Governo reclama de subsídio, mas dará isenções para carros mais baratos em novo programa para ajudar montadoras com fábricas no Brasil
Renúncia de IPI Verde se somará ao Programa Mover que deveria estimular a produção de novas tecnologias e investimentos nas áreas de mobilidade.

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Acredite. O governo do PT vai (mais uma vez) ajudar a indústria automobilística nacional. Desta vez a ajuda atende pelo nome de Carro Sustentável e está sendo articulada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores com um argumento inusitado. “É cada vez mais evidente que estamos recebendo um fluxo perigoso de veículos chineses para o nosso mercado, com um Imposto de Importação abaixo da média global que não geram valor agregado nacional e geram pouquíssimos empregos” com diz o Presidente da Anfavea, Igor Calvet.
Desde que Lula trabalhava na Villares que o governo subsidia montadoras. Está na história de todos os governos de Lula e nos de Dilma Rousseff. No atual, o setor automobilístico tem isenções de R$ 9,63 bilhões que inclui o novíssimo MOVER, lançado em junho do ano passado, além dos R$ 2.16 bilhões em programas de isenções para Motos, Táxi, PCD e Transporte Coletivos (ônibus). O Mover prevê R$19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028.
Carro Sustentável
A proposta do Carro Sustentável cujo título não contempla nenhum carro elétrico já que a indústria nacional não o produz nenhum está ancorada em critérios como potência, eficiência energética, combustível e reciclabilidade, além da exigência de ser produzido no país. Olhando o que hoje tem na prateleira dá para encaixar carros como o Chevrolet Onix e Ônix Plus, Fiat Argo, Cronos e Mobi e Renault Kwid.
No fundo a proposta é bem simples: beneficiar veículos 1.0 flex, ou seja, que podem rodar com gasolina ou etanol e com potência abaixo de 90 cavalos. São versões dos chamados carros populares, com alíquotas de IPI hoje em 7%. O que significa dizer que enquanto Haddad diz que é preciso cortar os gastos tributários o governo está (mais uma vez) dando subsídios ao setor que mais tem acesso ao Palácio do Planalto.
Locadora e frotista
O problema desse tipo de benefício é que hoje ele virou uma mão na roda para as locadoras e empresas frotistas. Eles compram metade dos carros vendidos pela indústria nacional e compram exatamente esse tipo de veículo com preços muito menores que os aplicados na ponta. Dito de outra forma, o Carro Sustentável vai servir para as montadoras garantirem um mercado que já é delas e as locadoras e frotistas renovarem suas frotas com preços baixos. Normalmente apenas 10% dos carros classificados vão ser adquiridos por pessoas físicas.
Até porque isso já aconteceu várias vezes. Em 2023, o governo Lula lançou um pacote para incentivar vendas de carros populares e renovar frota de caminhões e ônibus. Naquele ano, o programa somou R$1,5 bilhão e foi pago a partir da antecipação de parte da reoneração do diesel, em R$0,11 por litro. Na verdade, quem comprou foram os frotistas, as empresas de ônibus e as locadoras. Os caminhoneiros autônomos oficialmente os alvos do programa compraram menos de 5% dos veículos.
Limite de preços
A novidade do programa agora é que o desconto é no imposto cobrado e não haverá limite de preço do carro. Porém, como os critérios amarram as características dos veículos, a tendência é atingir principalmente carros populares.
O fato novo desse programa é o motivo: a chegada dos carros chineses. Nesta terça-feira(7) o Presidente da Anfavea, Igor Calvet reconheceu a crise do setor ao dizer que com a produção acumulada no semestre foi de 1.226,7 mil unidades o semestre foi salvo semestre, com as vendas de 60% dos embarques para a Argentina.
Adiando crises
O presidente da Anfavea sabe que programas como o Carro Sustentável apenas adiam uma situação mais grave que se avizinha. As importações acumuladas do primeiro semestre cresceram 15,6% e já chegaram a 228,5 mil unidades.
Tem mais: as vendas de veículos leves nacionais caíram 10% no varejo, na comparação com o primeiro semestre de 2024, enquanto modelos vindos da China representaram 6% do mercado brasileiro. Segundo Igor Calvet, há mais de 110 mil veículos chineses em estoque no país.
Mais importados
Em seis meses o brasileiro comprou 228,5 mil veículos importados, sendo 160.057 de automóveis. E isso tem a ver com o fato de empresas como a BYD adotarem a estratégia de primeiro importar o que for possível e depois fazer as vendas. De janeiro a junho as Empresas associadas à Anfavea produziram 806.046 automóveis. Os chineses, por sua vez, importaram o equivalente a um mês de produção da Fiat.
O problema é que os chineses estão chegando (especialmente BYD e GWM) de uma forma muito agressiva com um produto que a indústria nacional não tem até porque não podia importar também sob o risco de canibalizar suas fábricas brasileiras atuais.
Menos impostos
No fundo, as montadoras estão pressionando para uma maior tributação de carros chineses no Brasil porque não podem simplesmente substituir suas plantas de carros a combustão. O discurso do Mover de expandir investimentos em eficiência energética, já que o programa prevê limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e a criação do IPI Verde é uma forma de ganhar tempo enquanto trazem seus carros elétricos ou híbridos para o Brasil.
O que eles não esperavam era que os chineses simplesmente bancarem as importações de mais de 200 mil carros sem ter clientes. É uma lógica que as montadoras tradicionais não podem praticar pelo alto custo financeiro além de prejudicar o mercado dos carros fabricados no Brasil.
Queda de vendas
Mas soluções como o Carro Sustentável apenas adiam o ápice de uma crise que a indústria automobilística a combustão não tem como resolver. O que explica sua articulação para de novo conseguir subsídios. Ironicamente num momento em que o discurso do governo é de corte dos chamados gastos tributários. Um caso raro de um fornecedor quebrado dar descontos a um cliente rico.
Arrecadatório
Dados do Siga Brasil, um sistema criado pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle e pelo Prodasen do Senado Federal para acesso facilitado ao Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) revela que o governo federal arrecadou R$ 8 bilhões com o IOF em junho, R$ 2,1 bilhões a mais que o mês anterior ao decreto do presidente Lula da Silva que aumentou as alíquotas do imposto. Haddad vai insistir na alta do IOF para equilibrar as contas em 2025 e 2026, mas a revelação do dado (que deve ser confirmado pela Receita Federal) enfraquece o discurso do governo.
Triângulo do Lítio
Dono da quinta maior reserva de lítio no mundo, o Brasil deverá elevar sua participação global do mineral de 2% para 25% da produção global nos próximos anos. Em termos de investimentos, o Ministério de Minas e Energia (MME) estima investimentos de R$15 bilhões até 2030.
Mas não estará só. Países como a Índia já tem incentivado suas empresas a investirem em terras no continente sulamericano no chamado “Triângulo do Lítio”, composto por Argentina, Bolívia e Chile, que concentra cerca de 60% das reservas globais desse mineral, considerado importante para a transição energética.
Painéis solares
Uma inspeção em painéis solares testados no Brasil em 2024 apresentou potência inferior à declarada pelos fabricantes nas avaliações da TÜV Rheinland, líder global em serviços de ensaios, inspeções e certificações.
As análises conduzidas em equipamentos com diferentes tecnologias em laboratórios na Ásia e na Europa chegaram a conclusão que apenas 34,3% dos módulos testados entregaram desempenho igual ou superior ao especificado pelos fabricantes e 65,7% ficaram abaixo do valor declarado. É o oposto do ensaio da TÜV Rheinland nos anos de 2015 e 2016 com 71,7% dos painéis fotovoltaicos testados apresentando desempenho superior ao declarado pelo fabricante e apenas 28,3% não atingindo a potência nominal.
Crise dos Correios
Não foram apenas os números ruins do primeiro quadrimestre que levaram o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos a demissão. A Associação Brasileira de Investidores criticou a postura dos Correios na negociação de um contrato de locação com o fundo o TRBL11, celebrado sob a modalidade atípica, com dez anos remanescentes de vigência e cláusulas específicas que garantem estabilidade e retorno financeiro ao investimento.
A Abradi afirmou que a negociação enfraquece a segurança jurídica de um modelo essencial ao desenvolvimento do setor imobiliário, que depende da estabilidade dos contratos atípicos para viabilizar empreendimentos sob demanda e de longo prazo.
Saraiva no Top100
A empresa pernambucana Saraiva Equipamentos ocupa o 4° lugar entre as maiores empresas proprietárias de guindastes do Brasil, segundo relatório anual da Cranes and Specialized Transport, divulgado esta semana. A revista internacional coloca que Saraiva está no Top 100 do mundo, na 79a° posição do ranking mundial do periódico. Com matriz na capital pernambucana, a Saraiva Equipamentos é referência na movimentação de cargas pesadas em todo o território nacional, com filiais no Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e São Paulo.
Bett Nordeste
Os professores Silvio Meira e Luciano Meira são presenças confirmadas na Jornada Bett Nordeste 2025, que acontece nos dias 27 e 28 de agosto, no Recife Expo Center, durante o debate: “Será que a Educação Pública já perdeu a Onda da Inteligência Artificial?”. A visitação no Bett Nordeste é gratuita e as inscrições estão abertas no site da Bett Brasil. O evento é realizado em parceria com o SINEPE/PE.
Programa 50+
A rede de supermercados de atacado Assaí revelou que já conta com mais de 8 mil colaboradores(as) 50+ em suas lojas, centros de distribuição e escritórios em todo o Brasil - cerca de 10% da companhia e com crescimento de 32% em relação ao ano anterior. O Programa 50+ foi lançado em 2021 e consolidou-se como uma das principais iniciativas da companhia para impulsionar a empregabilidade de profissionais com 50 anos ou mais. Em 2024, o número de contratações dessa faixa etária aumentou 63% em comparação com 2023.
Da Fonte Chambers
Pelo 7º ano consecutivo, o escritório Da Fonte Advogados foi reconhecido pelo diretor internacional Chambers & Partners como uma das principais bancas do Brasil. Com 25 anos de atuação, o escritório é liderado pelos advogados Alexandre da Fonte, Rogério da Fonte, Carlos André Pereira Lima e Simony Braga. Ele alcançou a 1ª posição em Direito Empresarial, Trabalhista, Tributário e Infraestrutura e 2ª em Direito Imobiliário e a 3ª na área de Contencioso.
Autismo
Liderada pelos médicos George Diniz, Leonardo Lyra e Ary Diniz a Clínica Mundos, abre nesta quinta (10), em Carpina sua quinta unidade da rede de atendimento terapêutico para neurodivergentes.
Plaza e Fenearte
O Plaza Shopping vai oferecer transfer gratuito para quem deseja ir à 25ª Fenearte, a partir desta quarta (9) até 20 de julho de 2025, no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda. O ponto de encontro é o piso E1, no Edifício Garagem, a cada 30 minutos, de segunda à sexta, das 13h às 23h, e aos sábados e domingos, das 9h às 23h. Os acessos custam de segunda à quinta, R$12 (entrada inteira) e R$6 (meia-entrada), e de sexta a domingo — R$16 (entrada inteira) e R$8 (meia-entrada) e são vendidos na a loja Crabolando, no piso L2.