O que Raquel Lyra sinaliza quando manda uma LDO prevendo gastar R$ 6,1 bilhões em investimentos em 2026
Valor é o maior desde os anos do início do segundo governo de Eduardo Campos, e mostra que dinheiro virá de empréstimos já contratados.

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No jargão do setor público, a entrega do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) entregue à Assembleia Legislativa (Alepe) feita pela Secretaria de Planejamento é um texto onde o governador(a) dá uma geral no planejamento de médio prazo e o orçamento anual do Estado do ano seguinte, apresenta receitas o que programa de previsão de receitas, despesas e, dependendo da situação do caixa, informa a previsão de investimentos.
Por isso talvez o fato a ser observado como mais atenção nos próximos documentos que a governadora Raquel Lyra deve enviar a mesma Alepe (a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a atualização do Plano Plurianual (PPA), quando é onde o Executivo mostra o caminho das pedras. Ou, onde vai mesmo gastar no ano seguinte.
Mais investimentos
Por isso, chama a atenção que já na LDO 2026, a governadora Raquel Lyra tenha informado que os investimentos em 2026 serão na ordem de R$6,1 bilhões, mantendo o patamar de aceleração do Estado.
Principalmente devido aos empréstimos contratados e a execução prevista deles. Uma consulta aos documentos de 2024 e 2025, por exemplo, revela que ano passado esse número era bem menor.
Nível de gastos
A Raquel Lyra afirma no texto que mandou aos deputados que parte dos investimentos que pretendia fazer viria da parceria com o governo federal, numa projeção acima de R$1 bilhão para 2025 e 2026.
Por isso deve se prestar mais atenção no trecho onde o governo avisa que vai aumentar a despesa com pessoal e encargos, com aquele discurso chapa branca de valorização das carreiras, com reajustes salariais dos servidores, frutos de negociações com as entidades sindicais e novas nomeações, totalizando R$22,7 bilhões.
Sem novas greves
Como se sabe, ela conseguiu fechar um cronograma de reajustes anuais que vai até 2026, o que lhe assegura que quase a totalidade dos servidores sabem o que terá de aumento no seu governo, o que reduz muito a possibilidade de enfrentar greves.
A questão do pessoal em Pernambuco merece uma atenção especial. Em 2024, existiam 66.723 servidores na ativa cuja folha média custa por mês R$479.73 milhões com um salário médio de R$7.189,95. Gente com idade média de 50,37 anos.
Haja aposentados
Quando se olha para os aposentados pode ver que são 61.773 com um custo mensal de R$382.00 milhões e um salário médio de R$6.183,97. Detalhe: idade média é de 71,56 com expectativa de 75 anos, em 2028. Eles pagam por ano R$2.124 bilhões em contribuições, mas custam R$7.901 bilhões, portanto, um déficit de R$5.776 bilhões por ano e… subindo.
Mais PM na s ruas
Uma das razões que obrigou a governadora Raquel Lyra a contratar PM é que hoje a nossa Polícia Militar tem 18.506 ativos que nos custam R$124.32 milhões por mês com remuneração média de R$6.718,31, num contingente de pessoas com 39,14 anos de idade. Pelo padrão legal deveriam ser 35 mil.
Entretanto, o problema está nos militares da reserva (aposentados e pensionistas). São 16.763 que custam R$147,58 milhões por mês com benefício médio de R$8.807,75. Ou seja, a PMPE gasta mais com militares reformados do que com os da ativa. Além dos 7.258 pensionistas que custam R$42.043 milhões por mês.
Pensionistas
As projeções indicam que em 2030 se o governo não encontrar mais PM existirão 16.320 na ativa que 21.185 aposentados e pensionistas num total de 37.505 contra-cheques vinculados às forças militares.
No ano passado, o governo do Estado informou que o Executivo apresentou um crescimento da despesa com pessoal de 4,7% em relação ao primeiro semestre de 2023, e espera-se finalizar o exercício com uma variação de 7%. Foi o resultado do aumento de aproximadamente 20% que o governador Paulo Câmara deu no final do mandato.
Boné laranja
Mas esse ano, o aviso é o dos novos policiais militares cuja primeira turma deve estar nas ruas esse mês e a segunda turma em março do ano que vem.
Como se sabe a PMPE vai ter até 2026 um novo contingente de 7.200 de “boné laranja” nas ruas. Além das despesas gerais do projeto Juntos pela Segurança que inclui delegados, bombeiros e equipamento e até melhoria do sistema prisional.
Previsão da LOA
Tecnicamente, o texto que o governador(a) mandou à Assembleia é uma previsão do que vai estar contido em detalhes na LOA que aliás é onde estarão as despesas com emendas.
E, aparentemente, deve conter as novas recomendações sugeridas pelas Secretarias de Planejamento, Fazenda, Controladoria e PGE que devem agilizar o pagamento das instituições listadas pelos deputados.
Mais empréstimos
No texto da LDO a governadora diz claramente que trabalha com o dinheiro dos empréstimos, confirmando o que o governo já tinha revelado de uma meta de gastos mensais de R$500 milhões por mês. O que faria ela chegar aos R$6,1 Bilhões ao final do seu governo.
O texto de 2025 tem uma proposta interessante sobre o valor das emendas e transferências. Atualmente, a emenda individual ao projeto de lei orçamentária não pode ser inferior a R$20.000,00 (vinte mil reais) se destinada a entidades privadas e a R$60.000,00 (sessenta mil reais) nos demais casos.
Emendas maiores
O pagamento de emendas do GT criado para resolver o imbróglio das emendas de 2024 identificou que o valor precisa subir para R$100 mil e para demais emendas de R$60 mil para 250 mil. Isso poderia ajudar na tramitação das emendas cujo valor este ano chegou a R$302.64 milhões.
De qualquer forma, a previsão é que no orçamento de receitas totais de R$ 58,6 bilhões onde apenas com pessoal e encargos o governo vai gastar R$ 22,7 bilhões e que na conta de manutenção de hospitais públicos e de escolas estaduais, a operacionalização do Juntos pela Segurança e a melhoria do sistema prisional esteja previsto gastar mais R$ 17,5 bilhões tenha mesmo dinheiro para investimentos. Com todas as repercussões políticas que isso deve representar.
Salesianos e Rio Ave lança Raízes
Nos últimos anos, a construtora pernambucana Rio Ave tem se destacado no mercado imobiliário de luxo pelo padrão que adotou nos seus projetos que elevaram o nível do mercado regional. Ela também se destacou ao implantar no bairro da Ilha do Leite, um conjunto de edifícios empresariais que mudaram a ocupação do que se convencionou do Pólo Médico de Pernambuco pelo nível de construção do segmento que também impactou o segmento na região.
Agora, a companhia de origem portuguesa está se juntando à Inspetoria Salesiana num projeto que visa levar ao bairro do Boa Vista um complexo imobiliário que pretende iniciar a mudança da ocupação da região adjacente ao Pólo Médico com um novo padrão de imóveis residenciais.
Ordem Salesiana
O que as duas instituições chamam de Raízes tem como objetivo rentabilizar um dos ativos da Ordem Salesiana mais emblemáticos de Pernambuco, o tradicional Colégio Salesiano aumentando sua contribuição social mirando numa transformação urbana da região central da cidade.
O empreendimento será composto por cinco torres residenciais integradas em um único condomínio completo, associado a um empresarial com um mall comercial, que será operado pela Inspetoria Salesiana ocupando uma área total de 21.014,76m², sendo 10.913,27m² de área verde preservando inclusive árvores centenárias que já existentes no terreno.
Nova centralidade
O novo complexo terá cinco torres com diversas configurações de plantas e metragens, com apartamentos de 2 e 3 quartos, além de algumas coberturas com 4 quartos, oferecendo opções de unidades para diversos perfis e estilos de vida. Ele trabalha com o desenvolvimento dos residenciais de forma faseada e na primeira fase do empreendimento, as plantas serão de aproximadamente 49m 2, 56m 2, 74m 2 e 93m 2.
A torre comercial com 15 pavimentos terá até 9 módulos por pavimento com áreas entre 42m 2 e 70m 2. O seu térreo abrigará um mall para seis lojas com áreas de 48m2 a 260m 2, compondo o complexo, que receberá ainda um bosque de árvores centenárias, que durante o dia, parte dele será compartilhado com a cidade.
Ecossistema urbano
A proposta é que o Raízes de origem a um novo ecossistema urbano que se conectará com a cidade, com o bairro onde os moradores poderão viver de forma integrada, com tudo ao seu redor induzindo a uma nova centralidade, no limite entre a Ilha do Leite e a Boa Vista, vai estar próximo ao trabalho, à escola do seu filho e a áreas comerciais que possibilitam fazer compras, se divertir, ir à igreja ou ao teatro — tudo a poucos passos de casa.
O conceito é de um local com residenciais diferenciados, parques privativos, além de um empresarial com mall de conveniências, que vai oferecer serviços, comércio e bem-estar conectado ao bairro.
Colégio Salesiano
Segundo os empreendedores o propósito é viabilizar um empreendimento de uso misto na área adjacente às instalações do Colégio Salesiano e pertencente à Ordem Salesiana, - que se encontrava ociosa e gerava um custo elevado de manutenção - em consonância com o propósito da Ordem para o lugar.
Isso quer dizer uma maior atenção ao desenvolvimento urbano da cidade, com planejamento responsável e promovendo a integração do colégio, da Basílica, do Teatro da Boa Vista e demais equipamentos da Ordem, com moradores, com a cidade e com as pessoas.
Vida amigável
O projeto também segue a tendência de consumo tem apontado para um novo modelo de vida mais dinâmico, prático e integrado: os empreendimentos de uso misto. Essa proposta inovadora une no mesmo espaço residências, comércios, serviços e, muitas vezes, até áreas corporativas, criando verdadeiros micro bairros planejados, onde tudo o que se precisa está a poucos passos de casa.
Metro Arquitetura
O masterplan foi idealizado conjuntamente pela Rio Ave e Inspetoria Salesiana, com a concepção do escritório de arquitetura Juliano Dubeux e a Metro Arquitetura.
Também trabalha com o uso misto também traz benefícios econômicos e sustentáveis, ao incentivar a circulação de pedestres no local, diminuindo a circulação de veículos na cidade, e reduzir a necessidade de deslocamentos longos, contribuindo para uma cidade mais compacta e eficiente.
Efeitos sustentáveis
O uso misto também traz benefícios econômicos e sustentáveis, ao incentivar a circulação de pedestres no local, diminuindo a circulação de veículos na cidade, e reduzir a necessidade de deslocamentos longos, contribuindo para uma cidade mais compacta e eficiente.
A tendência do uso misto representa o futuro do urbanismo inteligente, um estilo de vida conectado, funcional e pensado para atender às demandas da vida moderna.
Planejamento
Ao longo de seis anos, a Inspetoria Salesiana buscava por um parceiro que entendesse a cidade e que tivesse expertise em transformação urbana.
Eles escolheram a Rio Ave é uma construtora sólida no mercado imobiliário e bastante inovadora, entrega qualidade nos seus projetos e trabalha de forma sustentável, além de ter sido pioneira na transformação da Ilha do Leite.
Do ponto de vista do Salesiano, a parceria visou ainda, potencializar e modernizar o colégio, sua estrutura e sua grade de atividades, tendo como meta uma educação integral, inclusiva, libertadora, profissional e de excelência, de acordo com as exigências da sociedade.