Investimento em imóveis de praia cresce, mas requer planejamento
A multiplicação de plataformas de aluguel por temporada, como Airbnb e Booking, facilitou o acesso ao público consumidor e potencializou os ganhos

Com a valorização da qualidade de vida, o mercado de imóveis de praia tem despertado o interesse de um número crescente de investidores. Essas propriedades aliam o desejo de bem-estar à possibilidade de retorno financeiro, especialmente por meio da locação por temporada. Contudo, especialistas alertam: apesar das vantagens, investir em regiões litorâneas requer atenção redobrada a riscos estruturais, jurídicos e financeiros.
Entre os atrativos, destaca-se o alto potencial de valorização e a possibilidade de geração de renda passiva. “O litoral de Pernambuco é uma das regiões do país que apresentaram crescimento expressivo nas vendas de imóveis, incentivado pelo turismo e por melhorias na infraestrutura. A oferta de crédito e as taxas de juros mais baixas também contribuíram para esse cenário. Além de um ativo, o imóvel de praia pode ser também um refúgio pessoal. Tendo a estratégia de diversificação do uso bem definida, o investidor pode ter uma fonte de renda vantajosa e ainda desfrutar do bem”, afirma a sócia e gestora das áreas de Regularização Imobiliária e Recuperação de Crédito do escritório Portela Soluções Jurídicas, Adriana Jansen.
SHORTSTAY
A multiplicação de plataformas de aluguel por temporada, como Airbnb e Booking, facilitou o acesso ao público consumidor e potencializou os ganhos, principalmente na alta estação. No entanto, os desafios são numerosos. Um exemplo é a exposição constante à maresia e à umidade, que acelera o desgaste das construções, exigindo manutenções frequentes e, por vezes, onerosas. “A sazonalidade do turismo também é outro ponto crítico, já que a demanda por locações pode cair drasticamente fora da alta temporada. Eventos imprevistos, como crises econômicas ou sanitárias, também impactam diretamente a rentabilidade do investimento”, comenta Adriana.
Questões jurídicas são extremamente relevantes. Muitos imóveis litorâneos estão situados em áreas de proteção ambiental ou terrenos com pendências de regularização fundiária. “A ausência de documentação ou o descumprimento de regras ambientais pode gerar sérias consequências, como multas, embargos ou perda do bem. Por isso, recomenda-se uma análise jurídica e técnica detalhada antes da compra”, detalha Jansen.
Para evitar riscos, a contratação de profissionais capacitados, como engenheiros, advogados e corretores, é essencial. “Avaliar a infraestrutura local, conhecer a legislação vigente e entender o perfil da região são passos essenciais para garantir que a aquisição da casa na praia se torne um investimento sólido e duradouro”, conclui a especialista.