Prédio histórico do Recife Antigo é adquirido por R$ 10 milhões e dará vida a novo empreendimento na cidade

O Bairro do Recife, coração histórico da capital pernambucana, ganha a restauração de mais um edifício, o Cabo Alemão, localizado na esquina da Avenida Rio Branco com as ruas Dona Maria César e Álvares Cabral. Com cerca de 3 mil m² de área construída, o prédio — um exemplar da arquitetura eclética do início do século XX — foi requalificado para uso empresarial, unindo memória urbana, recuperação patrimonial e estímulo à economia local.

O imóvel passou por um cuidadoso projeto de restauro assinado pela arquiteta Karla Grimaldi. A obra, com custo de pouco mais de R$ 1 milhão, foi financiada pelos antigos proprietários e abriu caminho para a aquisição do edifício pela Construtora Vale do Ave, que investiu cerca de R$ 10 milhões no empreendimento.

“Recuperar um imóvel histórico como o Edifício Cabo Alemão é mais do que um investimento imobiliário — é um ato de confiança na economia do Recife e no potencial de transformação do centro da cidade. Estamos falando de uma região estratégica, que já desponta como um polo de tecnologia, serviços e inovação”, afirma Zeferino Costa, CEO da Vale do Ave.

Com três fachadas imponentes voltadas para ruas centenárias do Recife Antigo, o prédio passou a integrar a carteira de locações comerciais da Vale do Ave. A empresa procura, agora, uma única organização para ocupar todo o espaço.

“Nossa prioridade é encontrar uma única empresa âncora para ocupar o edifício. O Recife Antigo hoje é o endereço de startups, fintechs, hubs criativos e empresas ligadas à nova economia — e o Cabo Alemão tem estrutura e localização ideais para esse perfil”, explica Moisés Costa, gestor comercial e de marketing da construtora.

Valorização estratégica

O movimento de requalificação do Centro tem sido impulsionado por iniciativas como o Programa Recentro, da Prefeitura do Recife, e pela Lei de Incentivos Fiscais, que oferece isenção de tributos como IPTU, ISS e ITBI para quem investe na área central.

“Desde a criação do Recentro, temos observado um otimismo crescente com novas atividades, como hotéis, bares, centros comerciais e empresariais, o que dinamiza a economia e atrai turistas, visitantes e os próprios recifenses para essa área tão privilegiada”, pontua Ana Paula Vilaça, chefe do Gabinete do Recentro.

O restauro do Edifício Cabo Alemão respeitou normas rígidas de preservação, por estar em uma das zonas mais sensíveis ao tombamento histórico do Recife. A fachada preserva adornos ornamentais, sacadas, janelas e os característicos pináculos de platibanda, elementos que conferem imponência e valor simbólico à construção.

“Fiz todo o projeto de restauro, tirei o alvará e executei a obra sem qualquer desvio. Foi uma intervenção técnica, séria, respeitosa com a história do prédio”, relata Karla Grimaldi. “Esse tipo de obra transforma não apenas o imóvel, mas todo o seu entorno urbano”, completa.

Novo ciclo

Mais do que restaurar um edifício, o projeto promove a reconexão entre passado e futuro. O antigo edifício do grupo João Santos, que por anos esteve ocioso, retorna agora como ativo urbano com capacidade de atrair empresas da chamada nova economia.

“O centro histórico precisa de projetos que gerem renda, atraiam empresas qualificadas e devolvam vitalidade urbana à área. Acreditamos que esse prédio pode cumprir esse papel. Um empreendimento moderno dentro de um patrimônio restaurado”, avalia Zeferino Costa.

“Queremos que o prédio volte a pulsar com a cidade, com gente circulando, produzindo e inovando. O que era um imóvel ocioso, hoje é um ativo estratégico com alto valor simbólico e econômico para o Recife”, reforça Moisés Costa.

O Edifício Cabo Alemão deixa de ser apenas um marco do passado e passa a integrar um novo tempo no Recife Antigo — onde história e futuro voltam a caminhar lado a lado.

 

O Edifício Cabo Alemão

• Localização: Avenida Rio Branco, esquina com as ruas Dona Maria César e Álvares Cabral – Bairro do Recife

• Área construída: Cerca de 3 mil m²

• Estilo arquitetônico: Eclético, com influência do início do século XX

• Restauro: Projeto da arquiteta Karla Grimaldi

• Valor da obra de restauro: R$ 1 milhão

• Investimento total: Cerca de R$ 10 milhões

• Uso atual: Empresarial para locação

• Objetivo: Locação para uma empresa âncora ligada à nova economia

• Tempo da obra: 1 ano e 2 meses

• Impacto urbano: Revitalização do centro histórico e estímulo à economia local