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Se o crime é um negócio, o Banco Central, o COAF, a Receita Federal, a Justiça e Polícia precisam passar a ser o risco

Solução de redução de danos passa por entendimento do modelo de gestão financeira para aproveitar digitalização e até a IA oferece no combate.

Por Fernando Castilho Publicado em 04/11/2025 às 0:05

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O Banco Central publicou nesta segunda-feira (3) as alterações das regras para encerramento de contas de depósitos e de contas de pagamento, adicionando novas hipóteses para o encerramento compulsório das chamadas Contas Bolsão pelas instituições autorizadas.

Os bancos e especialmente fintechs deverão encerrar as contas de clientes nas quais se verifique a sua utilização com o objetivo de realizar atividades caracterizadas como serviços financeiros ou de pagamentos, no âmbito do Sistema Financeiro Nacional ou do Sistema de Pagamentos Brasileiro, sem respaldo legal e em desacordo com a regulamentação vigente, diz o comunicado do BC.

As novas resoluções do próprio BC e do Conselho Monetário Nacional que entram em vigor em 1º de dezembro apontam um caminho para o começo de uma abordagem mais profissional do que se tornou o que se chama crime organizado

Aquele onde as facções se tornaram a expressão da supressão da presença do Estado na vida de comunidades inteiras e de direitos do cidadão. Mas sem que açodadamente possam ser apresentadas como a solução do problema dentro de uma visão simplória de asfixia do modelo financeiro do negócio.

A bem da verdade, mesmo para as instituições de controle financeiro ainda não está claro ou sistematizado o curso dos recursos de dezenas de atividades ilícitas praticadas pelo crime. As investigações sobre as fintechs têm apontado um caminho.

A primeira constatação é que o crime perpetrado pelas facções que está rapidamente absorvendo os negócios das milícias é que está se digitalizando e contratando serviços de desenvolvedores para construir soluções legais para lavar o pacote de recursos que captura. E por mais absurdo que isso possa parecer, o recrutamento de profissionais de TI para desenvolver soluções se tornou uma realidade de mercado.

É natural porque o crime precise - até pelo volume arrecadado - ter soluções para colocar o dinheiro na economia legal. Também precisa encontrar modelos de controle que do uso de CPFs laranjas, contas pessoais, PIX ou até gestão de bets ilegais não dão conta. E isso vai exigir uma visão mais profissional do estado brasileiro no sentido de juntar esforços e inteligência, inclusive a artificial.

As novas regras obrigam as instituições a criar critérios próprios para identificar movimentações suspeitas, podendo usar dados armazenados em bases públicas e/ou privadas e manter toda a documentação referente ao encerramento das contas à disposição do Banco Central por pelo menos dez anos.

Esses dados já são normalmente capturados porque toda operação digital deixa assinatura. A novidade é o BC e também os demais órgãos de controle poderem acessar e extrair indícios de crime com mais segurança.

O BC está aumentando o capital mínimo para as instituições reguladas para R$ 1 milhão, o que não quero dizer muita coisa para o volume de recursos que o crime pode movimentar.

Mas no fundo está fechando uma porta que o mesmo BC achava desnecessária quando teve um discurso quase lúdico de que era preciso ter mais fintechs para desconcentrar as operações nos 300 bancos múltiplos que o Brasil tem.

Pura ingenuidade. As fintechs, de fato, ajudaram a reduzir os custos de dinheiro porque o investidor anjo delas aceita receber menos pelo capital aportado mirando que elas escalem como investimento. Mas o crime viu ali uma porta de lavagem de dinheiro que só agora ficou clara.

No fundo, o desafio é juntar o que o BC tem nos seus bancos de dados cruzando com os da Receita Federal, os que podem ser analisados pelo COAF e também nos cartórios que hoje estão digitalizados e o uso de IA pode ter novos resultados. E tudo isso com supervisão da Justiça.

Vai custar caro e exigir que sejam criadas novas estruturas para tratar tantos dados e identificar procedimentos. Sabendo que o crime vai usar o mesmo conceito de startup para gerar seus produtos. Porque o nível do crime digital chegou a um nível que deixou de ser feito no formato analógico, embora na ponta isso seja a prática.

As pessoas imaginam que o crime organizado hoje é gerenciado sem contratação de profissionais de contabilidade, desenvolvedores de programas e gestores financeiros.

Entretanto, a própria produção clandestina de armas em escala industrial mostrou isso quando se identifica o que é importado em peças via plataformas. O crime não gerencia serviços de internet, TV a cabo, energia e água, medindo o consumo. Ele cobra sua taxa em cima das faturas (que têm acesso antes do usuário).

Até porque quem continua a fazer a manutenção das redes são as empresas prestadoras de serviços legais. Ou alguém acha que a energia entregue em baixa tensão nas comunidades não tem manutenção da concessionária? Ou os serviços de TV a cabo por assinatura são prestados por empresas dos criminosos? O faturamento se dá sobre a fatura do serviço prestado pela operadora.

O desafio do crime é gerenciar o dinheiro que, mesmo circulando por meio físico ou por pagamento de PIX, precisa ser cuidado no atacado. Por isso é que ao tratar o crime olhando o negócio, é preciso sair da visão da Polícia para ir (também) para as instituições de controle financeiro em nível nacional.

Naturalmente cuidando das ações policiais e especialmente do que acontece no sistema penitenciário onde estão “guardados” os líderes. O Brasil que se choca com a violência das milícias e esquece que a gestão do crime está integralmente nas prisões. Isto é: dentro de um sistema carcerário que permite comunicação total na distribuição das ordens.

Um sistema quase ignorado pelas políticas de repressão inclusive na alocação de recursos que acreditam que basta prender e deixar os criminosos lá. Como se a vida do negócio do crime acabasse na entrega deles à carceragem.

Por isso agora não basta apenas seguir o dinheiro. Com a digitalização do crime no Brasil é preciso saber como ele está sendo gerenciado financeiramente e que sistemas contratou. Até porque esse capital precisa ser remunerado pelo próprio dinheiro como acontece no mercado financeiro legal.

Junior Souza
O vice-presidente da GM América do Sul, Fabio Rua, falou sobre a estratégia da companhia até 2030. - Junior Souza

GM programa eletrificar produção de veículos no Brasil até 2030

Até o final do ano, a Chevrolet começa a produzir na cidade de Horizonte (CE) o Spark EUV, o primeiro SUV elétrico acessível e inteligente do Brasil. Com a versão Activ, exclusiva para a região, o Spark EUV combina praticidade e inovação. Sua bateria de 42 kWh permite recarga rápida em até 35 minutos com autonomia de 258 km, suficiente para a maioria dos motoristas percorrer menos de 50 km por dia.

Não será um lançamento isolado. Segundo o vice-presidente da GM América do Sul, Fabio Rua faz parte da estratégia da companhia de até 2030 ter, ao menos, um veículo de cada uma de suas linhas com opção eletrificada num movimento começa nas demais plantas no Brasil já no ano que vem começando pela unidade de São Caetano (SP) depois em Gravatahy (RS) e na fábrica de motores que também vai começa a produção dos motores híbridos.

Elétricos importados

Fabio Rua diz que a GM está atenta ao movimento de chegada dos elétricos importados. Mas leva em conta, assim como as indústrias já instaladas no Brasil, que fazem veículos com 70% de conteúdo nacional, que é importante caminhar com segurança de modo a atender ao consumidor.
Ele diz que o movimento dos importados é visto pela multinacional americana como positivo, pois no final derrubou certezas e obrigou os fabricantes nacionais a antecipar movimentos.

GM na COP 30

No nosso caso, diz Rua, fazer um veículo eletrificado não é novidade. Até porque ano passado fizemos 1,8 milhão de unidades lá, o que foi mais que a produção de toda a indústria brasileira. Mas já estamos trazendo nosso modelo de maior valor como a Blazer EUV que estará sendo usada pela comitiva do presidente Lula na COP 30, que já está disponível no Brasil, sendo considerada o melhor produto de sua categoria pela imprensa especializada.

Pela nossa experiência de 100 anos no Brasil sabemos como nenhuma outra identificar o que o consumidor deseja e temos produtos para todas as faixas e categorias. A chegada dos híbridos GM se dará para atender ao mercado que já conhece a GM e ao que deseja ter eletrizado com uma tecnologia de melhor qualidade, conclui Fabio Rua.

Fraude madrugador

Uma pesquisa da Serasa revelou uma curiosidade sobre como a Black Friday de 2024 (entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro) impactou os consumidores da Geração Y que lideraram o volume de compras online, com mais de dois milhões de transações.

Eles também foram o principal alvo das tentativas de fraude, concentrando quase 30% dos ataques que aconteceram especialmente de madrugada, que é o período preferido por esse segmento para o consumo.

Divulgação
CGN Brasil Energia e a Goldwind: projeto-piloto de armazenamento de energia em baterias (BESS). - Divulgação

Armazenamento

A CGN Brasil Energia e a Goldwind assinaram contrato de cooperação para a implantação de um projeto-piloto de armazenamento de energia em baterias (BESS) no Complexo Eólico Tanque Novo, na Bahia. Com potência de 745 kW e capacidade de 1,49 MWh, o sistema será instalado em uma das turbinas do parque eólico e tem como principal objetivo reduzir as perdas de geração causadas por restrições da rede elétrica (curtailment). É o primeiro grande movimento de um player no Brasil para contratação de BESS.

Tecnologia e inovação

Nesta quarta-feira (5) no JCPM Trade Center, o CEO da Atlantic Data Centers, Daniel Gomes, participa do painel “Bases da Nova Economia: Infraestrutura Tecnológica como Motor da Inovação”, ao lado de Fred Vasconcelos (ATI), Guilherme Sá SDEC e Armando Monteiro Bisneto (Suape), com mediação de Dani Guedes (Inova UPE) por ocasião do Amcham Avança.

Divulgaçao
Diretor presidente da Moura Dubeux, Diego Villar. - Divulgaçao

Moura e Ademi-Pe

O CEO e diretor-presidente da Moura Dubeux, Diego Villar, e o diretor de Incorporação da empresa, Eduardo Moura, são os convidados do encontro com associados da Ademi-Pe, nesta terça-feira (4). Vão apresentar os novos estágios do projeto "Novo Cais: Novas oportunidades a partir da Revitalização Urbana".

Sujeira de poste

A Neoenergia Pernambuco iniciou, nesta segunda-feira (3), uma campanha voltada à regularização de empresas de telecomunicações e provedores de internet que utilizam os postes da distribuidora de forma irregular em todo o Estado. É que atualmente, 695 empresas operam sem qualquer contrato com a Neoenergia Pernambuco, enquanto outras 776, embora com contrato de uso compartilhado, mantêm parte de suas redes instaladas à revelia do instrumento, portanto, sem autorização formal. Pode?

Divulgação
Nova loja da Freitas no Shopping Tacaruna. - Divulgação

Freitas Tacaruna

A Freitas, maior loja de utilidades para o lar do Nordeste, segue ampliando seu território e inaugura unidade no Shopping Tacaruna, na Zona Norte do Recife. A loja tem mais de 1.000 m² e chega à loja de número 37, celebrando também este ano seus 37 anos de história, consolidando a presença em várias cidades do Nordeste.

A rede que tem sede em Fortaleza (CE) já opera unidades em Petrolina, Shopping Riomar Recife, Shopping Guararapes e agora está no Tacaruna.

Vila Galé na COP 30

O grupo português inaugurou seu primeiro empreendimento hoteleiro da Vila Galé no Norte do Brasil e 13º em solo brasileiro, o Vila Galé Collection Amazônia. Com a presença do presidente e fundador da rede Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, que veio ao Brasil para a COP 30, e do administrador da rede no Brasil, Gonçalo Rebelo de Almeida.

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