recife (12%). A capital paraibana reúne oportunidades de alto padrão e de segunda moradia a metro quadrado considerado baixo em relação ao restante do País, e esses elementos são os ingredientes perfeitos para o boom imobiliário que reforça o mercado nordestino como um todo, sendo a terceira capital em número de vendas entre 2021 e 2024 (atrás de Salvador e Fortaleza). 

Phaelnogueira/istock
Vista aérea da praia na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil - Phaelnogueira/istock

FORTALEZA E SALVADOR DESPONTAM

Em Salvador, segundo a Ademi- Bahia, em 12 meses as unidades lançadas subiram 30%, saltando de 7.307 unidades para 9.496. As vendas, avançaram 44%, subindo de 6.734 unidades para 9.665 na capital baiana. Boa parte desse resultado está ancorado nos empreendimentos de luxo. Em Salvador, eles passaram de 1,4% para 7% dos lançamentos e de 1% para 6% das vendas, entre 2024 e 2025. Demonstrando uma tendência solidificada entre as capitais da região.

O Nordeste retomou a vanguarda do alto padrão, alavancando o Valor Geral de Vendas e de Lançamentos e impulsionando seu metro quadrado, com empreendimentos de maior qualidade e que não sentem impacto do cenário econômico adverso, a respeito da ainda taxa alta de juros no Brasil e comprometimento de renda das famílias.

O movimento não é restrito a Salvador. O Nordeste vive esse bom momento, sendo puxado pela capital baiana e também por Fortaleza, com características peculiares de um mercado local de altíssimo padrão. Apelidada como “Dubai do Nordeste” e “capital do luxo”, a capital cearense reúne arranha-céus de de até 170 metros de altura - já mirando a entrega de empreendimentos maiores -, que mais do que metrificação oferecem altíssimo luxo e design diferenciados de todo o restante do País, e apartamentos que apontam para a casa dos R$ 10 milhões. Fortaleza concentra 17% de todas as unidades vendidas no Nordeste em meia década. No último ano, 387 unidades foram lançadas apenas nos segmentos de luxo e super luxo.

Cristian Lourenço
Vista aérea dos bairros de Boa Viagem e do Pina - Cristian Lourenço

RECIFE SE REINVENTA

A capital pernambucana, que também ocupa papel de destaque na região, não fica para trás. Pelo contrário, está avançando olhando para o passado e criando novas oportunidades. O Recife tem vivido o redescobrimento de novos bairros, com empreendimentos de grande porte e iniciativas de retrofit e revitalização de áreas históricas.

O Recife foi a capital nordestina com maior crescimento proporcional de lançamento de imóveis ao longo dos últimos cinco anos. De 2020 a 2024, a capital pernambucana teve um salto de 198.66% no número de lançamentos, saindo de 1.954 unidades (em 2020) para 5.836 unidades (em 2024). As vendas evoluíram 52,33% no mesmo período.

Regionalmente, Fortaleza, foi a campeã do Nordeste em crescimento proporcional de vendas de apartamentos nos últimos cinco anos. Em 2024, foram comercializados 8.998 imóveis residenciais na cidade, número 85% superior às 4.865 unidades vendidas em 2020. Segunda colocada neste comparativo, Maceió saiu de 2.908 unidades negociadas por ano, em 2020, para 5.248, em 2024 – crescimento de 80,46% – enquanto as vendas aumentaram 56% em Salvador no mesmo período.

Afora as novas unidades, a capital pernambucana passou ainda a contar com uma nova legislação que desburocratiza e incentiva as construções, com sustentabilidade e respeito ao patrimônio da cidade. O resultado é a expectativa por mais e mais crescimento, envolvendo não só empreendimentos de alto padrão, mas também moradias econômicas, que ajudarão a reduzir o déficit habitacional. Unindo iniciativas, a expectativa é que o Recife amplie o número de empreendimentos econômicos, com novas áreas de expansão em áreas nobres, que combinam a chegada de imóveis de alto padrão, e multiplicam as oportunidades de bons negócios para o mercado imobiliário.

E não apenas no Recife, mas no Nordeste como um todo, o mercado econômico e os segmentos de interesse social terão espaço. Com o Minha Casa, Minha Vida sendo vital para atender uma boa parcela da população que precisa de moradia, há uma alavancagem para os construtores por meio da iniciativa, desde que mantidas condições viáveis para os empreendimentos. O nordeste lançou 37.718 unidades no MCMV no último ano (+48,3%). No Brasil, foram 187.357 (+44,2%), e isso significa mais e mais oportunidades.

Nos últimos 24 meses a construção civil gerou mais de 46 mil novos empregos com carteira assinada na Região Nordeste. Cerca de 60% desse total foi apenas no segmento de construção de edifícios.

A robustez do mercado imobiliário nordestino está presente em todos os segmentos. Gerando renda, inovação e ditando tendências do Brasil e do mundo, mostrando o seu valor e qualidade, com aspectos tradicionais que se encontram no Nordeste.

 
 
 
 
 

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