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Porque Galípolo sempre vai frustrar quem acredita que a selic vai baixar para turbinar a economia

BC não funciona como arquibancada de estádio de futebol. E pressão da torcida não raro tem efeito contrário levando a reforçar cuidados com a inflação

Por Fernando Castilho Publicado em 20/05/2025 às 0:05

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (19) que a autoridade monetária vê sentido em manter a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,75% ao ano, mais alta por mais tempo. Segundo ele, o Copom ainda não está debatendo quando os juros começarão a ser reduzidos, e lembrou que a atividade econômica continua aquecida.

Naturalmente, no mercado financeiro, a fala do presidente do BC tem o poder de provocar impacto no mercado de capitais, como de fato aconteceu, fazendo a Bovespa cravar uma nova máxima histórica nominal e ‘beijar’ os 140 mil pontos fechando nos 139.636 pontos, numa alta de 0,32%.

Juros futuros

O setor empresarial range os dentes, o governo engole seco e a vida continua com o dólar sendo cotado a ser cotado a R$5,65. E o mais importante: Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira (19) em queda firme com o Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 recuou para 14,72%; e o DI para janeiro de 2029 ficando em 13,465%.

Juros futuros é um indicador estratégico porque aponta para o que o mercado acredita como cenário de confiança. E mesmo que o DI ainda esteja pagando 14,72% o que importa é a expectativa.

Público global

Galípolo falou num evento promovido pelo Goldman Sachs em São Paulo (SP), o que significa dizer que a audiência era internacional e o que ele falou, aqui para nós é óbvio, mas na voz dele tem fé de ofício.
“A gente não está perto dessa discussão, isso não é um tema que está passando nos debates do Comitê de Política Monetária”, e para completar: “A gente realmente precisa permanecer com uma taxa de juros em patamar bastante restritivo por um período bastante prolongado.”

Dizer o óbvio

Imagina se o presidente do BC dissesse o contrário! Mas o recado está dado: acostumem-se com uma taxa de juros “em patamar bastante” restritivo por um período bastante prolongado.
Na linguagem figurada poderíamos traduzir: Quem usa chapéu, que o o afunde na cabeça porque vai ventar muito.

Cautela adicional

Vai mesmo. Embora a sua declaração frustre quem leu a ata do Copom divulgada na última reunião de forma positiva. O Copom, como está escrito, reforçou que o momento exige "cautela adicional" na condução da taxa Selic e "flexibilidade" para avaliar os próximos indicadores que influenciam a inflação.

O diabo é que como BC já fez seis aumentos consecutivos da Selic, acumulando elevação de 4,25 pontos percentuais desde setembro de 2024 boa parte do setores da economia nacional passaram a ler que na próxima reunião (17 e 18 de junho) os 14,75% ao ano fosse mantida com a informação de que começaria a baixar na reunião de 29 e 30 de julho. Autoengano.

Absurdo normal

Do ponto de vista dos agentes que pagam o desdobramento dessa taxa no banco, não faz mais sentido subir mais a Selic. Alguns analistas afirmam que acima de 15% o juros fica tão absurdo que a própria taxa deixa de ser o remédio para esfriar a economia para virar placebo com o organismo se acostumando com a doença. Não tem muito fundamento, mas as pessoas começam a cuidar de suas vidas se acostumando com o quadro. Detalhe: A taxa básica de hoje é a mesma do nível observado entre julho e agosto de 2006.

Mas o presidente do Banco Central não se comporta feito torcedor em arquibancada de clássico de futebol. Sua função não é agradar a torcida. É pago para tomar conta da moeda.

Confiança é tudo

Por isso, Galípolo lembrou que o BC trabalha para consolidar a confiança e reiterou o compromisso da instituição com o cumprimento da meta de inflação, que é de 3% neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Dito de uma forma bem simples: Banco Central existe para ser guardião da moeda. Não pode passar pano mesmo que isso irrite o torcedor ao diretor de futebol. E se depois do desastre da intervenção de Dilma Rousseff com Alexandre Tombini, o BC não abriu nem para o trem, porque o presidente do BC vai levantar esse assunto.

Autonomia é bom

É importante a gente não esquecer. Mesmo antes do BC não ter autonomia ele não era mais suscetível à pressão do Governo. Nesse ponto, a intervenção de Dilma” ajudou a clarificar a ideia de que Banco Central não é pia batismal para todo mundo meter o dedo e se benzer.

Então quando o presidente do BC diz como disse que “o Banco Central deu demonstração inequívoca de disposição para perseguir a meta é de colocar o juro em nível restritivo por período suficiente” está dizendo o óbvio ululante, mas tem momento que é preciso reafirmar o já dito centenas de vezes.

Frustração total

Mesmo como admitiu “para a tristeza de quem esperava algum tipo de indicação”, o momento de incerteza “demanda muito mais uma postura nesse sentido, para a gente explicar qual é a nossa função de reação e menos dizer o que nós vamos fazer.”

Claro que isso ajuda muito ao mercado financeiro. Especialmente numa segunda-feira. Mas do jeito que o governo e o Congresso de comporta como está se comportando Gabriel Galípolo não tinha como se comportar diferente. Não para cuidar de sua biografia, ou de seus colegas. Mas para lembrar ao governo e aos congressistas, ou mudam o comportamento ou vamos falar de Selic próxima de 15% até a posse do novo presidente.

Divulogação
Arco Metropolitano. - Divulogação

Contração de fornecedores do Estado

A desclassificação da empresa TCPAV Tecnologia em Construção e Pavimentação Ltda., que declarou ter endereço comercial no Rio Grande do Norte para as obras do Arco Metropolitano quando ofereceu o valor de R$ 629,9 milhões, num deságio de 15,36% em relação ao orçamento referencial (R$ 744.239.797,3400) mostra as dificuldades dos estados mesmo quando usam a ferramentas dos leilões eletrônicos.

A TCPAV não foi humorada devido à falta de documentação o que obriga ao estado a cnvocar a segunda colocada no item "preços", a Dois A Engenharia e Tecnologia Ltda, que também é do RN e colocou uma proposta de R$ 631,9 milhões. Ela deverá se habilitar o que tecnicamente atrasa a capacidade do governo do Estado em dar a Ordem de Serviço.

Curiosamente na eventualidade de ela também não apresentar a documentação a terceira empresa que colocou o melhor preço também é do Rio Grande do Norte, a Construtora Luiz Costa Ltda., apresentou uma proposta de preços de R$ 650 milhões.

Licitação de hospitais

O Governo do estado vem enfrentando problemas na hora de fechar suas contratações. No ano passado na licitação para constara empresas para cuidar da manutenção dos grandes hospitais o 1º Edital publicado em 11/09/24, precisou ser republicado em 31/10/24 OS somente em no dia 14 de abril serviços iniciados efetivamente.

Foram contratadas as empresas M&W Engenharia e Construção, por R$ 19.981.039,27, para ficar responsável pela manutenção dos Hospital Otávio de Freitas (R$10.112.900,00) e Hospital Agamenon Magalhães (R$ 9.868.139,27).

Já a empresa Potenza Construções LTDA venceu o contrato de R$ 32.075.533,88 para ficar responsável pela manutenção dos Hospitais Getúlio Vargas (R$ 5.934.506,02), Barão de Lucena (R$ 6.984.264,66), Restauração (R$ 11.499.252,96) e Hospital Regional do Agreste, em Caruaru (R$ 7.657.510,24). O prazo dos contratos é de um ano, prorrogável por igual período, limitado a dois anos.

Quem pagará 2%

A mudança do código tributário do Recife que reduziu de 5% para 2% a alíquota do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) vai beneficiar as três empresas que segundo dados da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda.

Hoje no Brasil existem 73 empresas operando na oferta de Apostas de Quota Fixa em âmbito nacional e sete empresas de Apostas de Quota Fixa em âmbito nacional em razão de determinação judicial.

Bets Pernambuco

Em Pernambuco estão autorizadas quatro sendo três delas no Recife a BET Esporte Apostas On Line Ltda. (com a marca Lance da Sorte), a NSX BRASIL S.A (com a marca Bet Nacional) e a Esportes Gaming Brasil Ltda. (com a marca Esporte da Sorte). E a empresa Sistema Lotérico de Pernambuco Ltda. ( com a marca MCGAMES cuja sede é em Olinda).

Ercom 2025

Maceió recebe entre os dias 22 e 25 de maio, o 17º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste (Ercom 2025) promovido pelo Sindicombustíveis Alagoas, evento reconhecido como o maior encontro do setor de revenda de combustíveis do Nordeste num hotel na Barra de Santo Antônio (AL).

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Professor Jacques Rebemboim, ao lançar o livro Ensaios Econômicos. - Divulgação

Rebemboim e o JC

A Academia Pernambucana de Letras homenageou ontem o Jornal do Comercio, pela sua contribuição ao debate de temas econômicos, colocados em destaque pelo professor Jacques Rebemboim, ao lançar o livro Ensaios Econômicos, que reúne artigos do pesquisador publicados em vários jornais entre eles o JC onde o autor faz uma homenagem ao centenário do veículo comemorado em 2019.

O lançamento do novo livro do autor de várias outras obras relacionado ao Nordeste e Pernambuco foi presidido pelo presidente da APL, Lourival Holanda com apresentação do autor pelo ex-deputado constituinte, Harlan Gadelha Filho e de debate com a professora Sonia Maria Fonseca, chefe do Departamento de Economia da UFRPE - onde ele leciona -, o jornalista Fernando Castilho, que prefaciou o livro e o Diretor de Jornalismo do SJCC, Laurindo Ferreira.

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Debate com o presidente da APL, Lourival Holanda com o ex-deputado Constituinte, Harlan Gadelha Filho e a professora Sonia Maria Fonseca, da UFRPE. - Divulgação

Atrás do PIX

A gigante Cielo está reagindo ao impacto do PIX nas compras pagas com cartões de débito e de crédito. Lançou para os lojistas o “Vendeu, Tá na Conta”, disponível para os clientes seja pessoa física (CPF) ou pessoa jurídica (CNPJ) funcionando inclusive durante feriados e finais de semana além de não exigir conta bancária específica para receber as quantias desde que o domicílio bancário que aceite PIX.

O comerciante pode definir quais vendas deseja receber o pagamento no mesmo dia que valerão para transações realizadas até 18:59. E tenta reagir à perda de mercado especialmente no mercado de cartões de débito que o PIX (de custo zero) reduziu drasticamente.

Declaração MEI

Os microempreendedores individuais (MEI) brasileiros têm até o próximo dia 31 de maio para enviar a Declaração Anual do MEI (DASN-SIMEI), documento obrigatório para que o empreendedor informe seus rendimentos e a empresa se mantenha regular com a Receita Federal.

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