Professores do Recife cobram cumprimento da lei do piso e avaliam deflagração do estado de greve
O Lei do Piso obriga todos os estados e municípios a reajustarem os salários dos profissionais da educação básica todos os anos

Os professores e professoras da rede municipal do Recife se reúnem em Assembleia Geral, nesta quinta-feira (10), às 14h, no pátio da prefeitura. A mobilização, organizada pelo Sindicato dos Profissionais da Rede Municipal do Recife (Simpere), tem como objetivo cobrar o cumprimento da Lei do Piso, que obriga estados e municípios a reajustarem os salários dos profissionais da educação básica todos os anos.
Para 2025, o índice definido foi de 6,27%, mas, segundo os docentes, o prefeito João Campos não autorizou a aplicação do reajuste. Além disso, o Simpere afirma que a gestão propôs um aumento de apenas R$ 1 no tíquete-refeição dos servidores a partir de abril.
“Essa proposta é imoral. Enquanto os professores enfrentam condições precárias nas escolas, a Prefeitura nos oferece R$ 1 de reajuste no tíquete como se fosse algo razoável, além de não fazer proposta alguma para o reajuste salarial. Isso mostra que a educação pública de qualidade está longe de ser prioridade na atual gestão”, afirma Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do Simpere.
Deflagração de greve
Durante a realização da Assembleia Geral, a categoria deverá avaliar a deflagração do estado de greve. O sindicato aponta que há um contraste entre os cortes para os servidores e os gastos com a máquina administrativa da Prefeitura do Recife.
No início deste ano, foi aprovada pela Câmara Municipal — e sancionada no mesmo dia pelo prefeito — uma lei que amplia em 25% o número de cargos comissionados e gratificações. A medida representa um impacto de R$ 65 milhões aos cofres públicos.
“Enquanto a gestão aumenta cargos e gratificações, empurra os professores e outros servidores municipais para a beira do colapso. É revoltante perceber que existe dinheiro, mas ele é usado para beneficiar apadrinhados, e não quem constrói a educação pública com dignidade e esforço diário”, criticou Anna Davi, também da coordenação do Simpere.