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Déficit com aposentadorias, despesas com auxílio doença e BPC farão Previdência precisar de nova reforma

Metade das despesas do INSS já são com empregados afastados do trabalho, que custa mais que todas as aposentadorias e auxílio maternidade somadas.

Por Fernando Castilho Publicado em 17/04/2025 às 0:05 | Atualizado em 17/04/2025 às 8:24

Com um orçamento de R$ 1,130 trilhão (8,2% do PIB) previsto apenas para a conta da Previdência, em 2026 o Brasil terá que discutir uma nova reforma no próximo governo. Não tem como deixar de fazer isso de novo, menos de uma década da última (promulgada em 12 de novembro de 2019) e, infelizmente, pelos mesmos motivos: a arrecadação não cobre a despesa.

Pouca gente sabe, mas a última reforma aprovada foi estruturada sem uma informação básica: um estudo atuarial que projetasse, com base nos dados dos futuros beneficiários, os custos das mudanças. E como eles impactam nos próximos 10 anos sobre os futuros segurados aposentados. Na ânsia de querer uma reforma para chamar de sua, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP) posaram para posteridade com o texto que restringe uma série de benefícios. Mas ela não ampliou as bases de arrecadação.

Um trilhão

Esse ano, o custo da previdência será de R$1,015 trilhão (8,0% do PIB). Vai chegar a 9,0% em 2028 se continuar crescendo pelo simples fato de que a população elegível vai continuar a subir mesmo ultrapassando em todos os degraus colocados na última reforma. Entretanto, essa é uma conta que o próximo presidente da República vai ter que se abarcar. O problema é como o Governo Lula vai sobreviver ao orçamento do ano que vem.

O governo tem revelado umas coisas bem esquisitas. Onde já se viu um país fazer um Orçamento Geral da União e não incluir a conta dos precatórios? Para se entender o tamanho dessa conta basta dizer que, em 2026, ela será de R$115,7 bilhões. O valor de sentenças judiciais chegará a 124,3 bilhões, em 2027, a R$132 bilhões, em 2028 e a R$144 bilhões, em 2029, segundo as projeções do próprio governo. Mas ela não inclui nenhum gasto fora do teto a partir de 2027. Aí, o mesmo governo junto com o STF decide que dos gastos com precatórios em 2026, R$55 bilhões ficarão fora do limite e da contabilidade das despesas não obrigatórias necessárias ao funcionamento regular da administração pública.

Negando despesas

É como se, na hora de fazer a lista de contas do mês, o dono da casa dissesse que a conta de energia elétrica não vai entrar na relação. Ora, a conta não pode deixar de ser paga sob risco de corte da distribuidora. Mas o dono da casa diz: Não, isso não é obrigatório porque se incluir vai faltar dinheiro para o supermercado e o plano de saúde. Como se fosse possível deixar de comprar comida e ficar sem plano de saúde no Brasil.

Mas a questão da Previdência é mais séria. Primeiro, porque a alegria do governo em comemorar a geração de 1 milhão de novos empregos ano passado ajudou na arrecadação. Foi bom Mas embute um problema sério. Como 85% do emprego novo gerado é de um salário mínimo e meio, a contribuição sobre R$2.263,50 de salário descontado é de R$22,77 para o INSS. Depois tem o pessoal do MEI que paga 5% do salário mínimo para o INSS (R$75,90).

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Fernando Hadda com o presidnete Lula em Brasília. - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Meio milhão

O problema é que, além da entrada de aposentados que o INSS vem tendo, uma média de 578.2 benefícios concedidos por mês (foram 6.938.786 em 2024) a receita para os 65 milhões de contribuintes da ativa não pagam as despesas. No final de 2024, o rombo chegou aos R$297.38 bilhões. Ou seja, faltaram R$300 bilhões. É esse buraco que vai aumentar em 2026 e seguir aumentando até 2029.

Mas as coisas estão mais sérias. Ano passado, o governo avisou na hora de aprovar o OGU que faria um pente-fino nos benefícios previdenciários de 2025 capazes de reduzir R$7,5 bilhões. Conversa. Não chegou nem perto. Tanto que para 2026 alguém disse: gente vamos colocar R$2,5 bilhões com as ações para aumentar a eficiência do gasto público este ano. Bom, economizar R$2,5 bilhões numa conta de R$1,130 trilhão não é muito expressivo. Mas está no OGU.

Rombo crescente

Mas voltando à questão das despesas da Previdência. Qualquer pessoa que foi no site do BOLETIM ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL e checar o valor do que o INSS pagou como benefícios concedidos por grupos de espécies, segundo os maiores valores em 2024 vai ver que 52,39% forma para despesas com Auxílio-Doença Previdenciário que é quando o empregado sai da atividade laboral e passa a receber da Previdência.

Essa conta está subindo. E atualmente é maior que a próprias despesas com a Aposentadoria por Idade (11,36%), com Salário-Maternidade (8,08%), Pensões por Morte Previdenciária (6,68%), Amparo Assistencial ao Portador de Deficiência (5,71%) e Aposentadoria por Tempo de Contribuição (5,69%). Quer dizer que, em 2024, o INSS gastou mais com gente que ainda não se aposentou do que com os que se aposentaram.

FREEPIK
É a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012 - FREEPIK

Pergunta difícil

Então, quando o governo avisa que ano que vem fechará as contas. As pessoas começam a fazer uma pergunta simples: Como, senhor ministro? Como se para destravar a fila de mais de dois milhões de pedidos no INSS, o governo federal precisou instituiu um Programa de Gerenciamento de Benefícios? Como se entre os principais gastos, os únicos que crescem em proporção do PIB são os ligados ao INSS e o Benefício de Prestação Continuada?

Bom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad acredita que sim. E é por isso que já tem muita gente achando que o próximo presidente não terá como fugir de uma nova convocação para uma nova reforma da Previdência. Sabendo que não vai sair coisa boa para o segurando.

Divulgação
Fabrica da Dragão em Mata de São João, a 63 km de Salvador. - Divulgação


Fábrica da Dragão

O grupo pernambucano Interlândia dono da marca de produtos de limpeza Dragão inaugurou uma nova fábrica, desta vez na Bahia. Fica no município de Mata de São João, a 63 km de Salvador e o maior investimento inicial já feito pela companhia em uma única planta: R$100 milhões e com ela a empresa terá capacidade de produção superior a 200 milhões de litros/ano.

A planta vai produzir principalmente água sanitária, alvejante multiuso e desinfetante. A empresa tem unidades localizadas em Jaboatão dos Guararapes (PE), Marechal Deodoro (AL), Cascavel (CE) e está há 77 anos no mercado.

Entre as maiores

A rede Novo Atacarejo está na lista das dez maiores empresas com maior faturamento e entre as 30 maiores organizações do varejo alimentar segundo Ranking Abras 2025 da Associação Brasileira de Supermercados Com 34 lojas entre Pernambuco e Paraíba, uma dark store em Porto de Galinhas e era cerca de 8 mil empregos nos dois estados.

Ocupa a 19ª posição com faturamento declarado de R$ 5,83 bilhões em 2024. Carrefour (SP) com R$120,59 bilhões, Assaí Atacadista (SP) com R$80,57 bilhões e Grupo Mateus (MA) R$36,38 bilhões formam o Top 3 do setor no Brasil.

Ovos do Ceará

A Companhia de Alimentos do Nordeste (CIALNE), a maior empresa produtora da cadeia de ovos e frango do Ceará e que completará 650 anos no mercado em 2026 anunciou a compra da Granja São José sede em Amparo (SP), que também está completando 60 anos e que vende ovos comerciais (férteis incubáveis) e pintos de um dia.

A Cialne com faturamento próximo de R$1 bilhão foi fundada pelo empresário Francisco “Dico” de Araújo Carneiro e assim como a Granja São José, fundada pelo empresário Fernando Bacci, tem estrutura familiar.

Prescrição eletrônica

A Mevo, uma empresa brasileira especializada em prescrições digitais, anuncia a aquisição da Receita Digital, empresa pioneira no segmento de prescrição eletrônica, ampliando seus junto aos maiores hospitais do país, reforçando a estratégia em se aproximar e ampliar sua base de profissionais prescritores.

A Mevo possui integração com mais de 700 unidades de instituições de saúde no Brasil e é a solução escolhida por 13 dos 15 melhores hospitais do país como o Hospital Sírio-Libanês, Rede D’Or, Moinhos de Vento e HCor (Hospital do Coração).

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Deputados programam reunião na Câmara para debater o PERSE - Divulgação

Gestão ruim

Levantamento nacional com base nos dados do Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM) revela que a eficiência da gestão pública ainda é baixa em todo o país onde os maiores gargalos estão em planejamento e tecnologia.

O IEGM avalia a efetividade da gestão municipal com base em sete indicadores: educação, saúde, meio ambiente, planejamento, infraestrutura, gestão fiscal e governança de tecnologia da informação (iGovTI). No índice que vai de 0 a 1, nenhuma região do país alcança nota média superior a 0,50. Em todas as regiões, os piores resultados aparecem nos indicadores de planejamento (i-Plan) e tecnologia da informação (i-GovTI) , onde o Nordeste obteve apenas 0,26.

Ecad pagando

No ano passado, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) fechou com resultados expressivos chegando a uma arrecadação R$ 1,8 bilhão e distribuição de R$ 1,5 bilhão contemplando mais de 345 mil titulares, entre compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos – os valores de arrecadação e distribuição tiveram um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A maior parte vinda das plataformas digitais que acabaram levando o Ecad a se organizar e ampliar os pagamentos de direito autoral.

Museu Gravatá

O Museu Memorial de Gravatá será requalificado com com recursos das Leis Aldir Blanc e receberá melhorias na estrutura física, segurança reforçada e mais conforto aos visitantes. A estética será renovada, e os objetos expostos ganharam nova disposição segundo revela o prefeito de Gravatá Joselito Gomes que espera que em 90 dias a obra seja finalizada.

Ainda o Perse

A Associação Brasileira de Eventos ainda acredita na reativação do PERSE encerrado em abril de 2025, após atingir o teto de R$15 bilhões em renúncia fiscal estabelecido pela Lei nº 14.859/2024. A entidade anunciou a articulação de um mandado de segurança coletivo para garantir a continuidade do programa e além da ação judicial, a entidade lançou a "Frente Brasília", iniciativa que visa consolidar a presença institucional do setor na capital federal, atuando em questões tributárias, trabalhistas e legislativas.

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