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Porque cuidar as contas públicas é essencial para reduzir a nossa dívida e usar o dinheiro economizado para o crescimento

Aumento da Dívida, do Brasil, em 2024 fez governo usar US$30 bilhões das reservas internacionais para pagar títulos do Tesouro Nacional.

Por Fernando Castilho Publicado em 25/06/2025 às 0:05

Pouca gente sabe que além dos bancos e organismos internacionais, o Brasil tem uma organização bancada pelo Senado Federal de alto nível e que cuida da fazer cenários para os senadores e a sociedade ajudando-os a entender o que se passa na economia brasileira e suas perspectivas. Chama-se Instituição Fiscal Independente - IFI.

Ela tem um grande número de análises e, este mês, no Relatório de Acompanhamento Fiscal trouxe uma análise que ajuda as pessoas de fora do mercado a entender algumas lições básicas sobre a quantas anda nossa economia. E o que esperar do futuro, em especial em relação ao que o governo deve no mercado financeiro que a gente chama de Dívida Pública.

Ação de capitalistas

Economistas de esquerda mais histriônicos sempre se referem ao tamanho dela como uma sangria do grande capital internacional num esforço dos trabalhadores sem levar em conta que 91% dela é de dinheiro dos próprios brasileiros em fundos de Previdência, de investimentos seguradoras e o governo e uma pequena parte de não residentes.

O estudo do IFI deste mês analisa a trajetória dessa Dívida Pública com uma previsão assustadora. Do jeito que o governo está gastando, chegaremos a 100% do PIB, em 2030, e a 124,9%, em 2035. Este ano, chegaremos a 77,6%.

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Composição da Divida Publica Pública - Divulgação

Dever não é ruim

Um país ter uma dívida acima de um PIB anual não é o fim do mundo. Vários têm essa condição e nem por isso estão em crise.

O problema do Brasil é a composição temporal dessa dívida que nos faz rolar 21,77%, em apenas um ano e outros 15,99% em dois anos. Além disso, essa dívida é de brasileiros, pois apenas 9% estão em dólar. Em tempo: os Estados Unidos têm a maior parte de seus títulos com prazos de 30 e 30 anos.

O que o IFI está dizendo é o seguinte. Do jeito que a coisa está, a insustentabilidade do atual regime fiscal, coloca em xeque a sobrevivência do atual arcabouço fiscal que Fernando Haddad tanto elogia.

Reforma fiscal

O documento faz um apelo: precisamos de uma profunda reforma fiscal que flexibilize a execução do orçamento da União, estanque o atual ritmo de crescimento da dívida, recupere a capacidade de investimento federal e assegure o equilíbrio fiscal de estados e municípios.

No cenário atual, convenhamos, é difícil. Mas o documento fornece dados robustos aos senhores congressistas embora a maioria dos 513 parlamentares da Câmara e 81 do Senado embora poucos deles estejam dispostos a lê-lo com atenção.

Crescimento ajuda

Ele diz uma coisa bem interessante. Em dezembro, o incremento do PIB medido em 12 meses, que foi de 5.5 pontos percentuais, reduziu 5,0 p.p. da relação Dívida Pública/PIB. Em abril, com a deterioração das contas públicas, o efeito passou a ser negativo em 5,5 p.p. do PIB.

O problema é que nesse período o efeito das emissões líquidas mudou de -1,0 p.p. do PIB, em dezembro de 2024, para -2,1 p.p. do PIB em abril de 2025.

Rolando a conta

Emissões líquidas é um nome bonito para quando o governo chega no final do mês e não tem dinheiro no caixa para quitar todos os títulos que emitiu e, para rolá-los, emite mais títulos. Ou seja: põe aquela parte da dívida para frente.

Claro que isso tem a ver com o crescimento de diversas despesas primárias obrigatórias, diante da vulnerabilidade das medidas de contenção de gastos. O que torna o cumprimento das metas de resultado primário do governo Lula mais desafiador.

Usando reservas

Mas o relatório do IFI trouxe uma informação que pouca gente tomou conhecimento. O valor da Dívida Pública sobre o PIB, só ficou menor no fim de 2024 porque o governo Lula vendeu cerca de US$30 bilhões de reservas internacionais. Isso retirou 1,3 p.p. da proporção Dívida/PIB. Ou seja: a União usou parte de nossas reservas, fato que acontecia há décadas.

Boa Poupança

Calma, o Brasil ainda tem US$346,4 bilhões, mas vender reservas internacionais para reduzir dívida pública só mostra que o governo tomou um caminho de não reduzir as despesas.

O crescimento esperado para a dívida bruta nos próximos anos expõe os desafios para o cumprimento das metas de resultado primário do governo brasileiro já estipuladas.

E essas metas se apoiam, fundamentalmente, na elevação das receitas primárias recorrentes, além do controle da despesa primária. Entretanto, isso está se esgotando.

Dívida subindo

Segundo o IFI, considerando a dívida do fim de 2024 (76,5% do PIB), seria necessário um superávit primário do setor público de 2,1% do PIB, por ano, para estabilizar a dívida e crescimento real médio da economia de 2,2% com juros reais de 5,1% a.a.).

Mas para estabilizar a dívida bruta em proporção do PIB o país precisa pagar juros reais implícitos ligeiramente menores e isso só se consegue com superávit primário.

Isso também vale ao contrário. Um maior crescimento econômico diminui os valores do resultado primário necessários para a estabilização e isso incluiu a redução da Taxa Selic - hoje de 15,0% a.a. sendo 9,53%a.a real.

Lula Marques/ Agência Brasil
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta - Lula Marques/ Agência Brasil

Controle de gastos

Por exemplo. Se o Brasil tivesse uma taxa de juros reais em 2,0% a.a. e crescimento do PIB de 3,5% a.a., até mesmo um déficit primário de 1,1% do PIB estabilizaria a dívida bruta no nível de dezembro de 2024 (76,5% do PIB). Mas a pergunta é: o governo pensa assim! E mais: tem alguém pensando nisso no Congresso e no governo!

As pessoas reclamam - com razão - quando o BC eleva a taxa Selic, sem perceber que um fator importante é o volume de dinheiro que o chamado Governo Central precisa tomar emprestado todo mês para pagar as contas públicas.

Juros de ocasião

E se esquecem que quando o freguês (o governo) não se apresenta com um bom cadastro aos bancos, naturalmente, eles sobem a taxa de juros para rolar a dívida e só fazem em prazos menores.
No fundo, todas as vezes que Congresso e governo gastam mais do que a Receita Federal arrecada, o Tesouro Nacional paga juros mais caros nessa tal Dívida Pública.

 

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Com crédito negado, pssoas buscam outros meio de obter dinheiro. - Divulgação

Os sem crédito

Pesquisa realizada pela CNDL e SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostra que 29% dos consumidores fizeram compras com cheque, cartão de crédito, crediário, empréstimo ou financiamento utilizando o nome de outra pessoa nos últimos 12 meses sendo que 21% utilizaram o cartão de crédito.

Em seguida, aparecem os empréstimos (4%) e o crediário (4%).
A principal justificativa para a compra em nome de terceiros é nunca ter tentado o acesso ao crédito (24%), seguido do estouro no limite do cartão de crédito e/ou cheque especial (24%) e não ter conseguido aprovação ao crédito (18%).

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Negócio da Moda, um evento de venda de insumos. - Divulgação

Negócio da Moda

De 7 e 8 de julho, tem a feira O Negócio da Moda, um evento de venda de insumos, produtos e serviços para confeccionistas, além de talks e palestras com especialistas e influenciadores de peso no setor.

Em 2023 ele aconteceu em Santa Cruz do Capibaribe e agora retorna a Pernambuco com o patrocínio oficial da Creora, marca da sul-coreana Hyosung T & C, maior produtora de elastano do mundo. Entre os expositores já confirmados estão nomes consolidados do setor como: Andrade Máquinas Ltda, Cataguases Tecidos, Costa Rica Malhas, Dalila Atêlie Têxtil, Malhas Menegotti, Lunelli, Nacional Têxtil, Epson, Grupo Sallo, NCA Malhas, entre muitos outros.

Os sem petróleo

Não é só Pernambuco que não desperta interesse na indústria de extração do petróleo e nunca teve uma empresa explorando o potencial do nosso litoral. No último leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre as áreas oferecidas havia 16 blocos exploratórios situados no litoral leste do Ceará, que fazem parte da Margem Equatorial. Mas nenhum deles recebeu propostas.

Nome sujo R$ 100

Ao organizar um mutirão emergencial em parceria com 40 grandes bancos e financeiras a Serasa identificou que exatos 492.881 consumidores de Pernambuco têm pendências com valores que não ultrapassam R$?100,00. E o mais grave .

Além disso, 203.630 pernambucanos podem ter 1.004.840 ofertas para pagamentos e limpar o nome com até R$50,00. Os que têm ofertas de negociação de até R$100 têm 2.432.220 de ofertas.
O mais recente Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa registra que há 77 milhões de pessoas com o CPF negativado pelo credor no Brasil. O mutirão segue até 30 de junho.

Brisanet 10 milhões

A empresa cearense Brisanet apresentou em seu Relatório de Sustentabilidade 2024 com destaques foi a cobertura da tecnologia 5G, que ao final de 2024 já alcançava mais de 10 milhões de habitantes em 237 cidades, com uma base de 337 mil clientes. O avanço também foi significativo no segmento fibra óptica, que passa na frente de 7 milhões de casas, com um consolidado de mais de 1,4 milhões de clientes.

GWM Brasil

Os chineses não brincam em serviços. A GWM Brasil inicia nesta terça-feira (24) as vendas do Haval H6 HEV One, uma edição limitada de apenas 2 mil unidades, criada para celebrar a liderança da marca no segmento de veículos híbridos no Brasil e o recorde histórico de vendas alcançado pela empresa em maio de 2025. O preço único é de R$199 mil.

Geely de volta

A Geely, dona de marcas renomadas como Volvo, Lotus e Smart está voltando ao Brasil. No último dia 20 chegaram no Porto de Paranaguá (PR) o primeiro lote de veículos vindo da China em navio Ro-Ro com aproximadamente 600 unidades do do Geely EX5 um SUV elétrico com 218 cv e rival do BYD Yuan Plus. A Geely terá parceria com a Renault para acelerar a expansão da marca no Brasil.

LDO de 2026

Faltando menos de uma semana para o início do recesso parlamentar de julho, Prefeituras de todo o país precisam finalizar e aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 até o próximo dia 30. A Constituição Federal e como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que nenhuma Câmara Municipal pode iniciar o recesso de meio de ano sem antes votar a LDO que tradicionalmente começa em 1º de julho.

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Menos de 40% das empresas conseguem ter relatório de conformidade de ESG. - Divulgação

Empresas ESG

A oitava edição do “Estudo de Sustentabilidade” da BDO Brasil alerta para um problema que cada vez mais exige atitude das empresas: Introdução às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). O estudo mostra, que 61% das empresas brasileiras já enxergam a área como uma estratégia de negócio. Mas apenas 37% das empresas publicam anualmente relatórios de sustentabilidade.

Desses documentos, 41% são baseados em metodologias próprias, e 24% passaram por verificação externa. Chama a atenção o fato de que menos da metade das 150 empresas avaliadas no estudo mantêm um diálogo com os funcionários sobre o uso consciente de água, enquanto 65% não controlam as emissões de gases estufas por meio de inventário.

Pó de tabaco

A JTI, uma empresa de reciclagem brasileira, alcançou a marca de 100% de reciclagem de resíduos de fumo, o pó de tabaco em sua unidade industrial no Brasil. Antes considerado descarte — na produção do fertilizante orgânico FertiLeaf, certificado pela ECOCERT e registrado no Ministério da Agricultura, é resultado de mais de 15 anos de pesquisa sobre compostagem de resíduos do setor fumageiro. O produto é desenvolvido pela FUPASC, da qual a JTI faz parte do conselho deliberativo.

Nova Algar

A Algar Telecom anunciou sua mudança de nome para Alugar. Segundo comunicado da empresa, a marca reflete a evolução do negócio, que caminha para ser um hub completo de soluções digitais e hoje oferece um portfólio robusto de soluções em tecnologia, tecnologia da informação (TI), internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA), além dos tradicionais serviços de telecom.

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